Desconto de até 39% OFF na assinatura digital
Continua após publicidade

Terremotos: sem hora marcada

Poucas catástrofes naturais são tão devastadoras quanto os terremotos. Mas o que mata não é o tremor do chão, e sim as coisas que o homem constrói em cima dele.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h53 - Publicado em 31 jan 1998, 22h00

Igor Fuser

Você pensa que está pisando em terra firme? Provavelmente, nunca passou por um terremoto. É assustadora a sensação de que o chão onde seus pés se apóiam se voltou, de repente, contra você. Charles Darwin (1809-1882), o famoso biólogo inglês, foi pego por um tremor violentíssimo durante suas pesquisas no Chile, em 1835. “Um terremoto destrói, em apenas um segundo, a mais arraigada de nossas convicções, a de que caminhamos sobre terreno sólido”, comentou Darwin. “Isso gera um sentimento de insegurança que só pode ser entendido plenamente por quem passou por essa experiência.”

O terremoto acontece, quase sempre, sem aviso prévio. Primeiro, surge um barulho abafado, como o de um trem se movimentando debaixo da terra. Depois, o chão começa a sacudir. Na maioria das vezes, a turbulência dura poucos segundos e causa, no máximo, um susto. A tragédia ocorre quando o tremor é prolongado ou intenso. O mundo vem abaixo, literalmente. Prédios, pontes e viadutos desmoronam. O solo se racha e, em alguns casos, passa para o estado líquido, afundando tudo o que existe em cima dele. Saiba tudo sobre os terremotos nas páginas seguintes.

Da ira divina ao movimento das placas

A Terra chacoalha muito mais do que a maioria das pessoas imagina. Todo ano, acontecem 50 000 terremotos, dos quais uns 100 são fortes a ponto de provocar danos em áreas povoadas. Os abalos que arrasam cidades inteiras, como esses que você vê nas fotos ao lado, ocorrem com uma freqüência de um por ano, em média.

Os gregos antigos atribuíam os terremotos à fúria dos deuses. Já os chineses acreditavam que o mundo repousava sobre o lombo de um boi – de vez em quando, o animal trocava seu ponto de apoio de uma pata para a outra, fazendo a terra balançar. Na tradição japonesa, quem sustentava o peso do planeta era um peixe gigantesco, mergulhado na lama das profundezas e vigiado de perto por um deus, Kashima, que o mantinha quieto. Quando Tóquio foi destruída por um terremoto, em 1855, não foi difícil entender a causa da tragédia. Kashima tinha saído de viagem, em peregrinação a um templo distante. O peixe aproveitou para cometer uma de suas travessuras.

Continua após a publicidade

O primeiro a explicar os terremotos sem recorrer a deuses ou bichos mitológicos foi o filósofo grego Aristóteles (384-322 antes de Cristo). O subsolo estaria repleto de “vapores” que, ao emergir para a superfície, sacodem o chão. A teoria de Aristóteles é furada, mas valeu pelo esforço de objetividade. Hoje se sabe que os terremotos são causados pelo movimento das gigantescas placas que formam a superfície terrestre, as placas tectônicas.

O prodigioso bailado dos continentes

A humanidade já percebeu, há milênios, que os terremotos costumam ocorrer com muito mais freqüência em alguns lugares do que em outros. A explicação só surgiu em 1912, quando o geólogo alemão Alfred Wegener (1880-1930) anunciou a sua revolucionária teoria do movimento dos continentes. Wegener descobriu que a superfície do nosso planeta está parada só na aparência. Na realidade, estamos instalados sobre uma casquinha bem fina, a crosta terrestre, que flutua sobre uma enorme bola de rochas e metais quentíssimos, num estado quase líquido.

Mais tarde, descobriu-se que os continentes e o fundo dos oceanos repousam sobre as placas tectônicas – gigantescos blocos de rocha, de aproximadamente 100 quilômetros de espessura, que flutuam sobre uma imensidão de matéria fundida. O calor das profundezas da Terra mantém essas placas em permanente movimento.

Quando duas placas se chocam ou se raspam, elas geram um acúmulo de pressão que acabará por provocar um movimento brusco. Esse movimento fará vibrar tudo o que existe ao redor do ponto de atrito, o epicentro. É por isso que os terremotos costumam acontecer nas bordas das placas tectônicas. O Japão, a Turquia e os países dos Andes estão na zona do perigo. Já o Brasil ocupa uma posição bem mais confortável, no centro da Placa Sul-Americana. Isso o torna um dos lugares do mundo menos sujeitos a terremotos.

Continua após a publicidade

Como se mede a força de um tremor

A primeira escala para medir terremotos foi desenvolvida na Itália, no final do século XVIII. Os tremores eram classificados em “leves”, “moderados”, “fortes” e “muito fortes”. Atualmente se usam duas escalas: a Richter e a Mercalli. A escolha depende daquilo que se quer dimensionar. A Escala Richter, criada pelo físico americano Charles Richter (1900-1985), registra a amplitude do movimento do solo, sem considerar o seu impacto na superfície. A força do abalo se expressa em números que crescem em progressão logarítmica. Um terremoto de 5 pontos é 32 vezes mais poderoso do que um de 4 pontos, e assim por diante. Os tremores mais fortes já registrados atingiram 8,9 pontos na Escala Richter. Já a Escala Mercalli, inventada em 1902 pelo sismólogo italiano Giuseppe Mercalli, classifica os terremotos pelos seus efeitos, como você pode conferir na página ao lado.

A Califórnia à espera do Big One

Quem tem pavor de terremoto deve evitar a Califórnia. O reduto do cinema, dos místicos e da indústria dos chips está situada bem na fronteira entre duas placas tectônicas, a do Pacífico e a Norte-Americana. O ponto de encontro entre as placas já virou atração turística. É a Falha de San Andreas, uma espécie de cicatriz que se estende por 1 350 quilômetros. Toda vez que a falha se mexe, o chão balança.

O que os moradores da Califórnia mais temem é o grande terremoto, apelidado de Big One, que, segundo os sismólogos, arrasará a região nos próximos vinte anos. O Big One será bem mais violento do que o terremoto que destruiu boa parte de San Francisco, em 1906. Milhões de dólares são investidos a cada ano em obras de prevenção. Mas a natureza é caprichosa. Com todos os cuidados, em 1989, um tremor de média intensidade virou uma tragédia que matou 250 pessoas em San Francisco.

Continua após a publicidade

Um país que convive com a tragédia

Um em cada 10 terremotos acontece no Japão. É que o país está localizado à beira de uma fossa submarina, com 6 quilômetros de profundidade. Lá, a Placa do Pacífico afunda para o interior do planeta, empurrada para baixo pela Placa da Ásia. O atrito entre as duas placas faz o chão tremer.

Escaldados pelo cataclismo que destruiu Tóquio e Yokohama em 1923, os japoneses se tornaram mestres na prevenção de terremotos. O país possui 120 estações sismológicas, atentas às mínimas vibrações do solo. Do transporte ferroviário às redes elétricas, tudo é projetado de modo a aumentar a segurança em caso de tremores de terra. Mas a perfeição é impossível. Em 1993 um terremoto arrasou boa parte da cidade de Kobe, apesar de todas as precauções.

Turquia, 1992: Tragédia no encontro das placas

O terremoto que destruiu Erzican e matou 560 pessoas tem a ver com a localização do país, sobre a pequena Placa Turco-Egéia, espremida entre duas placas maiores que se chocam, a Eurasiana e a Africana

Egito, 1992: Construções precárias agravam a destruição

Continua após a publicidade

Um abalo leve, de 5,3 graus na Escala Richter, derrubou 140 edifícios no Cairo, capital do Egito, e matou mais de 500 pessoas. As Pirâmides resistiram sem sofrer danos

Cidade do México, 1985: A falta que faz um chão fime

Construído sobre um lago aterrado, o centro da capital mexicana veio abaixo, enquanto os subúrbios e regiões vizinhas passavam praticamente ilesas pelo tremor

Filipinas, 1990: A morte, num hotel cinco estrelas

Quase a metade dos 400 mortos neste terremoto eram hóspedes de quatro hotéis cinco estrelas, no luxuoso balneário de Banguio. Na capital, Manila, um cinema lotado desabou

Continua após a publicidade

Itália, 1980: O maior desastre desde a II Guerra Mundial

O sul da Itália está situado numa área muito propensa a terremotos. Em novembro de 1990, um abalo atingiu 627 municípios, matando mais de 5 000 pessoas

Os piores chacoalhões

O terremoto mais mortífero da História ocorreu na China, em 1556, com 830 000 mortos. No século XX, a lista dos mais famosos inclui os seguintes:

1906: San Francisco (EUA). O tremor, causado por um escorregão na Falha de San Andreas, provocou um incêndio que destruiu a cidade e matou 700 pessoas.

1920: Província de Kansu (China). Dez cidades foram arrasadas, com um total de 200 000 mortes.

1923: Tóquio (Japão). Milhares de edifícios desabaram e uma onda de 11 metros de altura varreu o litoral. A maioria das 140 000 mortes se deve ao incêndio que se seguiu ao tremor.

1960: Agadir (Marrocos). Doze mil mortos e uma destruição tão grande que o governo desistiu de reconstruir a cidade. A área foi abandonada.

1976: Tangshan (China). O terremoto mais devastador deste século, com 250 000 mortos.

1985: Cidade do México. A área central, erguida sobre um lago seco, veio abaixo. Dez mil mortos.

1988: Armênia. A precariedade dos prédios e a ineficiência do regime soviético agravaram a tragédia, que matou 25 000 pessoas.

1993: Kobe (Japão). Apesar dos cuidados de prevenção, os estragos foram enormes e os mortos, 4 000.

Como viajam as ondas sísmicas

Algumas das vibrações causadas por um terremoto se deslocam por dentro da Terra. Outras, pela superfície. Elas são de quatro tipos:

Onda Primária

A mais veloz, move-se através das rochas, a 6 km por segundo. Comprime e estica as rochas, como uma sanfona.

Onda Secundária

Move-se para cima e para baixo, por dentro da Terra. No trajeto, sacode as rochas, que vibram como as cordas um violão.

Onda Amorosa

A mais perigosa, apesar do nome. Faz a superfície chacoalhar de um lado para o outro, como uma cascavel.

Onda Rayleigh

Produz ondulações na superfície, como os vagalhões no oceano. Sua força diminui com a profundidade.

A casca do mundo

Entenda o movimento das placas tectônicas

A superfície da Terra é formada por placas semelhantes aos gomos de uma bola de futebol. São imensos blocos de rocha sólida, com aproximadamente 100 quilômetros de espessura, que bóiam sobre um oceano de magma – material viscoso e incandescente de que é formada a maior parte do planeta. As placas tectônicas são 15, entre as grandes e as pequenas, e estão em permanente movimento. A palavra tectônica vem do grego. Significa “em construção”.

Os continentes estão sempre mudando de lugar, acompanhando as placas, mas sua velocidade é lenta, de apenas 5 a 10 centímetros por ano. O Brasil e a África já dançaram de rosto colado, quando formavam o mesmo continente. Note como o litoral do Nordeste se encaixa na grande curvatura do oeste africano. A Índia nem sempre fez parte da Ásia. Ela era uma ilha e, ao se acoplar ao continente asiático, o impacto fez as rochas se empilharem. Daí resultou o Himalaia.

Encontro de gigantes

As fronteiras entre as placas tectônicas são conhecidas como falhas. É lá que ocorre a maioria dos terremotos e também onde se concentram os vulcões. Existem três tipos mais importantes de falhas.

Nas falhas transcorrentes, as placas deslizam lateralmente, uma ao lado da outra, sem se chocar de frente. O movimento horizontal produz na superfície cicatrizes visíveis a olho nu, que assinalam a fronteira entre uma placa e outra. A mais famosa delas é a Falha de San Andreas, de 1 350 km de extensão, na Califórnia, responsável pela alta incidência de terremotos na região.

Na zona de subducção, uma das placas sobe na outra, dobrando-a para baixo. A placa que sofre a subducção mergulha em direção às profundezas da Terra, onde é derretida até virar magma. O movimento ocorre aos solavancos, fazendo a superfície sacudir.

A zona de colisão ou falha normal é a mais simples de todas. Duas placas que estão viajando em sentidos opostos se chocam de frente. O encontro dos continentes espalha uma grande quantidade de rochas que não têm onde se encaixar. Elas se empilham, então, sobre a superfície, dando origem às montanhas e às cordilheiras como o Himalaia, entre a Índia e a China.

A máquina de tremer

Sismógrafo é o aparelho que registra os tremores de terra. A maneira de fazer isso mudou muito com o progresso tecnológico, mas o princípio fundamental continua o mesmo. Qualquer sismógrafo possui uma base firmemente ancorada no chão e uma espécie de caneta, presa por fios, que oscila de acordo com o abalo. Os riscos no papel dão aos sismólogos as informações necessárias para medir a intensidade do terremoto e a quantidade de energia liberada em seu ponto de origem. O sismógrafo foi inventado no final do século passado pelo geólogo inglês John Milne (1850-1913). Na sua primeira noite no Japão, onde foi dar aulas, Milne foi saudado por um violento terremoto. Impressionado, dedicou o resto da sua vida ao estudo dos abalos sísmicos. Em poucos anos, ele conseguiu instalar sismógrafos em 40 pontos diferentes do planeta.

Na ponta de uma agulha, todos os movimentos do planeta

Assim como o eletrocardiogramaacompanha as batidas do coração, o sismógrafo registra os tremores mais sutis da crosta terrestre, para estudar e prevenir terremotos

Da calmaria ao apocalipse

Em 1902 o sismologista italiano Giuseppe Mercalli inventou um sistema que classifica os tremores de terra de acordo com os efeitos que uma testemunha pode observar. A Escala Mercalli, como ficou conhecida, é composta por 12 estágios:

1. O tremor não é percebido pelos seres humanos.

2. Pessoas mais sensíveis captam um leve estremecimento, principalmente nos andares mais altos. Objetos delicados suspensos por fios balançam um pouco.

3. Percebe-se um leve tremor dentro das casas e prédios. É uma vibração semelhante ao efeito de um caminhão pesado passando pela rua.

4. O tremor é sentido com força nos locais fechados. Quem está dormindo, acorda. As janelas chacoalham. Ouve-se um barulho de paredes rachando.

5. Todos percebem o tremor. O reboco das paredes se solta em alguns lugares. Pratos e janelas caem no chão.

6. Os pessoas se assustam com o tremor. Os móveis saem do lugar. É difícil caminhar.

7. Todo mundo corre para a rua. O tremor é sentido até nos carros em movimento. Danos moderados. Soam os sinos.

8. Alarma geral. As estruturas mais fracas são danificadas. Estátuas, chaminés e muros despencam no chão.

9. Início de pânico. Construções mais precárias desabam. Rachaduras no chão. Canalizações subterrâneas se rompem.

10. Pânico. Só os edifícios mais sólidos ficam de pé. Algumas fissuras no chão. Os trilhos saem do lugar. Desmoronamentos nos morros.

11. Pânico incontrolável. Poucos edifícios resistem. Abrem-se grandes fendas no chão. Pontes, viadutos e vias elevadas vêm abaixo.

12. Destruição total. Ondas no chão. Objetos são jogados para o ar. É o apocalipse.

Como agir em um terremoto

• O mais seguro é ficar em campo aberto, longe de árvores, postes, prédios e qualquer coisa que possa desabar em cima de você.

• Em casa ou no escritório, evite a proximidade de janelas ou chaminés. Deixe o orgulho para outra hora e se jogue debaixo do móvel mais pesado que encontrar – uma mesa, uma cama ou uma escrivaninha. Só saia para a rua em caso de incêndio.

• Se você estiver num estacionamento, agache-se junto a uma coluna ou parede sólida. Cuidado com os carros que podem começar a mover-se com a inclinação do chão.

• Caso esteja ao ar livre, permaneça onde está, claro. Fique de olho nos fios que podem cair sobre você.

• Mesmo depois que o tremor tiver cessado, ainda será arriscado sair à rua. Você pode ser atingido pela queda de vidros e tijolos.

• Não use elevadores. Se estiver dentro de um, aperte todos os botões e tente sair por algum andar.

• Se estiver de carro, estacione imediatamente, longe de pontes, viadutos, passarelas e edifícios. Desligue o motor, mas não saia.

• Dentro de um shopping center, entre na loja mais próxima e procure ficar longe de vitrines e de prateleiras com objetos pesados.

• Fique num local protegido até acabar o terremoto. Esteja preparado para novos abalos, que costumam ocorrer minutos depois do tremor inicial.

Em câmera lenta

O oeste da Califórnia viaja ao longo da Falha de San Andreas

O litoral californiano faz parte da Placa do Pacífico, que está lentamente deslizando ao longo da Placa Norte-Americana, onde se situa o grosso dos Estados Unidos. Esse movimento fará com que, daqui a 10 milhões de anos, a parte da Califórnia onde estão Los Angeles e San Francisco se separe do continente, virando uma ilha no Oceano Pacífico.

1. Há 40 milhões de anos, a Placa de Farallon afundou embaixo da Placa Norte-Americana, que se aproximou da Placa do Pacífico, em movimento para o leste.

2. O atrito entre as placas formou a Falha de San Andreas, há 25 milhões de anos. O Golfo da Califórnia se alargou e a região onde se situa Los Angeles começou a se deslocar para o norte.

3. No mapa atual, a faixa litorânea prossegue seu movimento para o norte. Note a posição de San Francisco e Los Angeles em relação à Serra Nevada, na Placa Norte-Americana.

Uma cicatriz rasga a paisagem

A Falha de San Andreas corta a Califórnia ao longo de 1 350 quilômetros. Ela assinala a área na qual a Placa do Pacífico raspa na Placa Norte-Americana, causando terremotos

Tipo de terreno faz a diferença

Quando um terremoto derrubou centenas de prédios na Cidade do México, no dia 19 de setembro de 1985, matando 10 000 pessoas, os estragos se concentraram na área central, erguida sobre o leito seco de um lago. Os subúrbios da cidade e as regiões vizinhas praticamente não sofreram os efeitos do tremor, cujo epicentro se localizou no litoral, a 400 quilômetros de distância. Veja no infográfico como isto aconteceu.

Uma viagem pelas rochas

A causa do tremor foi um deslocamento da Placa de Cocos, que está afundando lentamente debaixo da Placa Norte-Americana, perto da costa do Pacífico. As ondas sísmicas se propagaram pelo subsolo. Na superfície, o efeito se limitou a uma leve vibração. Já a terra mole da capital chacoalhou como gelatina.

Um escorregão no Pacífico sacudiu a Cidade do México, a 400 quilômetros de distância

A aposta na prevenção

Uma vez por ano, em 1º de setembro, os japoneses suspendem o trabalho, mas não descansam. É o Dia da Prevenção, quando a população participa de exercícios que ensinam os procedimentos mais seguros em caso de terremoto. Nos edifícios, os moradores praticam as instruções de evacuação rápida. Nas escolas, os alunos aprendem a se proteger embaixo das mesas quando não há tempo de deixar o prédio. Bombeiros percorrem as aldeias com os “caminhões-terremoto”. Na carroceria, um mecanismo especial simula abalos de 7 graus na Escala Richter.

Para quando o mundo balançar

Se existe um povo que se pode dizer preparado para enfrentar os terremotos, é o japonês. Desde a tenra infância, cada um aprende o que fazer quando a terra treme

Ensaio geral: O Japão se apronta para o pior

No Dia da Prevenção, os bombeiros instruem a população sobre o abandono de prédios. Nas escolas, as crianças são orientadas a vestir capuzes e se abrigar em baixo das mesas

Feito para resistir

Nas cidades de maior risco sísmico, os engenheiros construíram prédios especialmente projetados para suportar os piores terremotos.

A ligação entre as partes é bem mais firme do que nos prédios normais e a estrutura é toda de aço, que num abalo forte curva mas não quebra, como o concreto. Um modelo desse tipo de arquitetura é o edifício da Transamerica Corporation, em San Francisco. O prédio se comportou bem no terremoto de 1989, quando casas e vias elevadas vieram abaixo.

O dia em que o Brasil tremeu

Quem disse que no Brasil não tem terremoto? Na madrugada de 30 de novembro de 1986, um tremor de 5,3 graus na Escala Richter colocou em pânico os 23 000 habitantes de João Câmara, no Rio Grande do Norte. Das 4 500 casas da zona urbana, 3 000 ficaram inabitáveis. Só por milagre ninguém morreu. Os sismólogos explicaram o terremoto pela existência, na região, de fissuras geológicas que se agitam de vez em quando. Não foi o primeiro abalo nem o mais forte a se registrar no Brasil. Em 1955, houve um terremoto de 6,6 graus na Serra do Tombador, no Mato Grosso.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.