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5 categorias do Grammy que você não conhece (e nem sabe o que são)

Melhor pacote de gravação? Melhor Áudio Imersivo? Álbum falado? Disco de comédia? A SUPER te ajuda a entender esses nomes bizarros.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 12 mar 2024, 11h37 - Publicado em 8 fev 2019, 20h07

O Grammy Awards é considerado o maior prêmio de música mundial. Conhecido como o “Oscar da música”, a premiação prestigia artistas de quase todas os gêneros possíveis: são 84 categorias, do pop ao gospel.

Isso mesmo, oitenta e quatro categorias. Lógico, na premiação televisionada (com duração de 3 horas e meia) nem todos os vencedores são mostrados. Pudera: alguns são tão inusitados que precisariam de uma explicação prévia caso fossem apresentados ao grande público.

Mas é pra isso que a SUPER existe, afinal. Então confira algumas das pérolas do Grammy:

Best Recording Package (Melhor pacote de gravação)

O “melhor pacote” é o prêmio que inclui o design da capa, as artes gráficas internas e as fotografias feitas para o disco – tanto que o prêmio é entregue para o diretor de arte do álbum. Gravações icônicas já ganharam a categoria, como o Sings for Only the Lonely, do Frank Sinatra, e Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles.

Em 2019, uma indicação  colocou essa categoria nos holofotes: o álbum Love Yourself: Tear, do grupo de K-pop sul-coreano BTS. Ele tem quatro capas diferentes com conceitos únicos para cada versão, incluindo fotografias e artes gráficas.

Esse esmero é algo comum no K-pop: os sul-coreanos enxergam o gênero não só como música, mas como toda uma experiência em que o conceito é algo crucial. Os artistas capricham pesado no visual dos discos.

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Best Spoken Word Album (Melhor álbum falado)

Sabia que figuras como Martin Luther King, Barack Obama e Al Gore já ganharam um Grammy? Pois é, todos na categoria de “melhor álbum falado”. O nome soa estranho em português (afinal, a não ser que o disco seja de música instrumental, todos os álbuns são “falados”), mas ele premia discursos de impacto. Passando por várias modificações ao longo dos anos, hoje ela inclui também audiobooks, leituras de poesia e até narração de histórias. 

Essa é a categoria mais “política” do prêmio: cinco presidentes dos EUA já venceram (Jimmy Carter, Bill Clinton, Obama e gravações de John F. Kennedy e Franklin D. Roosevelt), quatro senadores e até uma primeira dama – Hillary Clinton, na época em que o marido governava o país. Em 2018, Carrie Fisher ganhou o prêmio pelo audiobook de sua biografia.

Confira o discurso “Porque eu me opus à guerra do Vietnã”, no áudio original, que concedeu ao Dr. King um Grammy póstumo em 1971: 

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Best Comedy Album (Melhor álbum de comédia)

Categoria tipicamente americana. Acredite se quiser, mas o Grammy também premia comediantes. Segundo a academia responsável pelo troféu, eles querem “honrar as realizações artísticas da comédia”. Na verdade, a categoria é voltada para shows de stand-up, apesar de também incluir obras de comédia musical. Queridinhos da área como Louis C.K, Stephen Colbert e Jimmy Fallon já foram vencedores. 

Mas a categoria, atualmente, está envolta em polêmicas: o comediante Bill Cosby, que detém o recorde de mais vitórias consecutivas (seis ganhos entre 1965 e 1970) cumpriu pena na prisão de 2018 a 2021, devido a uma condenação por abuso sexual (a sentença inicial foi anulada, mas Cosby aguarda por uma nova).

Outro ponto é que o prêmio é predominantemente masculino: só quatro mulheres venceram desde 1959, ano em que a categoria começou: Lily Tomlin, por “This Is a Recording”, em 1972; Whoopi Goldberg, pela gravação de seu show na Broadway, em 1986; Kathy Griffin, por “Calm Down Gurrl,”, em 2014, e Tiffany Haddish em 2021 por “Black Mitzvah”.

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Best Immersive Audio Album (Melhor Álbum de Áudio Imersivo)

Quase toda música que você ouve é stereo. Ou seja: os instrumentos e vozes saem de dois fones de ouvido. Alguns, mais de um fone. Outros, mais do outro. Muitas músicas dos Beatles, por exemplo, tem a bateria todinha de um lado – e o baixo, do outro. Isso dá a sensação de que o Paul está na sua direita, e o Ringo, na sua esquerda. A música fica “3D”.

O tempo passou e foram surgindo mixagens que envolviam mais caixas de som. Um padrão que se estabeleceu é o 5.1. Grosso modo, ele envolve cinco caixas “normais”, que ficam em volta da cabeça do ouvinte (daí o surround, que significa “em volta” em inglês), e uma caixa maior, especializada em reproduzir sons graves, que dá aquele baque no peito. Muita gente comprou, nos anos 2000, um home theater: aquele aparelho doméstico que tenta simular a experiência de estar rodeado por som no cinema.

Vários CDs e DVDs passaram a ser mixados para funcionar tanto no clássico stereo 2.0 como no surround 5.1. E daí a “imersão” que esta categoria do Grammy avalia. Antes, ela se chamava justamente “melhor álbum de som surround”. Quem leva esse prêmio é a pessoa responsável pela mixagem do álbum. Beyonce, por exemplo, álbum da cantora homônima, já venceu a categoria. 

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Best World Music Album (Melhor álbum musical global)

Aqui temos a categoria mais vencida por brasileiros. O prêmio de “melhor álbum musical global” premia os bons álbuns, mas que não tiveram reconhecimento mundial devido – uma vez que dificilmente entram em estatísticas de vendas e rankings importantes como a Billboard, que só leva em consideração o mercado americano. Ou, nas palavras da Academia, honra da realização artística, proficiência técnica e excelência global na indústria da música, sem levar em conta as vendas de canções ou posições nos rankings musicais”.

Ainda segundo a academia, world music engloba “toda expressão musical de origem não europeia”. E foi nessa categoria que Sérgio Mendes, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso e João Gilberto se consagraram.

 

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