Conheça a teoria que explica os corvos velozes e furiosos de GoT
Um fã de Game of Thrones assumiu a missão de encaixar a corrida de Gendry e todo o tempo distorcido da série em uma lógica mais razoável.
A última temporada de Game of Thrones tem um grande diferencial com relação às outras (e não estamos falando da falta de mortes realmente importantes): o tempo ficou maluco. Atravessar o continente virou questão de meio episódio, longas viagens de ida e volta se resolvem em minutos. Virou até piada entre os fãs. O sexto episódio elevou essa distorção ao máximo – mas tem gente tentando fazer a lógica do tempo fazer sentido.
Os três grandes acontecimentos de “Beyond the Wall” giram em torno da expedição dos Superamigos de Jon Snow, a corrida de Gendry de volta à Muralha para mandar um corvo avisando Daenerys sobre a emergência na expedição e a chegada da rainha para salvar todo mundo. Tudo isso aconteceu como se todos estivessem no mesmo bairro, tipo A Grande Família.
O problema é que esse corvo precisou viajar da Muralha a Pedra do Dragão – em teoria, são entre 2.900 e 3.200 km. É a distância, em linha reta, de Florianópolis até Manaus. Não faz o menor sentido, ao menos que o corvo seja supersônico.
Entra aí o usuário do Reddit Buffalo_Danger. Ele fez uma defesa aos corvos de GoT. A primeira coisa que ele apresenta, em sua “tese”, é que esses corvos não são animais comuns. No mundo real, as únicas aves usadas para correio foram os pombos. Eles são aves migratórias, então sabem se guiar pelo campo magnético da Terra. É como se tivessem uma bússola interna.
Os corvos que são usados em Game of Thrones (ravens, em inglês, e não crows) não migram, nem lá nem aqui na Terra. Ou seja: precisam ter uma inteligência ainda mais fantástica (e mágica). A única conclusão possível é que são mágicos como as corujas em Harry Potter.
A partir dessa conclusão, o usuário supõe que esses corvos mágicos conseguem viajar por horas seguidas sem descansar, na sua velocidade máxima. Ele calcula a velocidade com base na dos pombos-correio da vida real: 90 milhas por hora (ou 145 km/h).
Só que aí ele dá o pulo que deixa a teoria toda mais fraca: o fã reduz a distância entre Pedra do Dragão e a Muralha. Isso porque a medida de 3 mil km é baseada no tamanho da parede de gelo, que seria de 100 léguas (cada légua, 3 milhas, e cada milha, 1,6 km). Só que George R. R. Martin já declarou que se arrepende de ter publicado essa medida, que ela é muito grande e não faz sentido com o universo que ele criou. Portanto, o autor da teoria vai lá e “corrige” o erro de Martin, dividindo a distância pela metade.
O último fator incluído na teoria é a corrida de Gendry. Esse tem um pouco mais de base: há screenshots que mostram que o cenário do início do episódio é o mesmo visto depois, indicando que Jon Snow e seus amigos estavam andando mais ou menos em círculos até encontrar os Caminhantes Brancos. Ou seja, a distância seria menor do que imaginávamos, só 26 milhas ou 42 km de corrida, muitíssimo parecido com uma maratona. Já que as provas de corrida nas Olimpíadas terminam em cerca de 2 horas, ele deu uma colher de chá para Gendry, que teria terminado o percurso em 3 horas (com todo seu preparo físico adquirido com anos de remo).
Balanço final da teoria
Tempo de corrida para Gendry: 3 horas
O voo do corvo mágico supersônico: 10 horas
Decisão da Daenerys e conversa com Tyrion: 1 hora
Voo de dragão até Jon Snow e os amigos: 10 horas
Tempo total de duração da ação todinha: 24 horas
É um tempo razoável, considerando que os rapazes chegaram a dormir e deu tempo de Thoros de Myr morrer de frio. Faz sentido? Só se considerarmos que o universo da série é menor do que a própria série imaginou. O que é um desvio conveniente em excesso (fora a história dos corvos incansáveis). Mas pode ser um alento para quem ficou coçando a cabeça para entender quem foi que programou os relógios na sétima temporada de Game of Thrones.