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Dopesick, nova série do Star+, retrata crise dos opioides nos EUA

Com Michael Keaton e Rosario Dawson, produção é baseada em best-seller sobre a Purdue Pharma, farmacêutica que promoveu o analgésico viciante no país – e gerou uma grave situação de saúde pública.

Por Luisa Costa
Atualizado em 11 nov 2021, 20h33 - Publicado em 11 nov 2021, 20h28

Nesta sexta-feira (12), chega à plataforma Star+ a minissérie Dopesick, que narra a crise dos opioides dos Estados Unidos, um problema que levou a mais de meio milhão de mortes por overdose nos últimos 20 anos.

A produção mostra como a farmacêutica Purdue Pharma promoveu o analgésico  OxyContin (ou oxicodona), que muitos consideram um dos primeiros responsáveis pela situação. Tudo aconteceu por meio de campanhas de agressivas de marketing, que incluíram pagamentos a médicos para prescrever o medicamento e estratégias que ocultavam seu caráter altamente viciante.

O caso dos opioides diminuiu a expectativa de vida nos EUA e foi considerado emergência de saúde pública. Ele começou com prescrições desnecessárias de opioides potentes para milhares de americanos por médicos envolvidos com farmacêuticas. Mas, para lidar com abstinência, muitos pacientes acabaram recorrendo à heroína. Devido à demanda cada vez maior pelas drogas, a criminalidade no país disparou.

Dopesick é estrelada por Michael Keaton, que interpreta um dedicado médico de uma comunidade mineradora, que passa a prescrever o medicamento para aliviar dores crônicas de seus pacientes. A série mergulha também nos bastidores da Purdue Pharma – e da família de bilionários que a controla – e nas investigações de promotores federais e oficiais do DEA (o órgão antinarcóticos americano), como a personagem da atriz Rosario Dawson.

A série estreou em outubro na plataforma Hulu (disponível apenas nos EUA) e é baseada no livro Dopesick: Dealers, Doctors, and the Drug Company That Addicted America (“Traficantes, médicos e a empresa de drogas que viciou a América”, em tradução livre), um best-seller da jornalista norte-americana Beth Macy – e que não possui versão no Brasil.

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Danny Strong, produtor-executivo da série, já tinha experiência em adaptar histórias reais muito antes de Dopesick. Ele escreveu os roteiros de Recount (2008), sobre a recontagem dos votos da Flórida durante as eleições para presidente de 2000 nos EUA, e Game Change (2012), baseado na corrida presidencial de 2008.

Mas Dopesick, ao contrário de seus trabalhos anteriores, nunca foi pensada para virar um longa-metragem. “Eu achei tão perturbador [o caso da Purdue Pharma] que não quis produzir um filme, como foi proposto para mim inicialmente”, afirmou Danny em entrevista à Super. “Senti que precisava fazer uma série em oito partes, para expor tudo o que fizeram e os crimes que cometeram.”

Macy, autora do livro que inspirou a série, participou da produção junto a Danny, sobretudo expandindo as pesquisas sobre a crise dos opioides. “Mesmo depois de começarmos, muito material apareceu. Nós fomos capazes de fazer entrevistas, conseguir arquivos judiciais, documentos vazados… E pudemos colocar tudo isso na série”, contou.

Em setembro, a Purdue Pharma se comprometeu a pagar 4,5 bilhões de dólares em troca de imunidade em eventuais ações judiciais. Meses atrás, outras quatro farmacêuticas dos EUA concordaram em pagar 26 bilhões de dólares para resolver suas partes em processos que as culpavam por alimentar a crise dos opioides.

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Além de Keaton e Dawson, o elenco da série é composto por nomes como Peter Sarsgaard, Michael Stuhlbarg, Will Poulter e Kaitlyn Dever. “Um grupo brilhante” de atores, nas palavras de Danny, que mergulharam em pesquisas sobre a crise e conversaram com pessoas reais para entender como suas vidas impactadas pelo vício.

Assista ao trailer da série:

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