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E se o mundo estivesse sob um só governo?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h02 - Publicado em 25 jul 2010, 22h00

Maurício Horta

Uma União Europeia em escala mundial ou um império global? Nenhuma delas – se o mundo estivesse sob um mesmo governo, o mais provável é que ele se limitaria a um sistema único de defesa. Nada de derrubar totalmente as fronteiras: as diferenças culturais impediriam a criação de uma lei única. Ainda assim, um mundo sob o poder de um único Estado não apenas é possível como há teóricos que o consideram inevitável. Por quê? Porque hoje as pessoas já não fazem parte apenas de seu país mas também de uma “sociedade mundial” – um malaio pode trabalhar para uma empresa alemã, lutar pela preservação da Amazônia, casar-se com uma egípcia e ser fã de filmes indianos. E questões importantes como o aquecimento global aumentam o interesse na cooperação entre países. Isso deveria diminuir o interesse em fazer guerras. Ainda assim, nada impede as ameaças de governos malucos como a Coreia do Norte nem o crescimento de grupos terroristas. Para combater isso, as nações estão caminhado em direção a uma “defesa coletiva”. Por exemplo, a Otan continua unida e crescente, mesmo depois da Guerra Fria. Mas tem um problema: alianças dos mais fortes alimentam o ressentimento dos mais fracos, e o 11 de Setembro deu uma amostra do que os mais fracos são capazes. Numa escala maior, é o fim da civilização. A solução final, proposta pelo sociólogo alemão Alexander Wendt, seria cada país abrir mão de sua soberania e atribuir sua defesa a um “Estado mundial”. Nele, quem mandaria não seria o mais forte, mas, sim, um Parlamento com número de deputados proporcional à população de cada país. E daria certo? É o que vamos ver aqui.

Podres poderes
Um governo mundial pareceria mais justo e democrático. Mas só pareceria. A economia entraria em colapso. E estaríamos à mercê dos militares

CHORA, CHINA
As coalizões internacionais para fazer frente a China e Índia no Parlamento global:

UNIÃO SUDESTE – ASIÁTICA
PRINCIPAIS PAÍSES:
Indonésia, Filipinas, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã.

EUROPA
PRINCIPAIS PAÍSES:
Alemanha, Reino Unido, França e Itália.

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AMÉRICA LATINA
PRINCIPAIS PAÍSES:
Todos das Américas do Sul e Central, mais o México.

ARÁBIA
PRINCIPAIS PAÍSES
Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes e Egito.

ÁFRICA OCIDENTAL
PRINCIPAIS PAÍSES:
Nigéria, Gana, Libéria, Mali, Níger, Senegal e Togo.

Câmara mundial de deputados
Num regime 100% democrático, o número de congressistas seria proporcional ao de habitantes. E os países menores teriam que se unir para ter algum poder. Em uma câmara de 1 000 deputados, estes seriam os maiores representantes:

LEIS LOCAIS
A Constituição Mundial seria mínima para que diferenças culturais não fossem tratoradas. O aborto continuaria legal na China e na Índia, mas cristãos e muçulmanos não seriam obrigados a aceitá-lo. Afinal, se o Parlamento mundial decidisse por um lado ou por outro em casos assim, correríamos o risco de surgirem movimentos separatistas.

PARLAMENTO GLOBAL
O número de deputados de cada país seria proporcional ao de habitantes. Para garantir alguma representatividade, nações com interesses parecidos se uniriam. Entre os partidos, o comunista seria o maior, com 29% das cadeiras. Já a aliança de partidos democráticos dos maiores países alcançaria 42%. Resultado: para conseguirem aprovar seus projetos, tanto os democratas quanto os comunistas precisariam do apoio do centrão (21%), representados por deputados de países pequenos, como ilhas do Caribe. Com a disparidade econômica entre as regiões, a compra de votos rolaria solta.

MOEDA ÚNICA
Uma moeda global reduziria os custos de transações entre países e incentivaria o comércio. Lindo. Mas ela é quase impossível. Sem poder para imprimir suas próprias notas, países menores não teriam como combater recessões injetando dinheiro no mercado. Os pequenos tenderiam a quebrar, como aconteceu com a Grécia no mundo do euro.

EXÉRCITO DE UM COMANDO SÓ
Forças do bem
Os militares sob uma só autoridade, representada por todos os países, iria muito além das alianças de hoje, como a Otan: embora prometam não agredir uns aos outros, os aliados continuam podendo agir por vontade própria – como os EUA atacando o Iraque. Num governo mundial, qualquer guerra precisaria ser aprovada pelo Parlamento mundial.

Golpe militar
Mas tem um outro lado: é impossível garantir que as Forças Mundiais não deem um golpe e dissolvam o Parlamento. A maior parte dos teóricos acha que isso seria inevitável. É que não haveria aliado interplanetário para derrubar a ditadura ou contrabandear armas para guerras de libertação. Acabaríamos numa Coreia do Norte versão ilimitada.

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