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Grandes Mágicos – Dynamo

Com um dvd de mágica, o menino de Bradford conquistou a Inglaterra e virou celebridade.

Por Felipe Floresti
Atualizado em 24 out 2020, 16h59 - Publicado em 24 abr 2020, 20h40

Steven Frayneera a vítima perfeita para o bullying dos colegas de classe: era pequeno e magricela. Por conta da doença de Chron, uma condição crônica que afeta todo o sistema gastrointestinal e causa dores constantes, o menino crescera menos do que todos na escola. E era alvo fácil para a brincadeira do momento: pegar alguém à força, enfiar em uma lixeira e jogar ladeira abaixo. Mas Steven aprendeu a se defender. Em uma das vezes, ele apertou forte o cotovelo dos encrenqueiros. Ninguém foi capaz de levantá-lo. Foi seu primeiro truque mágico.

Os “poderes mágicos” nada mais eram do que uma técnica aprendida pelo bisavô de Steven para tirar a força de outra pessoa. Mas os moleques não sabiam. “Eles começaram a espalhar rumores de que eu era um demônio e me deixaram quieto”, contou, anos depois, ao jornal britânico The Sunday Times. Não tinha nada de sobrenatural: era pura fisiologia.

Steven vivia em um bairro perigoso de Bradford, no norte da Inglaterra, e viu na mágica não só uma proteção contra os valentões – mas também uma saída para sua realidade violenta. Começou a praticar truques com cartas e percebeu que as pessoas se aproximavam dele.

Só dez anos depois, em Londres, o jovem profissionalizou a brincadeira. Envolvido com o movimento hip-hop, copiou a ideia das compilações de clipes musicais, mas com uma mudança: mágicas no lugar de canções. Driblou seguranças e invadiu bastidores de celebridades, como Chris Martin, vocalista do Coldplay, e do rapper Snoop Dogg. Todos aparecem no primeiro DVD de Steven, lançado em 2005, à custa de empréstimos e ajuda de amigos: o Underground Magic, um compilado com truques de cartas, levitação e transposição de objetos.

Mas Steven ficou para trás. Em 2010, o mágico adotou um nome artístico: Dynamo. O apelido surgiu durante uma celebração do centenário de Houdini, com David Blaine, Aaron Fischer e outros mágicos. Após uma apresentação, alguém da plateia gritou “esse menino é um dínamo”. O nome pegou e a carreira de Dynamo deslanchou.

No ano seguinte, Dynamo ganhou uma série de televisão: Dynamo: mágica impossível. Para promovê-la, caminhou pelas águas do rio Tâmisa, em frente a centenas de testemunhas. Continuou com os shows de rua, documentados em vídeos, com números como o celular que para dentro de uma garrafa de água, ou a cópia perfeita dos números e nome do cartão de crédito de algum voluntário. Dynamo já levitou sobre o Shard, o maior prédio da Europa, com 310 metros de altura, e circulou por Londres do lado de fora de um ônibus (em outro número de levitação).

Apesar do sucesso, não faltam críticas de outros mágicos. A maior delas é que os truques de Dynamo só funcionam na TV, com uso de tecnologia visual e cúmplices contratados (no caso da levitação do rio Tâmisa, havia um bloco invisível embaixo d’água e quem nadava naquele momento eram só atores). Ainda assim, Dynamo encanta pelo talento e pela criação de novos números a cada ano. E dá trabalho a quem tenta revelar seus segredos.

Levitação pelas ruas de Londres

Como é

Dynamo passeou pela cidade de Londres levitando do lado de fora de um ônibus, com uma das mãos apoiada no teto do veículo. Um cinegrafista registrou todos os momentos – e as expressões de surpresa de quem passava pelas ruas. (Jonatan Sarmento/Superinteressante)

O segredo

O braço que aparece preso junto ao ônibus é falso e esconde uma haste de metal. O braço verdadeiro está escondido sob a roupa. Dessa haste, surgem amarras de tecido que sustentam o peso do mágico – e criam a ilusão da levitação. (Jonatan Sarmento/Superinteressante)
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