Leandro Sarmatz
Tim Burton é um sujeito estranho. Praticamente toda sua filmografia é baseada em surradíssimas formas do cinemão americano. E ele parece ter gosto por aqueles gêneros considerados menores: heróis de HQs (Batman), catastrofismo intergaláctico (Marte Ataca!), criaturas de laboratório (Edward Mãos de Tesoura). Burton é tão esquisito que chegou a fazer um filme – Ed Wood – sobre o mais insólito e fracassado diretor de Hollywood.
Burton acaba de realizar uma nova versão de O Planeta dos Macacos, com Mark Walbergh e Helena Bonham Carter, com estréia no Brasil prevista para o mês que vem. Como foi divulgado por aí, a mais recente aparição do mundo criado originalmente pelo escritor francês Pierre Boulle (La Planète des Singes, 1963) não é uma refilmagem (remake, como se diz em português…). É uma nova edição – e com a óptica bastante particular de Burton, diretor meticuloso acima da média e atento a todos os detalhes visuais.
Será que O Planeta dos Macacos vai assustar os neófitos? Nos anos 70, nas tardes da Globo (sábado?), a petizada era assombrada pelas desventuras do homo sapiens nas mãos (patas?) dos temíveis macacos. Década dourada dos enlatados: S.W.A.T, Casal 20 e outras séries prendiam a atenção naquele improvável mundo pré-DVD. Esquisito pacas era contemplar um tempo apocalíptico em que a altaneira raça humana era a ralé do universo. E, para piorar as coisas, ainda havia um programa humorístico com o esperto nome de Planeta dos Homens. Lembra?