Manual: como fazer grafite?
Das técnicas de desenho aos truques com as latas de tinta, veja o que você precisa saber antes de sair colorindo muros ruas afora.
Aula de tipografia
Conheça as principais letras. A bomb (ou bubble) é aquela mais gordinha e arredondada. Sua escrita costuma ser rápida e com poucas cores. Há também as letras 3D, feitas com linhas retas e com mais detalhes, como textura, sombra e, claro, profundidade. A wildstyle (“estilo selvagem”) deriva do 3D e as letras se entrelaçam.
Baby steps
Comece rabiscando no papel com lápis e canetinhas. Aprenda fundamentos da técnica dos desenhistas, como plano de fuga (para criar perspectiva) e anatomia (para criar personagens). Depois, pratique em telas, para ter contato com as tintas. Vale conhecer também o estêncil, técnica que usa um molde recortado (de papelão, por exemplo).
Na lata
Para controlar melhor o spray, os grafiteiros aliviam a pressão da lata virando-a de ponta-cabeça e apertando a válvula (o que libera gás, mas não tinta). Há também diferentes tamanhos de bico (os caps), que mudam a espessura do traço. Como as latas são caras, os artistas usam tinta convencional sobretudo para pintar o fundo e preencher desenhos.
Na régua
Para manter as proporções de um desenho feito no papel ao transferi-lo para um mural, utiliza-se um grid. Os artistas enchem a parede com números ou com uma malha quadriculada, e aplicam essa mesma guia no desenho original (à mão ou no Photoshop). Assim, é possível saber o real tamanho que cada elemento do desenho precisa ocupar na parede.
Para saber mais
– Não tem onde pintar? Procure oficinas e festivais de grafite que oferecem espaço a iniciantes. E tente ser assistente de grafiteiros experientes em grandes projetos.
– Outra opção é pedir para um vizinho liberar o muro para a sua arte. Só não vale “atropelar” (apagar ou pintar sobre o grafite de alguém sem o devido consentimento).
– Tintas especiais para grafite duram mais que as convencionais. Mas mesmo elas desbotam com o tempo. Tudo bem: o grafite é uma arte efêmera.
– O grafite não é só uma estética. Ele é um pilar do hip-hop, junto com o rap, os DJs e o breaking. Conhecer o movimento é tão importante quanto dominar a técnica.
Agradecimentos: Paula Lage, produtora-executiva do Fábrica de Graffiti, e Leandro Hisne, arte-educador do Fábrica de Graffiti.