Não foi bem assim: 5 filmes com erros históricos
“Arrumem o que fazer", declarou o diretor Ridley Scott aos historiadores que criticaram o seu último filme, "Napoleão". Confira algumas imprecisões da cinebiografia – e de outras produções de Hollywood.
Napoleão (2023)
No filme, Bonaparte (Joaquin Phoenix) assiste em Paris à decapitação da rainha Maria Antonieta, em 1793. Errado: naquele momento, ele estava a 800 km dali, lutando contra os britânicos em Toulon, no sul da França. O filme também derrapa ao mostrar um ataque de Napoleão às pirâmides do Egito. Ele e suas tropas estiveram por lá em 1798 – mas não atingiram os monumentos.
Coração Valente (1995)
Na obra de Mel Gibson sobre William Wallace, líder da revolta escocesa contra o domínio inglês no século 13, a lei da primae noctis (“primeira noite”) dizia que um senhor feudal poderia dormir com qualquer mulher que estivesse se casando. Não há evidências, porém, de que tal regra tenha existido. Além disso, os personagens vestem kilts – mas essas saias só surgiram no século 18.
Gladiador (2000)
Como em quase todo filme sobre o Império Romano, o destino dos gladiadores ali é determinado por um gesto do imperador: polegar para cima, o derrotado na arena pode sair vivo. Para baixo, morre. Mas isso nunca existiu. O gesto foi criado num quadro de 1872: Pollice Verso (“Polegar Invertido”), do francês Jean-Léon Gérôme. E aí entrou para a cultura pop.
Mais: o filme estrelado por Russell Crowe se passa no século 2 d.C., quando o Coliseu ainda se chamava Anfiteatro Flaviano. O nome atual da arena (e que aparece no longa) só foi adotado 800 anos depois.
Alexandre (2004)
Neste épico de Oliver Stone sobre Alexandre, o Grande (356 a.C. – 323 a.C.), rei da Macedônia, soldados da Pérsia usam turbantes e falam árabe. Eles não usavam esse acessório, e seu idioma era o… persa. Mais: o Farol de Alexandria, cidade fundada por Alexandre (Colin Farrell), aparece em uma cena de 285 a.C. – mas ele só começou a ser construído no ano seguinte.
O Jogo da Imitação (2014)
Uma pesquisa mostrou que só 44% desta cinebiografia de Alan Turing (Benedict Cumberbatch) é fiel aos fatos. O matemático, por exemplo, não desenvolveu sozinho a máquina que decifrou os códigos alemães na 2ª Guerra. Ele colaborou com o britânico Gordon Welchman, que não aparece no filme. E Turing nunca conheceu John Cairncross, espião soviético que o chantageia na história.