Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

Netflix usa luz magenta para melhorar suas cenas com tela verde

Eliminar a tela verde pode dar trabalho na pós-produção. A solução foi iluminar os atores com luz magenta para ganhar tempo na edição

Por Leo Caparroz
Atualizado em 12 jul 2023, 18h25 - Publicado em 12 jul 2023, 18h15

Você já deve ter visto cenas de bastidores de algum filme e se deparado com uma grande tela verde atrás dos atores. Esse é o Chroma Key, que faz parte de uma técnica que substitui a cor verde por uma imagem na pós-produção do filme.

A mesma coisa é feita durante previsões do tempo e alguns programas de auditório na televisão. A tela verde (ou azul) é uma cor bem forte e contrastante, o que torna a remoção digital mais simples e evita que pedaços do corpo sejam removidos acidentalmente.

Só que algumas coisas podem confundir o computador: roupas em tons de verde, maquiagem, objetos transparentes ou finos, como mechas de cabelo. Por causa disso, para filmes e séries, editores especializados preferem ajustar o vídeo manualmente – um processo que pode levar horas para um único clipe.

Para facilitar o trabalho da produção, pesquisadores de um estúdio vinculado à Netflix combinaram a tela verde com luzes coloridas e inteligência artificial para  criar efeitos visuais realistas.

Mais rápida e precisa, a técnica foi chamada de Magenta Green Screen (MGS), e consiste exatamente no que o nome quer dizer: os atores são filmados na frente da tela verde, enquanto são iluminados com luzes de cor magenta.

Continua após a publicidade

Azul, verde e vermelho são as três cores que compõem a luz emitida pela tela. Câmeras digitais funcionam atribuindo um valor individual para cada pontinho do vídeo (determinado pixel, por exemplo, pode ter 50% de vermelho, 20% de azul e 30% de verde). O que os pesquisadores da Netflix conseguiram com a técnica foi criar uma composição em que os pixels do fundo da imagem só têm verde, e os do primeiro plano, dos atores em magenta, têm variações de vermelhos e azuis (além de preto, a ausência da cor).

A precisão da técnica é tamanha que foi capaz de contornar objetos complicados de serem gravados – como garrafas transparentes e cabelo. Isso economiza tempo e esforço dos editores de efeitos especiais, que podem se concentrar em outras tarefas.

“Mas os atores não ficam roxos?” Ficam, mas tudo se ajeita com uma boa correção de cor – o que já é feito em praticamente todas as produções, em algum grau. Os pesquisadores elevaram o nível e empregaram uma “técnica de colorização com aprendizado de máquina” para agilizar o processo. Usando uma referência com iluminação normal, eles treinaram uma IA para saber como a composição deveria ficar. Assim, ela “repinta” o vídeo, eliminando o tom de magenta. 

Continua após a publicidade

Além de potencialmente mais rápida e mais precisa, a nova técnica não limita o que os atores podem vestir. Nos testes, uma mulher usa um vestido verde e segura uma garrafa de vidro verde e nenhum dos dois desaparece quando o efeito é aplicado.

Contudo, a técnica ainda tem alguns empecilhos. Apesar da substituição do fundo verde ser feita em tempo real, a correção de cor com a IA ainda não é. Os pesquisadores estão trabalhando em técnicas para eliminar o magenta durante a filmagem e facilitar a visualização no set – o que pode tornar a técnica mais viável para produções reais.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.