O que é kuduro?
Ritmo angolano surgiu na década de 1980 e é inspirado nos movimentos do ator Jean-Claude Van Damme no filme Kickboxer.
Davi Rocha
É um estilo musical dançante e rápido, que nasceu em Angola. Nos últimos anos, o ritmo invadiu as pistas de dança mais alternativas do Brasil e, recentemente, uma versão mais pop e aguada foi escolhida como música-tema da novela Avenida Brasil, da Globo. Criado pelo dançarino e produtor Tony Amado, o kuduro – que, como o nome sugere, é um neologismo para “bunda dura”– mistura elementos eletrônicos com o folclore do país africano. A dança é agressiva e agitada como os golpes de Van Damme. Basicamente, o sujeito apoia as mãos nos quadris e abre e fecha os braços freneticamente enquanto flexiona o joelho para dentro e fora das pernas. As letras mesclam português com dialetos locais e falam do cotidiano pobre e de sexualidade. Sim, como o funk carioca.
Clique aqui e assista a 5 vídeos para aprender a dançar Kuduro
Assim como o ritmo brasileiro, o kuduro faz parte de um fenômeno cultural típico do século 21, chamado global guettotech. São estilos musicais da periferia, que se espalham graças ao mercado informal e à internet. Por exemplo, um dos acessos mais comuns dos angolanos ao kuduro é nas candongas, vans que circulam por Luanda levando as pessoas ao trabalho e vendendo CDs. Com a internet, o estilo se espalhou pelo mundo e influenciou artistas como a cantora anglo-cingalesa M.I.A. E o próprio estilo se reinventou. O tema de abertura da novela, por exemplo, é bem diferente do ritmo original. “Kuduro é música fluida que se transforma o tempo todo”, diz Ronaldo Lemos, professor visitante da Universidade de Princeton, Estados Unidos, e pesquisador do assunto.
Outros ritmos de sucesso – na periferia e no YouTube
Kwaito
Nascido na África do sul, mistura house, percussão e rap. As letras tratam do orgulho africano e da realidade nas townships, guetos da época do Apartheid.
Artista para ouvir: Gazza.
Cumbia
Vem da Colômbia, mas tem variações em outros países latinos, sempre com ritmos eletrônicos. A cumbia villera, da Argentina, tem influência do funk carioca.
Artista para ouvir: Bomba Estereo.
Tecnobrega
Depois do funk carioca e do calipso paraense, o estilo, também do pará, começa a conquistar o país. Ele mistura sintetizadores, carimbó, siriá, calipso e guitarradas.
Artista para ouvir: Gaby Amarantos.