O reino dos anões
Parque de diversões na China é o primeiro em que todos os funcionários têm menos de 1,3 metro de altura
Marcella Chartier
Carrossel? Montanha-russa? Brinquedos radicais? No Reino das Pessoas Pequenas, um parque de diversões construído na China, a grande atração é outra: todos os 120 funcionários são anões. O parque fica a 40 minutos da cidade de Kunming, no sudoeste da China, e foi aberto em setembro. A entrada custa o equivalente a US$ 9, e a graça é dar risada dos anões: as atrações do parque são shows humorísticos, como uma paródia de O Lago dos Cisnes em que os anõezinhos vestem roupas de balé e chegam numa BMW transformada em disco voador. O parque, que fica num terreno de 50 mil m2, é completamente adaptado às pessoas de baixa estatura, com árvores, casas e até cães de estimação pequenos – tudo para ajudar os funcionários, que têm entre 18 e 40 anos e moram lá mesmo.
A cada semana, pelo menos 3 anões chegam em busca de emprego. E os funcionários do parque, criado pelo empresário chinês Chen Mingjing, dizem que não se sentem humilhados. Mas o caso gerou protestos da Federação de Pessoas Deficientes da China e de outros grupos. “Eles (os donos do parque) são contraditórios. Dizem que estão dando emprego, mas na verdade estão excluindo essa população (os anões) da sociedade. É abominável”, afirma Kênia Maria Hubner Pottes, da Associação Gente Pequena do Brasil, ong que defende os anões. Talvez por toda essa polêmica, o parque ainda não tenha decolado – tem atraído poucos visitantes, e dá prejuízo.