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O sopro do jazz

Um século de inovação musical

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 29 fev 2004, 22h00

Carlos Calado

Mais que um gênero musical, o jazz é um dos fenômenos culturais mais expressivos do século 20. Foi criado nos Estados Unidos por descendentes dos negros escravizados, misturando influências africanas e européias. Hoje é tocado no mundo todo, com inúmeros sotaques locais. Acompanhando a evolução do jazz nestas páginas, você vai encontrar indicações das melhores e mais representativas obras de cada fase, mesmo que tenham sido gravadas anos depois.

Raízes

Work Songs – Canções de trabalho de origem africana criadas pelos escravos

Blues – Forma musical de ascendência africana que serviu de base a toda a música negra norte-americana

Spirituals – Canções e hinos religiosos de origem africana

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Ragtime – Música para piano típica do final do século 19, que misturava influências eruditas e ritmos negros

1900 – New Orleans

Conhecida como “berço do jazz”, a cidade de New Orleans batizouo estilo pioneiro. As primeiras bandas de jazz tinham seção rítmica e um trio de solistas (cornet, clarineta e trombone). Os improvisos ainda eram simples enfeites melódicos

Louis Armstrong – Hot Fives (1926)

King Oliver – Louis Armstrong/King Oliver (1924)

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Sidney Bechet – The Chronological Sidney Bechet (1936)

Jelly Roll Morton – Jelly Roll Morton (1926)

Anos 10 e 20 – Dixieland chicago

Se New Orleans foi a primeira capital do jazz, Chicago tornou-se a segunda. Músicos brancos também aderiram ao novo gênero, forjando dois subestilos. Educados na tradição erudita, os adeptos do dixieland e do chicago tocavam um jazz mais técnico, mas ainda bem próximo do new orleans

Original Dixieland Jazz Band – The 75th Anniversary (1921)

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Bix Beiderbecke – Singin· the Blues (1927)

Anos 30 – Swing

O final dos anos 20 deflagrou a era das big bands. As orquestras do swing tomaram os salões de dança e as rádios com um repertório mais centrado em canções. Os vocais dos crooners tinham destaque, mas também havia espaço para os solos dos instrumentistas. Há quem veja no swing uma representação do ideal de poderio econômico dos EUA

Duke Ellington – Early Ellington (1931)

Count Basie – April in Paris (1956)

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Benny Goodman – The Birth of Swing (1936)

Lester Young – Master Takes (1949)

Anos 40 – Bebop

O primeiro estilo moderno do jazz surge em Nova York. Nas madrugadas, após o expediente nas big bands, os músicos se reuniam em jams, sessões informais para improvisar. Centrado em pequenos grupos (os combos), o bebop trouxe melodias mais assimétricas, harmonias mais dissonantes e improvisos mais livres

Charlie Parker – Charlie Parker Story (1947)

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Dizzy Gillespie – Shaw Nuff (1946)

Thelonious Monk – Brilliant Corners (1956)

Bud Powell – The Amazing Bud Powell (1951)

Início dos anos 50 – Cool West Coast Third Stream

Uma profusão de estilos aparece aqui. Mais cerebral, o cool surge como uma resposta meio erudita ao bebop. Tocado por músicos da costa oeste americana, também ficou conhecido por west coast. A third stream propunha uma fusão do jazz e da música de concerto

Gerry Mulligan – What is There to Say (1959)

Chet Baker – Italian Sessions (1962)

Dave Brubeck – Time Out (1959)

Fim dos anos 50 – Hard Bop Funky

Músicos de Nova York reagem ao classicismo do cool e do west coast. Chegam ao hard bop, um bebop mais envolvente e de alto nível técnico. O pianista Horace Silver desenvolve o funky, um modo mais emotivo de tocar o blues, com forte influência do gospel

Miles Davis – Kind of Blue (1959)

Art Blakey – Moanin· (1958)

Horace Silver – Finger Poppin· (1959)

Sonny Rollins – A Night at the Village Vanguard (1957)

Charlie Mingus – Mingus Ah Um (1959)

Bill Evans – Waltz for Debby (1961)

Anos 60 – Free Vanguarda Bossa Nova

Os movimentos libertários dessa década inspiraram o estilo que rompeu com toda a tradição do jazz. O free (ou avant-garde) investiu contra o tonalismo e explodiu a regularidade do ritmo. A intensidade ao tocar era tamanha que os músicos atingiam uma espécie de catarse. Por outro lado, a bossa nova inscreveu o samba entre as fusões latinas do jazz

John Coltrane – A Love Supreme (1964)

Ornette Coleman – Free Jazz (1960)

Stan Getz – Jazz Samba (1962)

Anos 70 – Jazz Rock Fusion

A expansão do rock e do pop, nos anos 60, levou à inevitável fusão desses gêneros com o jazz. Miles Davis atuou como o grande catalisador dessa mistura com seu disco Bitches Brew, de 1969. Mesmo assim, a década de 70 foi marcada pela diversidade de estilos praticados

Herbie Hancock – Headhunters (1973)

Chick Corea – Light as a Feather (1972)

Mahavishnu Orchestra – Birds of Fire (1972)

Anos 80 – Neobop M-base

O ecletismo se fortaleceu mais na cena do jazz. Não houve um estilo predominante, mas uma geração de músicos jovens, liderada por Wynton Marsalis, despertou um novo interesse pelo jazz clássico dos anos 50. Já a M-Base de Steve Coleman e outros de Nova York propôs inovadoras fusões de free, funk, bebop, rap e hip hop

Wynton Marsalis – Black Codes (1985)

Steve Coleman – Strata Institute Cypher Syntax (1986)

Pat Metheny – Question and Answer (1989)

Anos 90 e 2000 – Acid Jazz Jazz-Rap smooth Jazz

Um maior interesse pelo jazz incentivou o smooth jazz, derivação da fusion calcada em misturas com o rhythm’n’blues e o funk. O acid jazz e o jazz-rap provam que o gênero continua aberto a fusões

Joe Lovano – From the Soul (1991)

Dave Douglas – Charms of the Night Sky (1997)

John Scofield – A Go Go (1997)

Dave Holland – Points of View (1997)

Jason Moran – Modernistic (2002)

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