Dante Grecco
Numa narrativa envolvente, detalhista e baseada em pesquisa minuciosa, o jornalista Paul Hoffman, que foi presidente da Enciclopédia Britânica e editor-chefe da revista Discover, se propõe a contar a história de Alberto Santos Dumont, um dos inventores mais importantes do século 20. O autor o retrata como um homem genial, criativo, ousado, obstinado e perfeccionista. E também generoso e romântico.
O livro comprova que Santos Dumont foi o primeiro a voar na Europa e realizou a primeira exibição pública de vôo de uma máquina mais pesada que o ar, mas não o coloca categoricamente na frente dos irmãos Wright na invenção do avião.
Desde criança, Dumont sonhava em construir veículos que voassem. Em Paris, aonde chegou em 1891, com 18 anos, se dedicou aos balões dirigíveis.
Fez vários vôos sobre a cidade. Num deles, quase morreu quando seu balão desabou sobre um hotel. Em 1901, foi ovacionado por uma multidão ao contornar a Torre Eiffel com seu balão Nº 6.
Os vôos de “Petit Santos” – ele media 1,60 metro e pesava cerca de 50 quilos – eram acompanhados por milhares e viravam notícia em Londres e Nova York. “Idealista, ele não queria ganhar dinheiro com as invenções e não se preocupava em patenteá-las. Dizia que pertenciam à humanidade”, relata Hoffman.
Além de esmiuçar a vida de Santos Dumont, Asas da Loucura retrata também outros pioneiros da aviação. E vai fundo na tristeza que assolou Dumont no fim de sua vida. Doente e deprimido, e ao ver o uso militar dos aviões, Dumont se suicidou no Guarujá, litoral de São Paulo, aos 59 anos de idade.