Rodrigo Cavalcante
Eles não podiam ser mais diferentes. De um lado, Stephen King, um dos escritores mais populares do mundo, autor de mais de 30 best-sellers de suspense – boa parte deles sucessos também no cinema, como O Iluminado, Carrie, a Estranha e À Espera de um Milagre. No outro corner, Harold Bloom, defensor dos clássicos da literatura ocidental e crítico implacável do tipo de literatura que King faz (numa recente entrevista à Veja, disse que não agüentava ler nem dois parágrafos do romancista). Curiosamente, os dois acabaram de publicar livros que falam da importância da literatura em suas vidas. E é divertido para o leitor comparar visões tão diferentes sobre o mesmo assunto.
Em On Writing (ainda sem previsão para ser publicado no Brasil), King faz uma espécie de autobiografia com ensinamentos para escritores iniciantes. Ele conta detalhes de sua rotina como escritor, além de dar dicas para planejar um bom livro.
Já Bloom, em Como e Por Que Ler (Objetiva), defende que apenas os autores clássicos dão ao leitor a sabedoria que eles não encontrarão em nenhuma outra fonte de informação. Ao escrever sobre Cervantes, Dickens, Proust e Dostoiévski, ele também revela um pouco da sua vida, marcada pela leitura desses escritores. E aí, vai de vinho ou refrigerante?
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