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Por que existem tantos álbuns de Natal?

Jazz, Hip Hop, Heavy Metal. Quase todo artista tem o seu, e por um simples motivo: as vendas costumam ser boas.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 21 dez 2020, 10h42 - Publicado em 25 dez 2019, 13h36

No dia 25 de novembro de 2019, a cantora Mariah Carey entrou para o Guinness. Ela conquistou nada menos do que três recordes mundiais, todos com a mesma música. Não, não foi com um hit recém-lançado, mas sim com “All I Want For Christmas Is You” – sim, uma canção de Natal.

Lançada em 1994, “All I Want…” é sucesso absoluto nessa época do ano. A música se tornou a canção de Natal/Ano Novo mais bem colocada no ranking americano U.S. Hot 100 e a que mais vezes chegou no top 10 do Reino Unido, além de ser a faixa mais reproduzida em 24 horas por uma artista mulher no Spotify. 

O hit não ficou para trás. Para comemorar os 25 anos da música, em 2019, Carey lançou uma nova versão do clipe no início de novembro, logo depois do Dia das Bruxas – um lembrete que a época de Natal havia oficialmente começado.

Natal eclético

Mas você deve ter reparado, entre uma garfada e outra de pernil, que não é só a cantora que bebe da fonte natalina. Quase todo artista dos EUA possui uma música ou álbum especial de Natal. A lista é extensa: dos clássicos, Elvis Presley, Johnny Cash, Frank Sinatra, James Brown, Beach Boys, Jackson Five. Tem também de estrelas do jazz, como B.B. King, e de boy bands, como New Kids On The Block e Hanson (alô, anos 1990).

Há também algumas peculiaridades, como o álbum de Natal do desenho animado South Park; o dos atores do musical Grease, Olivia Newton-John e John Travolta; os discos de bandas de punk e heavy metal, como Bad Religion e Twisted Sister; e a coletânea da gravadora Death Row, que foi importante para a cena do hip hop nos anos 1990.

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Christmas os Death Row, lançado em 1996, possui faixas inusitadas (e cheias de palavrões), como “Santa Claus Goes Straight To The Ghetto” (“Papai Noel vai direto para o gueto”, em inglês), do rapper Snoop Dogg. O álbum vendeu 200 mil cópias, e toda a renda foi doada.

Mas talvez o troféu de excentricidade natalina vá para Sir Christopher Lee. O ator, morto em 2015, ficou conhecido por interpretar os vilões Saruman, de O Senhor dos Anéis, e Conde Dooku, de Star Wars. Mas nos anos 1990, Lee tentou uma carreira paralela: a de cantor de heavy metal. Nessa época, ele lançou algumas versões hardcore de músicas natalinas, como “Jingle Hell” – um trocadilho com “Jingle Bell”:

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Por que tantos álbuns?

Muitos artistas dizem que a razão por trás de álbuns e músicas natalinas é gostar, genuinamente, dos feriados de fim de ano. De fato, é verdade, mas segundo uma reportagem do site Vox sobre o tema, há outro motivo também: gravar discos do tipo sempre rendeu uma boa grana.

Lançar um álbum de Natal é uma boa maneira de ganhar dinheiro, especialmente em um ano em que os artistas não lançaram nada inédito. Além disso, clássicos natalinos costumam ser antigos (século 19, ou início do século 20). Isso significa que os direitos autorais das músicas já expiraram ou sequer existiram, caso a autoria seja desconhecida – o que barateia a produção do disco.

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O especial de Natal do Elvis é o mais vendido de todos: 10 milhões de cópias. No top 10 de álbuns natalinos, tem até artista que não comemora o Natal. Barbara Streisand é judia, mas seu A Christmas Album está na lista.

Outro caminho é compor músicas natalinas autorais, como o “All I Want…” de Mariah Carey. É um investimento a longo prazo: se der certo, a música será tocada todo fim de ano, e outros artistas podem criar uma nova versão dela no futuro.

Mas e o trabalho de criar um clássico natalino do zero? Bom, isso não parece um trabalho para Carey, que diz ter escrito sua música em parceria com o compositor Walter Afanasieff em apenas 15 minutos. É um milagre de Natal.

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