Adriano Silva Diretor de Redação
Me pedem com freqüência para definir os leitores da Super. Respondo que escrevemos para jovens de todas as idades. Gente com sede de conhecimento e de novas informações, interessada em aprender sempre, em colocar à prova suas próprias convicções de tempos em tempos. Gente inteligente, criativa, amiga das luzes e das diferenças, que adora vender e comprar idéias de primeira linha e que, por tudo isso, detesta dogmas, obscurantismo, totalitarismo ideológico, aridez mental. Escrevemos para gente que tem a virtuosa capacidade de rir, inclusive de si mesmo, e que adora divertir-se na mesma medida em que não suporta a chatice e o mau humor de quem se leva a sério demais, de quem eleva a lógica e a linearidade do próprio raciocínio à condição de sagrado e não admite nenhuma sinuosidade, nenhuma sutileza, nenhuma outra possível arguição.
Juventude, na acepção da Super, como se vê, não é uma questão etária, mas de atitude, de postura diante da vida. Um garoto de 17 anos que acha que sabe tudo está tão distante da Super, em sua ignorância faceira, quanto um homem de 80 que tenha a impenetrável soberba de quem acha que já viu, viveu e entendeu tudo o que tinha para ver, viver e entender. Por outro lado, mas da mesma forma, o jovem leitor da Super a que me refiro pode ser tanto uma adolescente curiosa, intelectualmente irrequieta, quanto a sua bisavó que tenha a coragem e o frescor de manter, a despeito dos anos, a mente aberta, porosa a conceitos alternativos e a jeitos inéditos de ver as coisas. É para essa gente – leitores muito bem-informados, rigorosos, exigentes, que várias vezes entendem dos assuntos que tratamos tanto ou mais do que as fontes que entrevistamos para as reportagens – que escrevemos.
A Super, portanto, não é uma revista dirigida a adolescentes nem uma revista escrita só para adultos. Ela quer dialogar, interessar e instigar a ambos. É assim que buscamos, todo mês, fazer da Super a melhor revista de interesse geral do Brasil, fazer dela um manancial de conhecimento e diversão para toda a sua família, que passe de mão em mão entre todos os jovens da sua casa, independente da idade que eles tenham registrada na carteira de identidade. A Disney encanta platéias de 6 a 60 anos com filmes que fazem sonhar. O McDonald’s oferece uma experiência gastronômica e lúdica que atrai e agrada a várias gerações. A Super quer, modesta mas firmemente, no ramo das revistas, alcançar essa mesma excelência: encantar leitores de todas as idades – curiosos inveterados, com cérebros dinâmicos e corações eternamente jovens – com uma experiência literária e estética única, surpreendente, estimulante, enriquecedora. Que faça sonhar, que seja divertida, ilustre a discussão, gere conhecimento.
É um orgulho e um enorme desafio fazer a Super.
asilva@abril.com.br