“Sem Limites”, com Rodrigo Santoro, narra a primeira navegação ao redor da Terra
Batemos um papo com o ator sobre a nova série do Amazon Prime Video, que narra o feito de Fernão de Magalhães no século 16. Confira.
Pouco mais de 500 anos atrás, no dia 20 de setembro de 1519, uma tripulação de mais de 250 homens deixou o porto de Sanlúcar de Barrameda, no sul da Espanha. As cinco caravelas, comandadas pelo navegador português Fernão de Magalhães, partiram em direção ao Atlântico com o objetivo clássico das Grandes Navegações: encontrar novas rotas para o comércio de especiarias com a Índia.
Quase três anos depois, dezoito tripulantes retornaram à Europa, sem Magalhães (liderados pelo espanhol Juan Sebastián Elcano), mas com o mérito de terem concluído a primeira circum-navegação da Terra. A expedição que entrou para a história (e deu nome ao estreito de Magalhães, no Chile) virou minissérie: Sem Limites (Boundless, em inglês), disponível no Amazon Prime Video.
A produção espanhola custou US$ 20 milhões e foi filmada na Espanha e na República Dominicana. Na direção, o americano Simon West, de Lara Croft: Tomb Raider (2001) e Os Mercenários 2 (2012). “Sem Limites” conta com seis episódios de 40 minutos e foi protagonizada por Rodrigo Santoro (Fernão de Magalhães) e Álvaro Morte (Juan Sebastián Elcano), o Professor de La Casa de Papel.
Em entrevista à Super, Santoro disse que a oportunidade de trabalhar na série chegou antes da pandemia, quando ele estava terminando as filmagens do drama Sete Prisioneiros (2021). “Mas aí veio o confinamento, e Sem Limites foi adiada. Então, eu tive muito tempo para estudar sobre o Fernão de Magalhães”.
A pesquisa histórica para Sem Limites foi intensa. Mas é claro que a produção alterou alguns fatos em função do enredo da série – como colocar Magalhães e Elcano em uma mesma caravela.
Reconstruindo a expedição
A expedição é narrada com o ritmo que pede uma grande aventura: o público pode esperar muita ação em cenas com tempestades marítimas e lutas entre os tripulantes e povos nativos dos locais em que aportavam – como a batalha nas atuais Filipinas que culminou com a morte de Magalhães, em abril de 1521.
Para gravar tudo isso, alguns navios foram reconstruídos em tamanho real, e os atores filmaram cenas cercados de paredes azuis de chroma key– que depois seriam substituídas por ilhas e mar. “Me lembrou muito o filme 300, em que eu também trabalhei [como o rei Xerxes]. São experiências em que os atores têm que trabalhar com um nível diferente de concentração e projeção”, explica Santoro.
Santoro precisou aprender a falar o espanhol usado na época e o sotaque do português de Portugal. Além disso, o ator brasileiro tinha em mãos o desafio de mostrar a pessoa por trás da figura histórica de Magalhães. “Ele tem uma imagem polêmica. Alguns o consideram um grande herói, outros um traidor [por ter viajado em nome da Espanha].”
Nascido em 1480, Magalhães se tornou pajem quando criança e foi criado na Corte Portuguesa. Lutou em muitas batalhas por seu país, mas nunca se sentiu reconhecido. Depois de estudar sobre astronomia e navegação por conta própria, recorreu ao monarca espanhol para financiar sua aventura de se lançar ao Oceano.
Entre os 250 homens que o acompanhavam, estava Antonio Pigafetta, nobre italiano que documentou a expedição e escreveu uma espécie de biografia de Magalhães – usada como base para Sem Limites.