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As 13 raças mais peludas de cachorros

Lembra da Priscila, da TV Colosso? Ela era um Old English Sheepdog. Saiba mais sobre esse e outros 12 tipos de mascotes perfeitos para afofar.

Texto: Agência Fronteira | Edição de Arte: Juliana Vidigal | Design: Andy Faria

COLLIE

Origem / Escócia • Temperamento / leal, afetuoso • Porte / 51 a 61cm

Quando Lassie morreu, em 1958, seu treinador Rudd Weatherwax ficou inconsolável. Não assistiu mais aos filmes e seriados estrelados pelo cachorro mais famoso do cinema, com quem conviveu por 18 anos. Rudd enterrou Lassie no seu rancho, construiu uma lápide e visitava o túmulo com frequência. Lassie era na verdade um cão (e não uma cadela) chamado Pal, um rough collie que tem suas patas na Calçada da Fama em Hollywood – com a alcunha de Lassie, é claro.

A paixão entre collies e humanos é recíproca. A raça figura entre as mais apegadas às pessoas – além de ser também uma das mais obedientes, o que explica a fama dos collies como astros da sétima arte. Pal não atuou em toda a série americana. Seus descendentes assumiram o papel do pai em vários episódios e películas – em 2006, o anúncio de um novo filme da mascote famosa causou revolta entre os fãs, que propuseram um boicote só porque a Lassie escolhida não pertencia ao clã de Pal.

O apego aos donos costuma ser tão visceral nos collies que até os não famosos ganham notoriedade com histórias comoventes, como a de Bobby, que percorreu, em 1923, 4,8 mil quilômetros, de Indiana a Oregon, nos Estados Unidos, atrás da família da qual ele se perdeu durante as férias. Na premiação que elegeu por décadas o cão herói nos EUA, a Dog Hero Of The Year Award, patrocinada por uma marca de ração, a raça sempre foi destaque.

<strong>Lassie, a collie mais famosa do cinema, era um macho na verdade.</strong>
Lassie, a collie mais famosa do cinema, era um macho na verdade. (Thinkstock/Getty Images)

Em 1980, o collie Woodie recebeu o troféu depois de ter se jogado de um penhasco de 80 metros para resgatar o namorado da sua dona, a fotógrafa Ane Knitter. Ane não havia percebido que o noivo, Ray, tinha ficado para trás durante uma trilha no Rocky River, em Ohio (EUA). Geralmente calmo, Woodie ficou inquieto até que Ane soltou-o da coleira. O cão saiu em disparada e se jogou no rio para resgastar Ray, que estava se afogando.

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O cachorro ficou empurrando o rosto de Ray para fora d´água, mesmo com os dois quadris quebrados. Ambos sobreviveram. Os collies já eram populares e desejados muito antes de Lassie ser sucesso de público e crítica. Em 1860, em uma visita à Escócia, a Rainha Vitória conheceu pela primeira vez a raça e voltou à Inglaterra com mascotes na bagagem. A raça foi criada nas colinas escocesas para ser a melhor amiga do criador de gado.

Sabe aparar rebanhos, atua como cão de guarda e é um companheiro afetuoso nos horários de folga. São tão leais e servis que treinadores os consideram “os escoteiros” do mundo canino. A habilidade no campo fez da raça item essencial para os pioneiros que colonizaram a América do Norte. No início do século 20, o magnata norte-americano J.P. Morgan importou Wishaw Clinker, um campeão da raça, e desenvolveu um dos maiores canis de collies dos EUA. Desde então, a raça mudou muito: dobrou de tamanho, a pelagem ficou mais espessa e o focinho mais afunilado.

CHOW CHOW

Origem / Mongólia • Temperamento / teimoso • Porte / 46 a 56 cm

Mais parece um leão e tem a língua azul como seu primo, o shar pei. Durante a Dinastia Han (206 a.C a 220 d.C), na China, sua imagem era usada na decoração de lares. Depois, passou a ser servido como comida em países asiáticos, e seu pelo virava casaco de inverno. No século 19, foi exibido em zoólogicos ingleses como animal exótico.

<strong>Freud deixava seu chow chow, Jo-fi, participar das sessões de psicanálise para acalmar pacientes mirins.</strong>
Freud deixava seu chow chow, Jo-fi, participar das sessões de psicanálise para acalmar pacientes mirins. (Thinkstock/Getty Images)
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A aparência de bicho de pelúcia, porém, salvou sua pele. Tornou-se um cão de estimação – Sigmund Freud teve vários animais da raça. Jo-fi, um dos chow chow do pai da Psicanálise, participava de todas as consultas do médico. O psiquiatra acreditava que esses cachorros tinham um dom especial para julgar a personalidade humana com precisão.

Era por essa razão que Jo-fi ficava ao lado de Freud, especialmente nas consultas com crianças nas quais a presença canina servia para acalmar o paciente. O prêmio Nobel Konrad Lorenz, zoólogo austríaco, era outro adorador da raça. Mas cuidado: esta cara fofa esconde uma mordida forte.

Terrier Tibetano

Origem /  Tibete • Temperamento / afetuoso • Porte / 36 a 41 cm

Primeiro é preciso dizer: ele é chamado de terrier (nome dado às raças dedicadas à caça), mas trata-se de um cão pastor. Servia como um guardião para comerciantes na China. É compatriota do lhasa, mas não goza do mesmo prestígio.

<strong>Ele veio do Tibete, mas odeia ficar sozinho como os monges.</strong>
Ele veio do Tibete, mas odeia ficar sozinho como os monges. (Thinkstock/Getty Images)
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Tornou-se conhecido na Europa pelas mãos de um médico britânico, chamado Dr. Grey, que foi presenteado com um animal depois de cuidar de um doente tibetano. Sofre de um problema psicológico grave: não pode ficar sozinho por muito tempo. Quando isso ocorre, late ou uiva sem parar. É indicado para quem tem o sonho de criar um sheepdog, mas não pode ter um cão tão grande dentro de casa. O tibetano é considerado um sheepdog em miniatura.

Pastor do Sul da Rússia

Origem / Rússia • Temperamento / orgulhoso • Porte / 65 a 90 cm

Raça guerreira: foi dizimada duas vezes e sobreviveu. Na primeira, durante a Revolução Russa, em 1917, esta cruza de pastores asiáticos com exemplares espanhóis brancos e felpudos quase chegou ao fim. Também pudera: foi o cão adotado pelo exército vermelho para ser o guarda de instalações militares, zonas industriais e regiões estratégicas e também acompanhava as tropas.

<strong>A cara de bobão esconde um baita cão de guarda que pode pesar 75 kg.</strong>
A cara de bobão esconde um baita cão de guarda que pode pesar 75 kg. (Thinkstock/Getty Images)

Depois, no fim da 2ª Guerra, a raça estava à beira da extinção novamente. Mas o highlander segue firme e forte, apesar de só ser visto pelas bandas da Rússia e da Ucrânia. A raça é usada para proteger rebanhos de predadores. Criadores dizem que um pastor dá a vida para proteger seus donos.

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Bichon Havanês

Origem / Mediterrâneo • Temperamento / amável • Porte / 23 a 28 cm

A história deste cão imita a de um refugiado político. A raça foi desenvolvida nos litorais italiano e espanhol, mas sua origem remonta a Havana. Ele teria sido contrabandeado da capital cubana para a Europa e, por causa dos acontecimentos políticos na ilha, sua linhagem foi extinta.

<strong>O mais fofo dos refugiados cubanos.</strong>
O mais fofo dos refugiados cubanos. (Thinkstock/Getty Images)

Porém, exemplares da raça conseguiram, com sucesso, sobreviver na América. No Brasil, chegou em 1997 e pode ser visto empoleirado em janelas olhando a vizinhança como um gato.

Skye Terrier

Origem / Escócia • Temperamento / introspectivo • Porte / 20 a 25 cm

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Se você quer fidelidade, compre um skye terrier e o batize de Bobby. Esse é o nome do lendário cão que passou 14 anos ao lado do túmulo do seu dono, o guarda-noturno John Gray, em Edimburgo, Escócia, no século 19. Bobby ganhou uma estátua em sua homenagem na ponte George IV – é um dos pontos mais fotografos da cidade – e virou personagem do Walt Disney, no filme Greyfriars Bobby (Greyfriars é o nome do cemitério de onde Bobby não arredou a pata até morrer, em 1872).

<strong>Fidelidade canina é pouco para o skye terrier.</strong>
Fidelidade canina é pouco para o skye terrier. (Thinkstock/Getty Images)

Ele foi enterrado a 70 metros da lápide de Gray. Antes da morte do dono, o vigia e o cão eram vistos sempre juntos durante as noites em que Gray estava em serviço. É conhecido como cão de um único dono e vive muito bem em apartamentos. Tem vida longa: em média, alcança os 15 anos. Não deixe ele fazer estripulias antes dos oito meses para não provocar dano aos ossos.

Bearded Collie

Origem / Reino Unido • Temperamento / brincalhão • Porte / 51 a 56 cm

O collie barbudo foi criado no Reino Unido há três séculos como cão de pastoreio. Hoje, não é utilizado mais para as tarefas do campo, mas, sim, como cão de companhia por causa de seu temperamento estável e dócil. Não estranha outros cachorros, não cobra atenção dos donos e é brincalhão sem ser inoportuno.

<strong>A prima da Priscila da TV Colosso.</strong>
A prima da Priscila da TV Colosso. (Thinkstock/Getty Images)

Mas não deixe ele sozinho no pátio por longos períodos. O tédio pode transformá-lo num cão destrutivo. São muito parecidos aos old english sheepdogs. A diferença entre eles é o rabo comprido do collie barbudo. Os filhotes nascem com pelagem preta no lombo, que se torna cinza com os anos.

Pastor polonês da planície

Origem / Polônia • Temperamento / fiel • Porte / 40 a 52 cm

Conhecidos pelo apelido de pon (iniciais do nome em inglês, polish lowland sheepdog), estes cães foram criados em fazendas de gado no século 16. Apesar de pesados, a raça é ágil, tem saúde forte e consegue resistir a longos períodos sem comer. Em 1514, três pons foram levados por um comerciante para a Escócia, onde a raça deu origem aos bearded collies, com quem são quase iguais.

<strong>Campeão de resistência.</strong>
Campeão de resistência. (Thinkstock/Getty Images)

Os pons quase foram dizimados na 2ª Guerra, mas resistiram graças à veterinária Danuta Hrzniewicz, que promoveu a recuperação genética da raça após o fim do conflito. É apreciado hoje como cão de estimação que não requer tantos cuidados estéticos. Apesar do seu pelo abundante, precisa apenas de uma ou duas escovações por semana. Monitore a tireoide dos seus pastores: eles costumam ter problemas associados ao hipertireodismo.

Pastor de Shetland

Origem / Grã-Bretanha • Temperamento / sensível • Porte / 33 a 38 cm

É um collie em miniatura. Original das ilhas de Shetland, no norte da Escócia, os shelties são mais ativos que os collies, mas semelhantes em inteligência. O psicólogo canadense Stanley Coren classifica a raça como a 6ª mais inteligente entre 171 raças no livro A Inteligência dos Cães. Segundo criadores, os shelties têm sexto sentido: sabem direitinho compreender o humor do dono.

<strong>Querida, encolhi a Lessie.</strong>
Querida, encolhi a Lessie. (Thinkstock/Getty Images)

Apesar de pequenos, latem mais que a média de outros cães – leve isso em consideração ao criar um sheltie dentro de casa. Como são fáceis de adestrar, podem se tornar menos barulhentos e perfeitos acompanhantes de cegos ou de pessoas com deficiência física. A pelagem tem cores variadas, que misturam caramelo, preto e cinza. Exemplares com mais de metade do corpo branco são desclassificados em competições da raça.

Old English Sheepdog

Origem / Inglaterra • Temperamento / brincalhão • Porte / 56 a 61 cm

Também conhecido como bobtail, por causa do rabo cortado, ou pastor inglês, a raça se tornou mundialmente conhecida depois que virou garota-propaganda da marca de tintas Dulux, nos anos 60. De lá pra cá, a popularidade do sheepdog aumentou muito – e as vendas da tinta também. Franklin Delano Roosevelt, presidente dos EUA na década de 1930, tinha o seu, batizado de Tiny.

<strong>Da TV Colosso a capas de discos: estrela.</strong>
Da TV Colosso a capas de discos: estrela. (Thinkstock/Getty Images)

Outro apaixonado pela raça inglesa é o ex-beatle Paul McCartney, que compôs Martha My Dear (no Álbum Branco) para sua sheepdog. Martha nasceu em 16 de junho de 1966 e morreu 15 anos depois, deixando herdeiros também ilustres. Uma delas, chamada Arrow, ganhou a capa do disco Paul is Live. No Brasil, a raça ganhou fãs com a personagem Priscila da TV Colosso.

Springer Spaniel Inglês

Origem / Reino Unido • Temperamento / agitado • Porte / 46 a 51 cm

Primos dos cocker, os springers são os mais rápidos entre os spaniels – como são chamados os cães de pelo sedoso e longas orelhas. As duas raças foram oficialmente separadas no início do século 20 e têm pequenas diferenças. Os springers têm orelhas mais curtas, focinho mais proeminente, pelo menos abundante e o curioso hábito de saltitar.

<strong>Primos dos cockers, os springers têm o hábito de saltitar.</strong>
Primos dos cockers, os springers têm o hábito de saltitar. (Thinkstock/Getty Images)

São caçadores por natureza, mas se afeiçoam com facilidade ao ambiente doméstico quando acostumados desde filhotes. Porém, precisam de espaço para se exercitar e farejar. São tão bons de faro que são usados pela polícia inglesa para descobrir bombas e celulares ilegais – seu olfato é capaz de discriminar o celular de um guarda dos de outro detentos.

Boiadeiro australiano

Origem / Austrália • Temperamento / enérgico • Porte / 43 a 51 cm

Mascote dos atores Mel Gibson e Matthew McConaughey, a raça nasceu nos idos de 1800 na Austrália. Nesta época, o gado criado em grandes extensões de terra ficou tão arredio que os cães pastores existentes não conseguiam mais dar conta do trabalho. Foi então que um fazendeiro chamado Thomas Hall decidiu cruzar collies com dingos, cão selvagem australiano. Do cruzamento, nasceu a linhagem Heelers, que deu origem ao boiadeiro australiano, como é chamado no Brasil.

<strong>O Matusalém canino.</strong>
O Matusalém canino. (Thinkstock/Getty Images)

Ele consegue reunir rebanhos sem latir – latidos deixavam o gado ainda mais selvagem – e é capaz de percorrer longas distâncias sem arriar. Os boiadeiros, conhecidos também como australian cattle dogs, têm vida longa. O cão mais velho do mundo, chamado Bluey, que alcançou incríveis 29 anos, era um exemplar da raça.

Border Collie

Origem / Grã-Bretanha • Temperamento / obediente • Porte / 46 a 56 cm

É a raça mais inteligente do mundo – tão esperta que os border collies sequer competem com outros cães em testes de QI canino. As outras raças ficam tão aquém no escore que precisam de competições separadas para não passar vergonha. Mas não é bom levar tanta inteligência para dentro de casa.

Os border collies não são cães domésticos. Treinadores dizem que eles são capazes de levar o dono à loucura quando confinados. Estão sempre atrás de alguma coisa, até de sombras, e possuem tanta energia que não há atividade indoor capaz de satisfazê-los.

<strong>Uma espécie de Albert Einstein de quatro patas.</strong>
Uma espécie de Albert Einstein de quatro patas. (Thinkstock/Getty Images)

Com instinto de pastor, são exímios companheiros para tarefas no campo e são tão facilmente treináveis que viraram referência em busca e resgate de pessoas em locais de difícil acesso. Usam os olhos para intimidar presas e se concentrar numa tarefa. Têm a habilidade de controlar seus passos e rastejar para atacar a vítima de surpresa.

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