África
África do Sul = Terra Sem Frio do Sul
O termo Africa teria sido popularizado pelos romanos, que chamavam de “Terra dos Afri” tudo aquilo que ficava ao sul da cidade de Cartago na Antiguidade. Mas não existem consenso: há também a teoria de que a origem seria o grego A-frikke, ou seja, “sem frio”. Outros historiadores veem relações com o termo fenício afar (poeira), ou a palavra berbere ifri, que quer dizer caverna.
Argélia = As Ilhas
A cidade fortificada de Argel foi batizada como Al-jaza´ir, título inspirado nas ilhas próximas ao país. Os espanhois adaptaram o nome para “Alger” e os portugueses inverteram as segunda e a última letras. Com o passar dos anos o país todos ficou conhecido como Argélia (ou Algeria; a troca de letras permanece).
Angola = Soberano
Os portugueses chamaram o território pelo nome mais importante que ouviram: Ngola, que era o título dado pelos ndongos ao seu líder, equivalente a “rei”.
Benin = Terra do Aborrecimento e da Irritação
Antes conhecido como Daomé, Benin ganhou nome novo após a independência em 1975. O nome é uma homenagem ao antigo reino africado, cuja sede era a atual cidade de Benin (que fica na Nigéria). A palavra “Benin” é criação dos portugueses, corruptela de “Ubinu” – esse, sim, o nome original de uma cidade do Reino de Benim. A tradição diz que um dos herdeiros do rei visitou a cidade a contragosto e, com raiva, chamou a região de Ile Ibinu, que quer dizer terra de aborrecimento e irritação.
Continua após a publicidade
Botsuana = Tsuanalândia
Os tsuanas são o grupo étnico majoritário no território, e “Botsuana” significa povo tsuana ou terra dos tsuanas. Originalmente, eles não usavam esse nome para se referir a si mesmos – eram chamados assim por um povo vizinho, os Xhosa, e o significado do apelido é desconhecido.
Burkina Faso = Pátria da Dignidade
A palavra burkina quer dizer “dignidade” ou “integridade”, e fasso é “terra paterna” – ou seja, pátria.
Burundi = Rundilândia
No idioma Kirundi, quer dizer “país do povo Rundi” – mais uma etimologia perdida sob a poeira do tempo
Continua após a publicidade
Camarões = Camarões
O nome é gastronômico mesmo – exploradores portugueses teriam encontrado, em 1472, uma concentração enorme de um certo tipo de crustáceo de estuário, onde a água doce e a salgada se misturam: o camarão de mangue, que no Brasil atende pelo apelido de “corrupto”. Eles batizaram o atual Rio Wouri de Rio dos Camarões – e o título acabou aplicado para o país como um todo.
Cabo Verde = Ilha Verde
Cabo é uma península estreita, que se estende para o mar a partir do continente. O Cabo Verde é uma ilha – não um cabo. Os portugueses já conheciam uma península no Senegal que batizaram de Cabo Verde (hoje Cap-Vert), e aí replicaram o nome para as ilhas que eram usadas estrategicamente durante o tráfico de escravos para a América.
República Centro-Africana = República Centro-Africana
Autoexplicativo.
Continua após a publicidade
Chade = Lago
O lago Chade, próximo à capital do país, deu nome à nação inteira. Chade quer dizer “Grande extensão de água” no dialeto nilo-saariano, segundo o linguista Edgardo Otero (ergo Lago Chade = “Lago Grande Lago”).
Comores = Lua
O nome hoje se refere apenas às ilhas menores vizinhas de Madagascar, mas já foi usado para batizar todo o território insular. Ele vem do árabe kamar, ou kumr, e quer dizer lua.
Congo = Montanhas
O rio principal da região é o Congo, derivado do termo bantu para “montanhas”. O nome do rio também batizou diversos reinos e grupos étnicos da região. Uma segunda hipótese levanta a possibilidade da raiz de kongo ser a palavra n’kongo, que quer dizer caçador.
Continua após a publicidade
(República Democrática do) Congo = Montanhas
Vide Congo
Costa do Marfim = Costa do Marfim
O nome, dado à região por exploradores franceses e portugueses, era diretamente ligado ao produto comercial mais importante dali: o marfim, proveniente do comércio de presas de elefante.
Djibuti = Plana/Derrota da Ogra
Continua após a publicidade
Duas origens são preferidas para o nome do território – uma legal e uma chata (quer dizer, mais pé no chão). A chata é que a palavra viria de gabouti, na língua afar, que quer dizer “plano”. A segunda, menos geográfica e mais lendária, tem origem na mitologia do povo nômade que vivia na região. O mito começa com um troll fêmea, uma mulher ogra chamada Buti, que trazia morte, discórdia e maus agouros. As terras de Djibuti, diz a lenda, foram onde a Buti finalmente foi vencida – Djibuti, portanto, significaria “a derrota da ogra Buti”.
Egito = Templo da Alma de Ptá
Derivada de hūt-kā-ptah, “Templo (hut) da Alma (ka) do Deus Ptá”, marido da deusa Sekhmet na mitologia. Em grego, foi simplificado para Gea Ptah, “Terra de Ptah”, e daí virou Aegyptos.
Guiné Equatorial = Terra Equatorial dos negros
Outro adendo para diferenciar o país das outras Guinés. É a Guiné mais próxima do Equador, mas nenhuma parte do seu território é tocada pela linha equalizadora.
Eritréia = Mar Vermelho
O mar mais famoso da Bíblia é vizinho do país e empresta seu nome – Eritréia vem do nome latino do mar, Mare Erythraeum, que por sua vez vem do grego antigo (erythros = vermelho).
Etiópia = Terra dos Bronzeados
Do grego aithiops, quer dizer literalmente “Terra dos Faces Enegrecidas pelo Sol”.
Gabão = Sobretudo
Sabe aquela roupa que você usa pra se proteger do frio? Pois é: os marinheiros portugueses sentiam que a costa do país protegia seus barcos da mesma maneira, por isso chamaram a costa de Gabão, ou “baita casaco”.
Gâmbia = Rio
O estreitíssimo país acompanha seu rio principal até hoje, e dele tira seu nome. Ainda que o agitado comércio facilitado pelo rio tenha levado alguns historiadores a acreditar que “Gâmbia” vem do português “câmbio”, é mais provável que a palavra derive de kambaa, que queria dizer rio no idioma nativo do povo mandinga.
Gana = Guerreiro-chefe
Como Benin, a Gana escolheu o nome de um império antigo para batizar o país após a independência. O reino em questão era Wagadou, que ficava na região atual de Mali. Ele ficou erroneamente conhecido como Gana porque era assim que seus generais de guerra eram conhecidos (ver Angola).
Guiné = Terra dos negros
Exploradores portugueses ouviram de mercadores marroquinos que existia ao sul um terra rica chamada Guineua, habitada por homens negros (que os portugueses chamaram de guineus). O reino não existia, mas pode ter sido inspirada pela cidade comercial de Djenné, na região atual de Mali. Outra vertente afirma que “Guiné” é a versão aportuguesada do termo berbere aginau, “aquele que fala uma língua incompreensível” ou do também berbebre Akal-n-Iguinawen, terra dos homens negros. Esta aí uma etimologia difícil.
Guiné-Bissau = Terra dos íntegros
“Bissau” é o nome da capital, e foi adicionado para diferenciar o país da Guiné vizinha. Não se sabe a origem de “Bissau””, mas pode estar relacionada a etnia dos Bijagós, habitantes do país e do arquipélago vizinho. Bijagó, segundo o autor Álvaro Nóbrega, viria da junção de Be e odjogo, significando pessoas inteiras ou íntegras.
Quênia = Montanha listrada
Diferentes culturas viviam perto do monte Quênia, que empresta o nome ao país. Todas o chamavam de algo parecido com “montanha com listras”. O monte tinha grande importância simbólica: era onde habitava o deus dos quicuios, Mwene Nyaga. Similar,portanto, ao monte Olimpo dos gregos.
Lesoto = Sotolândia
O país encapsulado pela África do Sul quer dizer “Terra dos Sotos” (um nome cujo significado original se perdeu).
Liberia = Livrelândia
Libéria vem de liberdade mesmo – o país foi fundado como assentamento de escravos libertos nos EUA que toparam retornar ao continente africano. O sufixo “ia” completa o significado: Terra dos Livres.
Líbia = Terra à Oeste/dos Libus
Os gregos antigos já chamavam todo o Norte da África a oeste do Egito de Libúē – possivelmente porque os egípcios chamavam de “Libus” os membros de tribos berberes que se aproximavam do Nilo – o significado original dessa palavra foi perdido.
Madagascar = Trono do Xá
A culpa é do explorador Marco Polo: ele registrou em suas notas um nome que ouviu de nativos perto da costa como se fosse o nome da ilha. Estava mal informado: eles se referiam a uma grande cidade portuária da Somália, que existe até hoje: Mogadishu. Sua fundação teve uma particiação importante de árabes e persas – motivo pelo qual pesquisadores acreditam que o nome seria derivado da frase maqad shah, “o assento do xá”, ou o “trono do rei”.
Malauí = Reflexo brilhante
Vem de malavi, que no idioma local quer dizer “luz refletida”, ou “neblina brilhante”– efeito visto no início do dia, quando o sol ilumina a superfície do grande lago da região, o Niassa.
Mauritania = Terra dos Negros
Mauritânia é “Terra dos Mouros”. “Mouro” já foi usado como sinônimo de “árabe” – durante a ocupação islâmica na Península Ibérica, no século 8. O termo “mouro”, porém, é mais antigo. A origem exata é desconhecida. Mas o fato é que a palavra se espalhou em grego antigo – os helênicos chamavam habitantes negros do norte da África de maurós. Da mesma palavra, amaurós, termo em grego moderno que quer dizer “escuro”.
Mali = Hipopótamo
O país assumiu o nome do antigo Império Mali – o termo, originalmente, significaria “hipopótamo” no idioma madinka, mas como um elogio, como conotação da força do império.
Marrocos = Reino do Poente
Os espanhóis traduziram a cidade de Marrakesh para “Marruecos” – e o nome passou a designar o país todo. Os marroquinos chamam o país de al-Mamlakah al-Maghribiyah, Reino do Poente (al-maġhrib, que deu origem a Magreb, quer dizer “onde o sol se põe”. É, dessa maneira, o oposto do Japão.
Moçambique = Moisés, o sultão comerciante
O nome foi primeiro dado à ilha e depois ao país. A origem mais aceita é o nome do comerciante árabe que dominava o território quando os portugueses o conheceram: Mussa Bin Bique. Mussa é o nome islâmico equivalente ao Moisés judeu.
Namíbia = Vasto vazio
Vem de namib, “grane vazio” no idioma Khoekhoe. O tal do vazio é o próprio deserto da Namíbia – que nem é tão vasto assim – um pouco menos que Pernambuco.
Níger = Rio dos Rios
Vem do rio que corta Guiné, Mali, Níger e Nigéria – e, em diversas línguas locais, quer dizer “grande rio” – o termo mais antigo talvez seja o de origem berbere, ger-n-ger, rio dos rios ou rio entre rios.
Nigéria = Terra do Rio dos Rios
Vide Niger
Ruanda = Grande Domínio
No idioma Kinyarwanda, o significado mais aceito para Ruanda é “domínio”, ou “grande área ocupada por um enxame”. Pode ter relação com o termo kwanda (expandir).
São Tomé e Príncipe = 21 de dezembro e João II
A Ilha de São Tomé foi descoberta no dia da celebração do santo, 21 de dezembro. E o príncipe de Portugal à época de descoberta da ilha vizinha era João II, apelidado de “Príncipe Perfeito”.
Senegal = Canoa
Há três hipóteses sobre a origem do nome, que primeiro foi dado ao rio Senegal. No idioma uolofe, senyu gal significa “nossas canoas”. Mas gal quer dizer corpo d’água, e Rog Sene era um divindade de uma tribo local, junção equivalente a “Rio Divino”. Por último, a origem menos empolgante é que o nome venha de um povo berbere que vivia ali perto, os Zenaga.
Seychelles = Ilha do Ministro das Finanças
Corneille Nicholas Morphey, comandante da Companhia Francesa das Índias Orientais, tomou posse do arquipélago e batizou-a para puxar o saco do Ministro das Finanças do rei Luís XV, Jean Moreau de Séchelles.
Serra Leoa = Leoa deitada
O relevo das serras do país, segundo os exploradores portugueses que popularizaram o nome, lembrava a forma de uma leoa relaxando.
Somália = Terra dos vaqueiros
Somália é a “terra dos somalis”. Um certo Samaale seria o lendário antecestral desse grupo étnico. A palavra em si viria de so (ir) e maal (leite) ou saac (vaca) e maal (leite) – relacionada ao ato de ordenhar animais. É possível, portanto, que Samaale não fosse um nome próprio, mas sim a função do ancestral: O Grande Pastor Ordenhador, simbolicamente pai de todo o povo.
Sudão e Sudão do Sul – Terra dos Negros
Sudão vem do árabe bilad as-sudan – e uma forma latinizada, Nigricia, chegou a ser usada por geógrafos em mapas.
Suazilândia – Terra de Mswazi
O povo Swazi herdou o nome de seu líder, Mswazi II, que unificou tribos de diferentes origens em uma só e expandiu o território dos swazis no meio do século 19.
Tanzania = Navegar na mata e Costa Negra
“Ia”, como sempre, é sufixo de lugar. Tan e Zan são as primeiras sílabas das duas nações fundidas em 1964: Tanganyika (que quer dizer navegar, tanga, em swahili, na mata selvagem, nyika) e Zanzibar (do árabe Zanjibār, derivado do Persa Zangibar – zangi é negro e bâr, costa.
Togo = Margem
O nome veio primeiro para o Lago Togo, cujo significado aproximado é “à margem da água”.
Tunísia = Pernoite
Vem da cidade de Tunis, que existe desde o século 4 antes de Cristo. Seu nome é associado à deusa fenícia Tanit, e a um radical do idioma berbero, “tns”, relacionado a “passar a noite”. Próxima a estradas sob domínio romano, ela tinha o título de mutatio, lugar de parada ou descanso, o que corrobora a segunda hipótese sobre o nome.
Uganda = Reino da família
Corruptela de Buganda – o prefixo bu significa “reino” ou “terra” – dos Ganda, no caso. O conjunto de clãs que forma a maior parte da população se autodenomina Baganda. A língua é Luganda. Todos alterações do radical ganda – que supõe-se vir do proto-Bantu, e quer dizer… família.
Zâmbia = Terra do Grande Rio
O nome vem de zambeze (“grande rio”, num dialeto de lá). Grande mesmo: o rio Zambeze, que banaha a Zâmbia, é o quarto maior da África.
Zimbábue = Grandes casas de pedra
No dialeto local, dzimba = casa, mabwe = pedras.