Em 6 de junho de 1944, os aliados desembarcaram nas praias da Normandia, na França. Conheça três longas imperdíveis sobre a batalha mais importante do front ocidental.
Texto: Alexandre Carvalho | Design: Andy Faria | Imagens: Divulgação
Em 6 de junho de 1944, os aliados desembarcaram nas praias da Normandia, na França. Conheça três longas imperdíveis sobre a batalha mais importante do front ocidental.
Texto: Alexandre Carvalho | Design: Andy Faria | Imagens: Divulgação
Honra ao mérito: É o retrato mais violento da operação que salvou o mundo.
O desembarque dos Aliados na Normandia, ao longo de 80 km de praias francesas, não é apenas o evento mais importante da 2ª Guerra. É um dos mais marcantes da história moderna. Se a invasão da Europa ocidental – então ocupada pelos alemães –, não tivesse triunfado, a guerra teria se prolongado. E os nazistas teriam mais chances de vitória.
Esta batalha é o contexto da abertura visceral do filme de Steven Spielberg, que fez questão de apresentá-la em toda a sua brutalidade: mais de 4.400 Aliados perderam a vida naquela ação, fora outros 6.600 feridos. Uma carnificina. Em cena, jovens são estraçalhados por metralhadoras, membros voam pelos ares, o mar fica vermelho.
Para conferir o máximo de realismo, Spielberg usou 40 barris de sangue sintético em vez de tinta e mais de mil figurantes, incluindo veteranos do Exército irlandês. Também recrutou amputados de verdade, para as cenas em que soldados perdem um braço ou uma perna. O resultado é tão explícito que o filme foi proibido em alguns países – por excesso de violência.
No resto do longa, Spielberg mantém a atenção do espectador com uma história repleta de humanismo. Um grupo liderado pelo capitão Miller (Tom Hanks) recebe a missão de localizar e resgatar o soldado James Francis Ryan (Matt Damon). Isso porque o comando do Exército descobriu uma tragédia familiar: os outros três irmãos Ryan já morreram na guerra. Seria cruel demais com os pais dos quatro arriscar o pescoço do único sobrevivente. Ainda que essa missão coloque em risco outras vidas.
Honra ao mérito: Tem os Aliados vestidos de nazistas, e nada é o que parece ser.
Quando um avião dos Aliados cai em território alemão, um general é capturado pelos nazis. O que eles não sabem é que o oficial é um dos organizadores do Dia-D – e tem informações confidenciais. Antes que ele dê com a língua nos dentes, um comando é enviado para uma missão de resgate, tendo à frente um britânico (Richard Burton) e um americano (Clint Eastwood). O Desafio das Águias é tanto um filme de guerra quanto um thriller de primeira, com agentes duplos e missões secretas. Prepare a pipoca.
Honra ao mérito: Tudo é grandioso nesta superprodução.
Para reconstituir a grandiosidade da Operação Overlord – o codinome da ação realizada no Dia-D – a produção não economizou. Até o lançamento de A Lista de Schindler (1993), este longa passou mais de 30 anos como o filme P&B mais caro da história.
Estiveram em uso 22 navios da Sexta Frota americana, Spitfires (aviões de caça britânicos)… Além de um elenco dream team: John Wayne, Sean Connery, Henry Fonda, Robert Mitchum, Richard Burton, entre outros. Eram tantos núcleos diferentes de filmagens que a superprodução precisou de três diretores.
Mas os méritos não estão só nos números. Feito com a ambição de transmitir a complexidade da operação, O Mais Longo dos Dias mostra as hesitações dos Aliados quanto à data da invasão, as táticas para confundir os alemães – jogando dummies de paraquedas longe do verdadeiro alvo – e também as batalhas posteriores à chegada.
Outro destaque é para a caracterização dos nazistas, sem os estereótipos comuns em tantos filmes de guerra. Um deles se irrita com um fato histórico que pareceria banal, se não tivesse tanta importância: os alemães demoram no envio de seus tanques porque a ordem dependia do aval de Hitler. E ninguém tinha coragem de acordar o führer: ele tinha tomado soníferos.
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