Texto: Julio Lamas | Design: Andy Faria | Ilustrações: Ricardo Chucky
Do rinoceronte Cacareco, que conseguiu 100 mil votos para vereador em São Paulo, ao gato que “comandou” uma cidade nos EUA por 20 anos, conheça dez casos em que o mundo animal invadiu as urnas.
Um padrinho poderoso
Um dos exemplos mais famosos vem da Roma antiga: o cavalo Incitatus, para quem o imperador Calígula teria conseguido uma vaguinha como senador. Alguns historiadores alegam que isso não passa de boato, mas é fato que o quadrúpede levou uma vida de nobre: tinha estábulo de mármore, 18 criados pessoais e até joias.
Não larga o osso
20 anos no poder é praticamente uma ditadura. Mas ninguém reclamou na cidadezinha de Talkeetna, no Alasca (EUA) – afinal, o “tirano” era um gatinho chamado Stubbs. Em 1997, os moradores decidiram escrever o nome dele na cédula, em protesto contra a qualidade dos candidatos. Ele foi “reeleito” até morrer em 2017.
Um debate espinhudo
Um grupo de sátira política na Nova Zelândia, o “Partido Sério McGillicuddy”, já lutou por causas importantíssimas, como o direito de voto às árvores. Em um de seus golpes mais radicais, lançaram um ouriço para uma vaga no Parlamento do país (não, não era o Sonic). Conseguiram até inscrever a mascote, mas ela não foi eleita.
Pelo menos não era burro…
Em 1938, a população de Milton, nos EUA, selecionou (unanimemente!) o republicano Boston Curtis para um cargo público. Imagine a surpresa de todos ao descobrir que ele era… uma mula. O prefeito havia inscrito o bicho (que “assinou” a papelada com um carimbo de sua pata) para provar que nem sempre eleitores sabem quem estão apoiando.
Vereador casca-grossa
Antes das urnas eletrônicas, era possível escrever o nome do candidato nas cédulas eleitorais brasileiras. A galera aproveitava para fazer protestos criativos. Um dos mais famosos foi em 1959, quando um jornalista lançou a candidatura de Cacareco a vereador em São Paulo. E ele teve 100 mil votos. Detalhe: Cacareco era um rinoceronte do zoológico municipal.
A fraude mais fofa do mundo
Para arrecadar fundos, uma igreja em Rabbit Hash, no interior dos EUA, aproveitou as eleições municipais de 1998 para “vender” votos. Quem doasse US$ 1 ganhava uma cédula a favor do cachorrinho Goofy. Em teoria, ele venceu a disputa, com 8 mil eleitores! Desde então, a cidade já teve mais dois prefeitos caninos.
Campanha profissional
“Hank é um candidato inovador, cheio de energia, inspirador e pé no chão.” Parece o político dos sonhos. Com a diferença de que Hank é um gato! Ele tentou uma vaga no Senado dos EUA em 2012, representando o estado de Virgínia. E tinha até site oficial, com promessas de campanha e fotos de divulgação: hankforsenate.com
Protejam o porco
Um caso histórico rolou em 1968, nos EUA, quando membros do “Partido Internacional da Juventude” invadiram a Convenção Nacional Democrática exigindo a candidatura do porco Pigasus para presidente. Eles queriam até uma equipe do serviço secreto protegendo o bicho
24 horas por dia! Os farristas foram presos, mas inocentados em um julgamento meses depois.
Cachorro quentíssimo
Marselha, na França, quase teve um prefeito de quatro patas em 2001. Saucisse (“Salsicha”, em francês), um cão da raça daschund, foi inscrito pelo dono, Serge Scotto, e recebeu 4% dos votos! Não foi o suficiente, mas o bichinho era tão carismático que acabou virando celebridade. Até apareceu num reality show à la Big Brother.
Macacos me mordam
Cacareco teve um “sucessor” 29 anos depois. Em 1988, o jornal de humor Casseta Popular (de onde surgiram alguns integrantes do Casseta & Planeta) sugeriu o chimpanzé Tião à prefeitura do Rio de Janeiro, pelo “Partido Bananista Brasileiro”. O povo adorou: ele foi o terceiro candidato mais votado e até entrou para o Guinnes.