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A fé move leituras

A Torá dos judeus é a mesma coisa que o Antigo Testamento dos cristãos? Os budistas têm algum livro sagrado?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
31 out 2001, 22h00 • Atualizado em 31 out 2016, 18h32
  • Leandro Sarmatz

    Nas últimas semanas, o Alcorão esteve entre as obras mais vendidas nas livrarias de todo o mundo. O “sucesso” no Ocidente deve-se ao desejo das pessoas de compreender os fundamentos do Islamismo, a religião que mais cresce no planeta. E, com isso, entender melhor como agem e pensam 1,3 bilhão de muçulmanos.

    Algumas das religiões mais influentes e com maior número de fiéis também transmitem seus ensinamentos através da cultura escrita em obras que são fonte de sabedoria, doutrina e prazer intelectual. A seguir, cinco resenhas que confrontam os ensinamentos dos cinco livros sagrados mais importantes.

    lsarmatz@abril.com.br

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    Islanismo

    Alcorão

    O Alcorão, livro fundador da religião islâmica, teria sido composto a partir das revelações de Deus a Maomé, mediadas pelo arcanjo Gabriel. A palavra vem do árabe qur´ãn (leitura), e todo muçulmano deve conhecê-lo – profundamente – em árabe, língua que contém os ensinamentos originais do profeta Maomé. A primeira compilação do Alcorão teria aparecido em 650 d.C. Organizado em 114 textos – as suras –, é formado por textos longos, seguidos de capítulos mais breves. O Alcorão prega que Deus é único e onipotente. As mensagens principais contidas no livro sagrado são justiça, bondade, generosidade e igualdade entre os homens, não importando raça, cor ou condição social. Todos os preceitos podem ser considerados universais, uma vez que neles podem se guiar tanto um líder político quanto o cidadão comum. Outra fonte de doutrina do Islã é a suna, conjunto de preceitos que derivam dos hadith (“ditos e feitos”). São os ensinamentos de Maomé sobre uma série de questões espirituais e terrenas.Liuduismo

    Bhagavad Gita

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    O Bhagavad Gita é o livro mais influente da religião hindu. O título significa “canção do Senhor”, e a obra faz parte do monumental Mahabhárata, o maior épico já escrito, com 100 000 estrofes. O Bhagavad Gita narra os momentos anteriores a uma batalha na Índia antiga e apresenta as indagações de Arjuna, um jovem guerreiro, que se questiona sobre o sentido da vida em diálogos com Krishna. Impelido a uma luta fratricida contra parentes e amigos, Arjuna hesita, enquanto Krishna lhe apresenta uma filosofia conciliatória. Escrito em sânscrito, o Bhagavad Gita não é um tratado sistemático, apesar de pregar que o verdadeiro Eu não é o corpo físico, mas a alma. Concentra-se na devoção, no ascetismo e na busca humana por emancipação pessoal. A teoria do karma, fundamental para a compreensão do Hinduísmo, já aparece no Bhagavad Gita. O livro teria aparecido pela primeira vez no século III a.C.

    E é tão importante para os seguidores da religião hindu que se acredita que a leitura dos versos é capaz de aniquilar todos os pecados.Crístíanísmo

    Bíblia

    A Bíblia é o livro que fundamenta o Cristianismo, religião que surgiu dos ensinamentos de Jesus Cristo, e, ao longo da história, acabou formando novos ramos, como as Igrejas protestantes e ortodoxas. Todas as religiões abrigadas pelo Cristianismo são unificadas em torno das revelações de Jesus, da crença em um único Deus e da fé na chegada do reino de Deus. A Bíblia é formada pelo Antigo Testamento judaico e pelo Novo Testamento, que contém os Evangelhos (a doutrina de Cristo) e outros livros aparecidos depois do nascimento de Jesus. O Novo Testamento, que encerra a maior parte da mensagem de Cristo, apareceu a partir do final do século I. Nessa época, os alicerces principais da Igreja cristã já estavam erguidos – principalmente a universalidade da fé e sua unidade filosófica.

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    A mensagem da Bíblia é de fraternidade, humildade e simplicidade. A doutrina que dela se originou prega que o homem, criado por Deus – ser espiritual, todo-poderoso e senhor de todas as coisas –, está em absoluta liberdade para aceitar ou rechaçar a salvação.Budísmo

    Dhammapada

    Vários livros são essenciais para a religião budista, mas o Dhammapada (algo como “caminho da virtude” na língua páli) pode ser considerado o conjunto de ensinamentos básicos do Budismo. Isso se deve ao fato de ser a coletânea de provérbios que o próprio Siddharta Gautama – o Buda – teria proferido durante 45 anos de pregação espiritual. Escrito numa linguagem simples e sintética, o Dhammapada condena com ênfase os auto-sacrifícios e o ascetismo. Mostra que apenas os próprios indivíduos podem se ajudar, e que a interferência dos Budas serve apenas como um sinal de orientação. Por conta disso, o esforço pessoal é um dos fundamentos do credo budista. A autoria do Dhammapada nunca foi completamente estabelecida, mas a mensagem corresponde ao espírito dos ensinamentos de Siddharta, que viveu entre os anos 560 e 480 a.C. Trata de temas como amizade, pensamento, castigo, severidade e maldade. Parte fundamental da obra é dedicada à bondade em relação a todos os seres e à pregação da não-violência.Judaísmo

    Torá

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    A Torá (ou Pentateuco) é o conjunto de livros bíblicos que constituem o patrimônio do Judaísmo. Formada por Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, todos do Antigo Testamento, que contempla outros livros também, a Torá encerraria, de acordo com a tradição judaica, o texto diretamente transmitido por Deus a Moisés. Os livros contam a criação do mundo, as origens do povo judeu, o exílio e a escravidão no Egito, o êxodo dos judeus da terra dos faraós e a revelação das palavras divinas a Moisés, no Monte Sinai. A Torá também inaugurou, entre as religiões ocidentais posteriores, a crença em apenas um único Deus.

    Escrita num estilo cheio de imaginação, com muitas metáforas e situações dignas dos melhores romances, a Torá não é obra de um único autor nem seus livros foram compostos num mesmo período. A coleção de comentários e preceitos que envolvem a Torá foi compilada em outro importante conjunto de textos da religião judaica: o Talmud, espécie de “código civil” para a vida concreta (e espiritual) do povo judeu.

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