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A roça tá lá no arto!

Prédios-fazenda, no meio da cidade, são a nova aposta para salvar o mundo

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
30 set 2007, 22h00 • Atualizado em 31 out 2016, 18h22
  • Texto Tiago Cordeiro

    A agricultura domina 40% do solo do planeta. Em 2050, a Terra abrigará 9 bilhões de habitantes, e 7,5 bilhões deles vão viver em cidades. Para alimentar a população que ainda vai nascer, seria preciso ocupar uma área extra do tamanho do Brasil com lavouras – o que só aumentaria o efeito estufa, já que para plantar você precisa desmatar. Aí vem o gasto de energia com o transporte de cada vez mais alimentos… Moral da história: temos um belo pepino nas mãos. Mas para o biólogo Dickson Desprommier, da Universidade Columbia, em Nova York, basta uma coisa para resolver tudo isso: fazendas verticais. Seriam prédios com plantações internas, montados na cidade, pertinho dos consumidores e sem derrubar mais florestas. Só daria para fazer isso porque a área necessária para plantar nas fazendas verticais seria bem menor que nas comuns, pois as plantas ficam protegidas de secas, geadas e tempestades. E, teoricamente, dá para plantar qualquer coisa em qualquer época do ano, já que os fazendeiros controlam a temperatura e a humidade do ambiente. Dickson reforça: “A produtividade da agricultura indoor costuma ser 6 vezes mais alta do que a tradicional. Mas as experiências feitas até hoje, em estufas, são em pequena escala. Em grandes quantidades, com controle absoluto das condições e plantando culturas que se complementam, podemos ser ainda mais eficientes”. Os prédios também seriam capazes de produzir outro bem quem tende a ficar escasso: água doce. Dickson quer usar as plantas como filtros naturais, que transformariam água de esgoto, que vai para a irrigação das hortas, em algo 100% potável (veja ao lado). Seja como for, resta saber se a agricultura de arranha-céu é viável. “Um dos maiores problemas é imaginar uma forma de levar a colheita para fora”, diz Dickson. Outro porém é o mercado. O preço de uma construção dessas beira US$ 1 bilhão, ou seja: diante do que alguém pode lucrar hoje vendendo frutas e verduras, ainda vamos esperar um bom tempo para ver se a idéia vinga.

    Sítio no centrão

    Arranha-céu poderia abrigar mais de 100 tipos de plantações, num ambiente nada rural

    1. PARECE GRANDE, MAS NÃO É

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    Os criadores imaginam algo portentoso, com 30 andares e a largura de um quarteirão. Mas isso é pouco no mundo da agricultura: dá o equivalente a uma fazenda de pequeno porte. A idéia deles, então, é testar as tecnologias que você vê aqui para ver o quanto elas multiplicariam a produção (ainda não há estimativas).

    2. SEM CONTA DE LUZ

    Como todo projeto que se fia na ecologia, a fazenda vertical é auto-suficente na produção de energia. Imaginam 3 fontes: este painel solar gigante, algumas hélices de energia eólica no teto e uma miniusina de biomassa no subsolo. O problema é que, com a tecnologia de hoje, isso não seria o suficiente para abastecer o prédio. A coisa é esperar que elas evoluam mais.

    3. DE TUDO UM POUCO

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    O formato é circular para o prédio receber o máximo de luz natural. Os projetistas estimam que daria para cultivar pelo menos 100 tipos de frutas e verduras lá dentro. E, de quebra, um pouco de proteína animal, com a criação de peixes em laguinhos artificiais e de porcos em chiqueiros high-tech.

    4. CORAÇÃO DE MÃE

    Aqui sempre cabe mais um. Dependendo do tipo de cultura, podem caber cerca de 10 camadas de plantação por andar (aqui você vê um andar com duas camadas além de alguns tomates no teto). Experiências recentes com morangos mostram que, desse jeito, dá para multiplicar a produtividade por 30.

    5. COLHEITA-ROBÔ

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    Braços mecânicos se encarregam da colheita, com um processo todo automatizado: um sistema de câmeras e softwares lê o brilho que as plantas refletem para determinar se elas estão maduras ou não. Esse tipo de aparelho, chamado reflectômetro, já existe hoje.

    6. CHUVEIRO AMIGO

    Uma usina de tratamento no subsolo filtra água do esgoto da cidade. Ela não fica potável, mas serve para a irrigação. Quem rega as plantas é um chuveiro móvel, programado para borrifar a quantidade certa de água em cada cultura.

    7. DIRETO DA FONTE

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    Quando você toma uma cerveja gelada, a garrafa fica toda molhada, certo? É que o vapor de água suspenso na atmosfera vira líquido em contato com o vidro frio. Aqui, a idéia é usar o mesmo sistema para fazer água potável, mas com tubos gelados para converter em gotículas o vapor que as plantas exalam. Os cientistas estimam que cada prédio poderia gerar 230 milhões de litros por ano. Aí é só engarrafar e vender depois.

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