As imagens de , Pierre Verger
A longa viagem só terminou em 11 de fevereiro de 1996, quando morreu, no sobrado em que morava no morro do Corrupio, em Salvador.
Mafê Vomero
O fotógrafo francês Pierre Verger (1902-1996) tinha por princípio estar sempre disponível para as oportunidades. Aos 30 anos, quando decidiu romper com as convenções da sociedade parisiense e abandonar a vida burguesa que levara até então, Verger carimbou o passaporte para uma incrível viagem pelos diversos cantos do planeta. Aprendeu a fotografar e fez do prazer seu ofício. Envolveu-se com o candomblé, recebeu vários títulos religiosos e viveu entre os negros da África e do Brasil. Mesmo sem ter passado por uma universidade, tornou-se doutor em etnologia pela Sorbonne. A longa viagem só terminou em 11 de fevereiro de 1996, quando morreu, no sobrado em que morava no morro do Corrupio, em Salvador.
Essas e outras histórias estão em Pierre Verger – Saída de Iaô (Axis Mundi/ Fundação Pierre Verger) e Verger – Um Retrato em Preto e Branco (Corrupio), lançados por ocasião do centenário de nascimento do fotógrafo, em 2002. O primeiro reúne cinco ensaios escritos por Verger sobre candomblé e cultura afro-brasileira e 80 fotos. O segundo, também ilustrado, reconstitui a trajetória desse homem que sempre se deixava inspirar pelo mundo à sua volta. Como ele mesmo disse: “Eu estava interessado no que não era eu. Ou naquilo que era eu, nos outros”.