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As próximas catástrofes que a humanidade pode enfrentar

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Atualizado em 11 mar 2024, 10h35 - Publicado em 19 Maio 2016, 18h45

No curso da história, a humanidade sofreu com eventos de magnitudes avassaladoras e que dizimaram milhões de vidas. Um exemplo foi a pandemia conhecida como “Praga de Justiniano” que matou 17% da população mundial entre 541 e 544. Outro caso mais recente foi a gripe espanhola, que eliminou entre 2,5% e 5% das pessoas no mundo em 1918.

A ocorrência desse tipo de catástrofe mostra que, enquanto algumas gerações lidam com circunstâncias extremas, outras sequer imaginam como é viver dessa maneira. Como resultado, os riscos desses eventos para a vida na Terra são por vezes subestimados.

E seria esse o melhor caminho para garantir o futuro da humanidade? Bom, segundo a Global Challenges Foundation (GCF), consultoria sueca que investiga essas catástrofes possíveis e auxilia governos no desenvolvimento de soluções para contê-las, não, não é.

Em um estudo chamado Global Catastrophic Risks 2016, conduzido pela GCF em parceria com a Universidade de Oxford, a entidade buscou identificar e avaliar os eventos que, se acontecerem, podem vir a dizimar mais de 10% da população mundial.

Para se ter noção do que é um fato dessa magnitude, o estudo lembra que entre os acontecimentos ocorridos no último século, nenhum chegou perto de bater esse número: a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, matou 3% da população mundial.

“Apesar de esse ter sido um evento terrível, nosso foco aqui é o de pensar em possibilidades ainda mais extremas e que recebem menos atenção”, explicaram os pesquisadores. Isso porque, por menor que seja a probabilidade de um evento como esse acontecer no curto e médio prazo, com o passar dos anos, ele se torna cada vez mais real.

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Ao todo, o estudo levantou quatro eventos possíveis que já estão em andamento e podem se agravar nos próximos anos. Veja abaixo quais são eles.

Guerra Nuclear

As escalas de consequências de uma guerra nuclear, explica o estudo, dependem, é claro, da escala do próprio conflito. Mas os especialistas da GCF lembram que os Estados Unidos, por exemplo, são donos de ogivas com rendimentos que variam entre 5 e 455 quilotoneladas. A Rússia, por sua vez, tem ogivas com rendimentos de 50 até 800 quilotoneladas.

Quer imaginar o impacto dessas ogivas, se usadas? Bom, o estudo cita a bomba conhecida como Little Boy, usada pelos EUA em Hiroshima em 1945, e que tinha rendimento de 15 quilotoneladas. Ao menos 66 mil pessoas morreram na cidade japonesa em decorrência da explosão.

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As chances de uma guerra nuclear são uma incógnita. Contudo, como mostra o estudo, a história já nos deixou próximos desses eventos. Um exemplo é a crise entre Rússia e Noruega em 1995. Na ocasião, os russos confundiram o lançamento de um foguete norueguês com um ataque nuclear, mas ele portava equipamentos científicos para o estudo da aurora boreal.

Especialistas ouvidos pelos pesquisadores apontaram uma situação específica em que o mundo deve se manter atento e que é em relação às disputas territoriais entre Índia e Paquistão, sendo que os paquistaneses já alertaram que podem fazer uso de suas armas nucleares na ocasião de agressões.

As próximas catástrofes que a humanidade pode enfrentar - Mudanças climáticas

Mudanças climáticas

As mudanças climáticas, um resultado da emissão de gases nocivos, fazem parte de uma das catástrofes que estão em andamento e que vem impactando a vida de milhões.

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Um estudo recente mostrou que o ritmo de aumento do nível do mar hoje é o mais rápido observado em 2800 anos. Caso não se note a diminuição nos níveis de emissões, cientistas estimam que o aumento de 4 graus na temperatura poderá impactar locais nos quais 500 milhões de pessoas vivem.

Mas a GCF vê motivos para que o mundo se prepare para um aquecimento maior, uma vez que há estudos que mostram que os níveis de emissões não irão diminuir, como é o caso de uma pesquisa da Universidade de Cambridge, e que considere que as temperaturas possam aumentar em até 6 graus.

“Esses números são especulativos, mas nos dão razões para acreditar que a possibilidade de mudanças climáticas catastróficas não deve ser negligenciada, a não ser que ações enérgicas contra os gases nocivos sejam executadas”, pontuam os pesquisadores.

As próximas catástrofes que a humanidade pode enfrentar - Pandemias naturais

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Pandemias naturais

Até o advento das armas nucleares, eram as pandemias as maiores responsáveis por catástrofes globais. E a história da humanidade está cheia delas, mas são as gripes as maiores ameaças.

As diferentes gripes, notam os pesquisadores, já chegaram a atingir entre 24 e 38% da população mundial. Nesse sentido, o estudo considera especialmente alarmante a epidemia de gripe aviária. Embora não seja facilmente transmissível entre humanos, é difícil prever e impedir o surgimento de espécies mais fortes da doença.

Pandemias de gripe não são novidade no planeta. Nos últimos 300 anos, ao menos dez delas aconteceram, mas não chegaram a matar mais de 5% da população mundial. Um exemplo é a gripe espanhola que matou entre 50 e 100 milhões de pessoas há cem anos.

As próximas catástrofes que a humanidade pode enfrentar - Riscos Exógenos

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Riscos Exógenos

Riscos exógenos são definidos pelo estudo como aqueles que nada tem a ver com a ação humana, como erupções vulcânicas e impactos de asteroides e cometas. “Evidências históricas sugerem que catástrofes decorrentes desses eventos não são frequentes e são pouco prováveis”. Seus impactos, contudo, são sérios.

O estudo lembra o caso da suposta erupção do supervulcão em Toba, na Indonésia, há cerca de 80 mil anos, cuja emissão de cinzas e ácido sulfúrico na atmosfera causou a redução de até 5 graus na temperatura e dizimou espécies de todas as sortes.

As chances de uma erupção como essa acontecer são pequenas. De acordo com estimativas do estudo, esse tipo de evento ocorre uma vez a cada 30 mil anos.

No que diz respeito aos asteroides e cometas que podem vir a se chocar contra o planeta, os pesquisadores assinalam que qualquer corpo com mais de 1,5 quilômetros de diâmetro poderia causar impactos em escala global. A Nasa já conseguiu mapear 90% dos corpos com mais de 1 quilômetro e estima que as chances de um deles se chocar contra o planeta é de 1 em 1250 em 100 anos.

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