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Ayutthaya: a cidade dos budas sem cabeça

A antiga capital do Sião (hoje, Tailândia) e uma das maiores e mais importantes cidades do mundo entre os séculos 17 e 18, foi destroçada há 249 anos pelo exército birmanês. Sua riqueza histórica lhe rendeu o status de Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1991.

Por Salus Loch
Atualizado em 21 jan 2023, 19h10 - Publicado em 18 out 2016, 18h30
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    Quem viaja pelo Sudeste Asiático dificilmente foge à tentação de incluir Bangkok, capital da Tailândia, no roteiro. Afinal, a cidade de 8,4 milhões de habitantes é uma mistura de sensações distribuídas em mais de 400 templos budistas, centenas de milhares de caminhonetes – e um número ainda maior de motos -, parques, baladas, massagistas de rua, além dos incontáveis e surpreendentes cheiros e sabores a cada esquina. E tudo baratinho.

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    Os 15 milhões de turistas anuais só têm acesso a todos esses atrativos porque a 80 km dali, Ayutthaya, antiga capital do país (que à época se chamava Sião), foi abatida em combate e viu seu império desmoronar, virando uma cidade fantasma. Ou quase isso.

    Foi mais ou menos assim: o que conhecemos como Tailândia nasceu pelas mãos e esforços do povo Thai – expulso do Sudoeste da China por volta dos séculos 2 e 1 a.C.

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    Desde essa época, várias disputas sangrentas pelo território foram travadas. A guerra que culminou com a queda de Ayutthaya, reino que nasceu em 1351 e sucumbiu 416 anos depois, foi rápida e letal. A disputa durou dois anos – entre 1765 e 1767 – e envolveu Sião (desde 1939, Tailândia) e Birmânia (hoje, Mianmar). Resultado: o exército birmanês levou a melhor, aniquilando Ayutthaya e todos os seus símbolos, com direito a destruição de 1.500 templos e a decapitação de 4.000 estátuas de Buda, representação máxima da religião de Sião, o budismo.

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    De acordo com um dos guias do parque arqueológico da antiga cidade, a justificativa birmanesa para as decapitações era “matar” os espíritos dos deuses locais.

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    À época, Ayutthaya, localizada estrategicamente entre China, Índia e Malásia, estava entre as maiores cidades do mundo. Tinha 1 milhão de habitantes e era um dos principais portos comerciais do planeta graças à produção de madeira, marfim, peles, seda e artesanato.

    Com o fim de Ayutthaya – que atualmente tem pouco mais de 60 mil moradores -, o reino de Sião teve que fundar uma nova capital. Assim nasceu Bangkok.

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    Mas, e agora, que tal dar uma esticadinha até a “cidade dos budas sem cabeça”? Dá para fazer um bate-volta de um dia, partindo de Bangkok. As opções são fartas: trem (entre ida e volta menos de R$ 5,00, e pouco mais de 1h30 de viagem, cada trecho), carro (1h de viagem), ônibus, van ou até mesmo de barco. Vale a visita!

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    Saiba mais:

    – Conforme informações do centro histórico da cidade, Ayutthaya tinha uma política favorável ao comércio exterior, abrigando mercadores de países vizinhos, principalmente chineses, persas e vietnamitas. Até a Corte Portuguesa andou por lá em 1511 – pouco depois do descobrimento do Brasil. Por sua imponência, e pela afinidade com o Rei Luís 14, da França, Ayutthaya chegou a ser comparada com Paris.

    – O Reino, em seu tempo áureo, ocupou uma pequena parte da China, Laos, Malásia, Camboja, toda a área que hoje pertence à Tailândia e, claro, nacos de terra da algoz Birmânia.

    – Ironia: Numa tradução literal, Ayutthaya significa “a cidade invencível”. Como diria Fausto Silva: “errrrrrrrrrrrrrrrrrrrooooooooooooooou”!

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    – Para os ciclistas, uma ótima notícia: o cenário histórico com seus templos, mausoléus e pedestais pode ser facilmente visitado de bicicleta, alugadas a cerca de R$ 5,00 por dia.

    Principais templos

    Wat Maha That

    No coração da cidade, o templo (Wat, em tailandês) foi quase todo destruído pelo exército birmanês em 1767. O que sobrou em pé impressiona, embora, muitas das edificações esteja ameaçando ruir de vez. Em Maha That podem ser vistas, ainda, dezenas de estátuas de buda decapitadas. É lá também que o visitante encontrará uma das fotos mais clicadas em qualquer roteiro à Tailândia: a da cabeça do Buda envolta em meio às raízes de uma árvore. Há várias versões que tentam explicar o fato. Uma delas é de que a cabeça foi arrancada do corpo da estátua, jogada próximo a uma árvore novinha que cresceu e envolveu, com o tempo, a face serena do Buda.

    Entrada: 50 baht (R$ 5).

    Wat Chai Watthanaram

    Por sua magnitude, é a principal atração do complexo histórico. Além disso, tem um apelo fofo: foi construído pelo rei Prasat Tong para homenagear sua mãe. Ao centro, há um templo de 35 m de altura, cercado por quatro templos menores e oito chedis, num sistema de comunicação bastante engenhoso (com passagens secretas) e moderno para 1630, ano de sua construção. Depois de ter sido destruído pelos birmaneses há quase 250 anos, a edificação ficou abandonada e só foi reaberta ao público em 1992, após ampla reforma.

    Entrada: 50 baht (R$ 5).

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    Wat Yai Chai Monkgon

    O templo que foi construído para abrigar e servir de centro de estudos para os monges budistas ganhou, com o passar dos anos, importância religiosa.

    Entrada: 20 baht (R$ 2).

    Wat Phra Si Sanphet

    Um dos maiores templos de Ayutthaya. Era utilizado apenas para cerimônias religiosas da família real. Um Buda de 16 m de comprimento e 340 kg de ouro que ornamentava o local, foi parar nos bolsos dos birmaneses.

    Entrada: 50 baht (R$ 5).

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