Os arqueólogos desconfiam que a Amazônia, antes de Cabral, foi habitada por civilizações refinadas. Todo dia aparece um novo indício disso. O mais recente é um paredão de granito com 70 metros de comprimento por 12 de altura, cheio de gravuras chamadas petroglifos. Batizado de Pedra Preta, o painel fica no município de Paranaíta, no norte do Mato Grosso. O primeiro a chamar atenção para ele foi o artista plástico alemão naturalizado brasileiro Heinz Budweg, que já rodou 300 000 quilômetros no país em busca de sítios arqueológicos. Não se sabe quem fez os desenhos. Budweg quer provar que foram europeus navegadores, que teriam estado aqui há mais de 5 000 anos. “Os índios não tinham ferramentas de metal para cortar granito”, argumenta ele. Os cientistas discordam. “Havia várias técnicas para isso”, rebate a arqueóloga Edithe Pereira, do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, especialista em arte rupestre amazônica. “Até areia, esfregada bastante tempo, daria conta do serviço.”