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Cidades com vulcões: Vizinhos do barulho

No mundo inteiro, 550 milhões de seres humanos moram perto de vulcões ativos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h21 - Publicado em 31 ago 1999, 22h00

Claudio Angelo

As cidades de Puebla, no México, Legazpi, nas Filipinas, e Santorini, na Grécia, não têm quase nada em comum. Estão muito longe umas das outras e são habitadas por povos muito diferentes. O que as une é um trágico detalhe de sua geografia. Elas foram erguidas na vizinhança de alguns dos vulcões mais perigosos do mundo – o mexicano Popocatepétl, o filipino Mayon e o grego Thera. Seus habitantes precisam estar prontos para correr a qualquer hora. Fazem parte dos 550 milhões de indivíduos que moram em zonas de risco vulcânico no mundo.

Ao contrário do que seria sensato, eles continuam ali, indiferentes ao perigo que os espreita. É que, apesar de traiçoeiros, os vulcões costumam ser rodeados por solos muito férteis – um convite permanente à ocupação humana. “Os moradores logo se esquecem das tragédias e voltam a ocupar as áreas ameaçadas”, observa o vulcanólogo Richard LaHusen, do Serviço Geológico dos Estados Unidos.

“É difícil convencer a população a cooperar em caso de emergência”, queixa-se o geólogo Servando De la Cruz, do Centro Nacional para a Prevenção de Desastres, do México. Cooperação foi o que salvou os 5 000 habitantes do vilarejo de Vestmanneyjar, na Ilha de Heimay, Islândia, em 1973. Naquele ano, eles viram um vulcão nascer em meio a uma região habitada. O Helgafell aflorou no dia 23 de janeiro, destruindo um terço da cidade. Escaldados com o perigo – a Islândia inteira está situada em cima de vulcões –, os moradores fizeram um mutirão para passar dias jogando água do mar sobre a torrente de lava. Deu certo.

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Bomba-relógio

O vulcão mais ilustre da Terra cansou de descansar. A qualquer momento, nos próximos trinta anos, o Monte Vesúvio, na Itália, voltará a explodir, como na tragédia que destruiu a cidade de Pompéia no ano 79. A erupção ameaça 3,3 milhões de italianos que moram num raio de 30 quilômetros de sua base – incluindo a periferia de Nápoles, maior cidade do sul do país. “A população não sabe como agir. Muitos até ignoram que o Vesúvio é um vulcão”, diz o vulcanólogo Flavio Dobran, que preside uma organização criada para alertar os napolitanos. “A área de risco em volta da montanha foi toda ocupada”, explica. “Hoje, uma evacuação só seria eficiente se a erupção fosse prevista semanas antes, o que é muito difícil.” A explosão deve ser mais branda do que a do ano 79. Ainda assim, pode fazer dezenas de milhares de vítimas nos doze municípios da região. Mas estima-se que uma erupção pior poderá acontecer lá pelo ano 3000. Dessa Nápoles não escapa.

O sono é leve

Vulcões tidos como adormecidos ou extintos costumam pregar peças nos cientistas. O Pinatubo, nas Filipinas, havia passado 600 anos quieto antes de explodir, em 1991. Por isso, os critérios para definir um vulcão ativo mudaram. Hoje, basta ter tido uma erupção nos últimos 10 000 anos para ser considerado vivo. Há 1 343 vulcões nessa lista, 900 deles

no Círculo de Fogo, que acompanha as bordas do Pacífico. Isso acontece porque é lá que as placas tectônicas se chocam com maior violência.

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