De uma porção de lugares. A figura do réptil alado é mais antiga do que a escrita em várias partes do mundo. Está presente não apenas na China e na Índia antigas, mas também entre fenícios, hebreus, gregos, romanos, celtas, bretões e saxões, povoando a imaginação européia durante toda a Idade Média. Apesar de ser um mito tão disseminado, ele provavelmente surgiu de maneira independente em cada um desses lugares. Já houve quem dissesse que a lenda nasceu com os misteriosos fósseis de dinossauros desenterrados na Antiguidade, mas o mais provável é que esses povos tenham se inspirado em bichos mais prosaicos, como a cobra e o crocodilo.
A palavra dragão é de origem grega e significa “grande serpente”. “A hidra, grega, é o símbolo dos vícios e dos instintos que precisam ser sublimados”, afirma Ricardo Mário Gonçalves, professor de História da USP. Também para a tradição judaico-cristã, o dragão nas histórias. Na China, entretanto, ele é associado ao raio e à fertilidade. Por isso, não apenas cospe fogo como traz a chuva. É a potência celeste que garante as colheitas, a ordem e a prosperidade. No Oriente o dragão é inteiramente do bem.