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Galáxias malucas com o pé na tábua

Apertem os cintos: uma energia que contraria a gravidade parece estar levando o cosmo a inflar de forma acelerada e imprevisível

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h24 - Publicado em 31 out 2007, 22h00

Texto Salvador Nogueira

Então, lembra que na página 54 a gente comentou que, de toda a matéria conhecida do Universo, aquela que efetivamente conhecemos responde apenas por 15% do total? Pois é, essa estimativa na verdade era otimista. Se formos incluir também nessa contabilidade toda a energia do Universo, os números ficam bem piores para nós. Pois, ao que parece, a coisa mais abundante que existe no Cosmos é uma misteriosa forma energética, por ora denominada energia escura, que age às avessas da gravidade. E ninguém tem a mais vaga idéia do que ela é.

Mas será que os físicos não estão inventando moda? Como eles sabem que essa energia escura está mesmo lá? A primeira pista surgiu com a observação de uma supernova muito distante, em 1998. Supernovas são basicamente explosões estelares. Algumas são geradas pelo fim do combustível de estrelas de grande porte, e outras ocorrem quando um cadáver estelar de pequeno porte vai sugando massa de uma estrela vizinha até atingir um certo limite, que acaba levando à explosão. A supernova que foi detectada em 1998 era deste segundo tipo.

Brilho padronizado

Como o limite de massa é conhecido, todas as supernovas desse mesmo tipo (Ia, no jargão dos astrofísicos) devem ter o mesmo brilho ao explodirem. Com isso, elas se tornam “faróis-padrão” para mapearmos as profundezas do Cosmos. Analisando sua luz, é possível determinar a que velocidade ela está viajando – o que, nas regiões mais distantes do espaço, dá uma medida do ritmo de expansão do Universo em épocas remotas, já que a luz viaja a uma velocidade fixa, de 300 mil km/s.

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O que os cientistas viram é que a expansão do Universo, na época em que aquela supernova explodiu (lembre-se, a luz dela só chegou à Terra em 1998, mas começou a viagem bilhões de anos antes, já que até a luz tem limite de velocidade), estava num ritmo inferior ao atual.

Ora, isso contradiz todas as previsões oferecidas pela relatividade geral. Segundo a teoria de Einstein, o Universo deveria estar reduzindo seu ritmo de expansão, conforme a gravidade combinada de todos os astros freasse o impulso inicial do big-bang. A única resposta a esse mistério seria a existência de uma forma de energia que combatesse os efeitos da gravidade – uma gravidade negativa ou antigravidade, por assim dizer. Nascia o conceito da energia escura.

Depois de 1998, outros estudos, com outras supernovas, ajudaram a confirmar essa noção. E os cálculos são assustadores. Sozinha, a energia escura responde por 74% de tudo que exist e no Universo. Outros 22% são a matéria escura, que ninguém também sabe o que é. Restam 4%, compostos de tudo que nós realmente entendemos. É uma situação que só pode ser definida como vexatória.

Desanimou?

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Mas não se preocupe. O que pode desanimar o cidadão comum é o alimento do cientista. Tem muita gente por aí já quebrando a cabeça para decifrar o que é a energia escura. Depois de tudo que aprendemos e de todos os cantos revirados, ainda estamos majoritariamente no escuro a respeito do Cosmos – o qual, aliás, pode ser apenas um, de muitos.

Ufa!

É graças à misteriosa energia escura que o Universo não vai implodir sobre si mesmo no futuro distante, produzindo um “big crunch” ou “grande esmagamento”.

“Francamente, não entendemos a energia escura. Sabemos quais são seus efeitos, mas não temos a menor idéia do que ela seja.”

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Craig Hogan, universidade de Washington

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