Isto é Pasquim
Por que é imperdível: Paulo Francis escrevia o que queria. Jaguar, Millôr Fernandes, Henfil, Ivan Lessa e ¿patota¿ escreviam e desenhavam o que queriam, inclusive para avacalhar Francis
Marcos Nogueira
O pasquim – antologia – volume 1
Jaguar e Sérgio Augusto (org.), Desiderata, R$ 69, 368 páginas
No período mais truculento da ditadura militar, um grupo de intelectuais porras-loucas de Ipanema – então o umbigo do Brasil – decidiu abrir um semanário (ou hebdomadário, como preferiam os pasquineiros) para esculachar o governo, a sociedade e tudo o mais. O resultado disso foi o jornalismo mais engraçado e o humor mais sarcástico que este país já viu impresso.
Frase: “Eu quero mocotó!” (atribuída a D. Pedro 1º em 7/9/1822).
Por que é imperdível: Paulo Francis escrevia o que queria. Jaguar, Millôr Fernandes, Henfil, Ivan Lessa e “patota” escreviam e desenhavam o que queriam, inclusive para avacalhar Francis.
• A sacanagem com a Declaração da Independência foi publicada graças aos pileques oferecidos pelo Pasquim à censora que dava expediente na redação. O episódio rendeu a prisão de 11 dos “subversivos”.
• “Se esta revista for mesmo independente não dura 3 meses”, decretou Millôr no primeiro número do Pasquim, em junho de 1969. O hebdomadário sobreviveu, aos trancos e barrancos, até 1991. Esta antologia é o primeiro de 4 volumes e abarca 150 edições.
• O time de colaboradores tinha nomes como Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso, Glauber Rocha e Luis Fernando Veríssimo.