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Mito ou fato: a real sobre 19 “causos” nebulosos da 2ª Guerra Mundial

Os japoneses praticaram canibalismo? A França se rendeu sem lutar? Churchill foi responsável por um genocídio?

Por Fábio Marton
Atualizado em 11 jun 2021, 09h07 - Publicado em 2 dez 2019, 17h33
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Imagem sem texto alternativo A história popular é a seguinte: no período entre-guerras, a França criou o mais espetacular sistema de defesas conhecido pelo mundo: a Linha Maginot, na fronteira com a Alemanha. Quando a guerra veio, os alemães simplesmente contornaram a linha, entrando pelo Norte. A Alemanha, de fato, não bateu cabeça com a Linha Maginot (ainda que tenha planejado o maior canhão do mundo só para isso). Mas os franceses não eram estúpidos. A linha não estava completa quando os alemães invadiram. Naturalmente, eles começaram a construí-la na fronteira com a Alemanha, mas estavam no processo de fazer a seção com a Bélgica, que era um país neutro, mas por onde obviamente os alemães viriam. E a Linha Maginot parcial cumpriu seu trabalho. Os alemães não tentaram atravessá-la, tornando o ataque, na mente dos franceses, previsível. A surpresa não foi, assim, que os alemães tivessem contornado a linha Maginot, mas que, no lugar de atacar por campo aberto na Bélgica, tenham atravessado a floresta de Ardenas, ao Sul, com tanques sem suporte de infantaria – a blitzkrieg, uma novidade que contrariava a então doutrina francesa, britânica e americana de tanques serem principalmente suporte para infantaria, não peças autônomas no combate. Os tanques franceses e britânicos eram em geral mais protegidos que os tanques alemães, mas também muito mais lentos. Com a invasão por Ardenas, as forças britânico-francesas se viram isoladas entre os alemães e o mar. Por pouco não foram exterminadas, não fosse o “Milagre de Dunquerque”, a retirada de 338 mil soldados entre 26 de maio e 4 de junho de 1940, que impediu que a guerra acabasse ali mesmo. (John C. Watkins V/Wikimedia Commons)
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Imagem sem texto alternativo A fama da França de país da bandeira branca é um clichê americano e tão falso quanto a ideia de que os americanos venceram o Front Ocidental. O país de Napoleão tinha a tradição militar mais orgulhosa da Europa, copiada pelos americanos e brasileiros. Ela dividira com o Reino Unido a vitória na Primeira Guerra, com uma contribuição similar. Mas seu generalato era antigo. Literalmente: o marechal Phillipe Pétain, líder das forças, tinha 84 anos. Com a quase aniquilação após a Ofensiva de Ardenas, o velho general aceitou a missão dada a ele pelo governo civil de assinar um cessar-fogo com a Alemanha, acabando por se tornar líder de um governo marionete sediado em Vichy. Enquanto isso, na Inglaterra, o general Charles de Gaulle se recusava a aceitar a paz. Com um pequeno contingente de 3 mil soldados, ele passou a reorganizar as forças francesas. Se na França não houve luta até o Dia D, no império colonial francês as forças leais a de Gaulle continuaram a lutar e eventualmente venceram os colaboracionistas. Ao fim da Guerra, a França de Vichy não tinha mais domínio sobre suas colônias. (Bundesarchiv/Wikimedia Commons)
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Imagem sem texto alternativo Em 30 de setembro de 1938, o então primeiro-ministro do Reino Unido cedeu o território dos outros a Hitler. A Alemanha recebeu a garantia de que o Reino Unido não interviria em favor de seu aliado, a Tchecoslováquia, na tomada alemã da região dos Sudetos. Chamberlain chamou isso de “paz para nossa era”. Menos de um ano depois, a Segunda Guerra começou, ainda com ele no comando – Churchill só assumiria em 10 de maio de 1940. O primeiro-ministro entraria para a história como um covarde e/ou tolo. Mas o fato é que ele não tinha escolha: o Reino Unido não era uma ditadura como Alemanha ou Itália, na qual a opinião pública não interferia no gasto militar. E, na penúria da depressão dos anos 1930, os eleitores definitivamente tinham outras prioridades que se armar. Assim, em 1938, Chamberlain estava na posição de ser líder de uma nação despreparada para a guerra frente a outra que estava mais do que pronta. A invasão dos Sudetos viria de um jeito ou outro, era causa perdida. Daí a saída desonrosa, mas racional. Ao mesmo tempo, Chamberlain ordenava um rearmamento urgente, principalmente da Royal Air Force, cujo papel seria definitivo em impedir a invasão alemã. (Hulton Deutsch/Getty Images)
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Imagem sem texto alternativo A guerra começou por conta das alianças de países eslavos com ocidentais. Esses países católicos – Polônia, Tchecoslováquia, Hungria etc. – sempre estiveram, política e culturalmente, próximos à Europa Ocidental, não aos eslavos ortodoxos, como os russos. A primeira traição foi a concessão dos Sudetos tchecoslovacos antes da guerra. A segunda foi a Conferência de Yalta, na qual Stalin basicamente recebeu permissão para fazer o que quisesse com esses ex-aliados. Revoluções comunistas “locais” eclodiram no pós-guerra, formando a Cortina de Ferro. (U.S. National Archives/Domínio Público)
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Imagem sem texto alternativo A Grande Fome de Bengala aconteceu por conta de suas ordens, e ele manifestou várias vezes desprezo pelos indianos – o que não quer dizer que planejou explicitamente acabar com todos. Raramente um genocídio é assim. (BiblioArchives / LibraryArchives/Wikimedia Commons)
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Imagem sem texto alternativo A traição aos aliados eslavos não era para ser definitiva. Havia o plano de jogar no lixo a Convenção de Yalta. A adequadamente chamada Operation Unthinkable (“Operação Impensável”) foi um plano elaborado por ordens de Churchill para invadir a URSS. E pasme: recrutando as forças rendidas da Alemanha nazista. Agendado inicialmente para 10 de julho de 1945, o plano, considerado loucura pelo generalato, foi adiado pela continuação da guerra no Pacífico. Churchill acabou sacado da cadeira de primeiro-ministro após seu partido perder as eleições em 5 de julho de 1945. Então o plano já havia vazado aos soviéticos, e seria ainda mais impensável. (Andy Faria/Superinteressante)
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Imagem sem texto alternativo Todo país tem o hábito cultural de fazer chacota com outro. Na Alemanha, a vítima eram os poloneses. A história de poloneses primitivos atacando tanques com espadas, montados em cavalos, como se estivessem na Idade Média, foi espalhada aos risos pela soldadesca alemã após a invasão. A Polônia tinha cavalaria (e 210 tanques). E atacou os invasores alemães com uma carga de sabres. Mas vamos corrigir essa imagem: os próprios alemães ainda tinham cavalaria, usada para missões de reconhecimento e escolta urbana, como ainda hoje os americanos fazem no Afeganistão. Outra coisa: os poloneses venceram. Cavaleiros do 18º Regimento de Ulanos da Pomerânia avistaram soldados da infantaria alemã descansando numa clareira. Não havia nenhum tanque ou ninho de metralhadora em vista. Tinham diante de si um confronto ao estilo pré-Primeira Guerra. Atacaram os alemães com espadas e os botaram para correr, em pânico. Só então chegaram blindados alemães, e a cavalaria polonesa bateu em retirada. A ação atrasou o avanço alemão. Os cavaleiros do 18º são heróis nacionais poloneses. (Keystone-France/Getty Images)
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Imagem sem texto alternativo É absoluta verdade que a indústria cultural ocidental subestima radicalmente a contribuição do Exército Vermelho na solução da guerra. Os números não mentem: 80% dos alemães que morreram em combate, morreram enfrentando soviéticos. Isto é, a vitória contra Hitler foi basicamente uma vitória dos soviéticos. Mas daí a dizer que venceram sozinhos é um salto. Teriam vencido se não houvesse outros países no confronto? A ideia de abrir mais fronts partiu de Stalin. Antes do Dia D, a campanha do Norte da África e a Invasão da Itália divergiram preciosos recursos do Front Oriental. Se os alemães se sentissem seguros ao Sul e, depois, ao Oeste, possivelmente a campanha contra a União Soviética, se não terminasse em derrota para Stalin, conduzisse a um cessar-fogo, sem a aniquilação do nazismo. Mas esse nem é o melhor argumento. Existe todo outro front (e esse os americanos celebram profusamente): a guerra no Pacífico. E o Japão, que causou um número imenso de mortes (só a China perdeu até 20 milhões), tinha como plano atacar a União Soviética. Não era questão de se, mas quando. De fato, eles fizeram um “teste drive” contra os soviéticos e não gostaram do resultado. Decidiram por atacar os americanos. Os japoneses esperavam que, após a paz com os EUA, estariam prontos para investir contra os soviéticos. E aí, nesse caso, lutando em dois fronts, é difícil imaginar o rolo compressor de Stalin sendo tão eficiente. Se é que a URSS sobreviveria. (Hulton Archive/Getty Images)
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Imagem sem texto alternativo Ucranianos deram uma recepção calorosa aos invasores nazistas. Nas praças, moças foram vestidas com roupas típicas para celebrar a “liberação”. Até mesmo uma divisão das SS com eslavos ucranianos seria criada. A razão principal é uma rixa secular com a Rússia, que dominava seu país desde os tempos do Império. Em 1917, a Ucrânia tentou ganhar a independência, mas terminou como república soviética. A grande fome de 1932 (Holodomor) matou um número imenso de ucranianos, estimado entre 3,3 e 12 milhões. Isso foi visto pelos ucranianos não como um infortúnio, mas como limpeza étnica intencional de Stalin. Mas a “amizade” era impossível. Na ideologia nazista, eslavos eram não arianos e naturalmente inferiores. A cúpula nazista se dividiu, mas Hitler votou pela mesma política usada na Polônia: exterminar e ocupar. No final, 4,5 milhões de ucranianos acabaram servindo no Exército Vermelho para expulsar os nazistas. (picture alliance/Getty Images)
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Imagem sem texto alternativo Também. Não só. Quando a bomba de Hiroshima caiu, os japoneses estavam inicialmente céticos de que era mesmo uma arma atômica – conceito que eles conheciam bem, pois tinham seu programa nuclear. Foi por saber o quão difícil era fazer uma bomba que duvidaram. E, por sua ciência, confirmaram rapidamente que, sim, era a temida bomba atômica. Então ficaram céticos que os americanos tivessem outro artefato do tipo, até Nagasaki. Que não veio sozinha, porém: no mesmo dia 9 de agosto de 1945, a União Soviética declarou guerra ao Japão, rompendo seu pacto de neutralidade de 1941, que, na época, dera tranquilidade aos japoneses para atacar Pearl Harbor. Foi esse combo que se mostrou irresistível, porque, destruição por destruição, o bombardeio incendiário de Tóquio, em abril de 1945, havia causado mais dano e mortes imediatas que Hiroshima. (Os japoneses não sabiam, mas o próximo alvo nuclear era Tóquio.) Na reunião de emergência após Nagasaki, a cúpula militar estava dividida. A decisão foi passada direto para o imperador, que escolheu a rendição. E ouviu do ex-primeiro-ministro Kichiro Hinamuna: “Sua majestade também tem a responsabilidade por esta derrota. Que retratação irá dar aos espíritos heroicos do fundador de sua Casa Imperial e seus outros ancestrais?” Um golpe de estado foi tentado por membros do Ministério da Defesa e da Guarda Imperial um dia antes do anúncio da rendição, na noite de 14 para 15 de agosto. O plano era matar os líderes militares pró-rendição. Para se ver como nem as bombas convenceram a todos. (Keystone/Getty Images)
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Imagem sem texto alternativo Não foi uma nem duas vezes, e nem foi só por desespero, como aconteceu com alemães e soviéticos comendo seus companheiros tombados nos momentos mais desesperados do Front Oriental. No Tribunal de Tóquio, em 1946, a versão japonesa do Tribunal de Nuremberg, múltiplas condenações aconteceram – a mais famosa pelo Incidente em Chichijima, no qual cinco pilotos americanos foram devorados por ordens dos oficiais, sem que ninguém estivesse passando fome. A razão mais comumente aceita é que era uma espécie de ritual macabro para unir a tropa. Todos quebrando um tabu, compartilhando com isso seu status de separação do mundo civil. (Andy Faria/Superinteressante)
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Imagem sem texto alternativo Vários membros da Igreja Católica colaboraram com a fuga de nazistas, para a Argentina, Espanha, México, Brasil etc. Entre muitos, o bispo austríaco Alois Hudal, que chegou a se filiar ao Partido Nazista, contrabandeou Franz Stangel, comandante de Sobibor e Treblinka, e Gustaw Wagner, um SS particularmente violento de Sobibor, para o Brasil. O papa, que teve atitudes antinazistas na guerra, intercedeu em favor de alguns deles. A justificativa dada era que eram, antes de nazistas, católicos (a maioria era austríaca, país de maioria católica) fugindo dos regimes comunistas ateus recém-instalados. Ainda há revelações a serem feitas: em 2020, os arquivos sobre o papa Pio 12 serão liberados. (Keystone/Getty Images)
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Imagem sem texto alternativo A acusação foi feita contra as carrascas nazistas Ilse Koch e Irma Grese. No caso de Ilse, que era esposa de um comandante do campo de Buchenwald, dois prisioneiros políticos testemunharam e deram detalhes do tal abajur, incluindo uma base feita com uma perna. Ilse acabou absolvida, sob a alegação de os abajures – nunca encontrados – serem de pele de carneiro. Irma foi condenada à morte, mas não por fazer abajures. (Andy Faria/Superinteressante)
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Imagem sem texto alternativo Nein, nein, nein! A afirmação vem da direita americana, particularmente think tanks pró-livre mercado, e tem uma longa tradição. Ainda nos anos 1940, a escritora, filósofa e dissidente soviética Ayn Rand já estava dizendo que comunismo e nazismo davam na mesma. Outra figura muito importante, o nobelizado Friedrich Hayek, fez mais ou menos a mesma correlação em seu O Caminho da Servidão (1944): de que a tentação pela intervenção estatal levava ao totalitarismo. Nem Rand nem Hayek chamaram explicitamente nazismo de esquerda, mas a interpretação dos seguidores foi que Estado grande = esquerda. Do que eles concluíram que: nazismo = esquerda. Essa definição não tem qualquer base histórica. Por ela, os reis absolutistas do século 17 seriam “de esquerda”. A raiz do nazismo são movimentos reacionários nacionalistas, românticos – o oposto do materialismo internacionalista de Marx, que previa a tomada dos meios de produção da burguesia. A ala anticapitalista do nazismo foi expurgada pelo próprio Hitler. O que o nazismo fez foi entronizar a classe do “capitalista nacional”, o industrial patriota, o que seguia as diretrizes do governo (e aceitava trabalho escravo). Inclusive, nazistas fizeram as primeiras privatizações, já em 1934, para conquistar essa classe. Não é livre mercado, mas não tem nada que ver com esquerda. (Hulton Archive/Getty Images)
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Imagem sem texto alternativo O nome Partido Alemão dos Trabalhadores Nacional-Socialista vem de uma época em que havia, de fato, pessoas no partido que acreditavam em socialismo. Mas Hitler passou a vida inteira redefinindo o real significado de “socialista”, excluindo explicitamente os marxistas, que teriam “roubado o termo”. No lugar, entravam vagas definições da preocupação com o bem comum, mantendo a propriedade privada. Isso excluía a facção anticapitalista do nazismo, liderada por Gregor Strasser. Eliminada na Noite das Facas Longas, em 1934. Hitler venceu. (Andy Faria/Superinteressante)
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Imagem sem texto alternativo Não para a época. Antissemitismo existia em todo lugar, inclusive no Brasil. O último pogrom (massacre de judeus) na Alemanha havia sido em 1848. Desde a unificação, em 1870, o país era considerado particularmente tolerante pelos judeus, que foram alçados a posições de poder e eram considerados os mais integrados da Europa. Era nos países eslavos que o antissemitismo imperava: os pogroms russos só foram parados pela Revolução de 1917, e aconteceram durante a guerra civil que se seguiu, até 1922, pelo Exército Branco monarquista. Na Polônia, haveria pogroms após o fim da guerra. A crise deu espaço para os alemães ouvirem as acusações dos nazistas contra judeus. Dos que não se converteram ao antissemitismo, parte resistiu, parte teve medo, e outra parte ignorou o sofrimento dos judeus. (Anthony Potter Collection/Getty Images)
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Imagem sem texto alternativo O mito perseguiu o Führer por toda a vida, e ele inclusive encomendou um relatório secreto às SS em 1931, concluindo que, não, não era nada judeu. A história vem do pai de Adolf, Alois Hitler, ser filho ilegítimo de pai desconhecido. A figura misteriosa então seria um judeu, Leopold Frankenberger, patrão da mãe de Alois. Nenhum documento comprova que sequer o tal Leopold tenha existido. E a verdade é que a cidade natal de Alois Hitler não tinha judeus em 1837, ano de seu nascimento. Quem foi o avô de Hitler é um tema que move historiadores ainda hoje. (Bundesarchiv/Wikimedia Commons)
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Imagem sem texto alternativo Os médicos de Hitler, Erwin Giesing e Theodor Morell, garantiam: não. A história já corria entre a soldadesca na guerra, e os britânicos até tinham uma música engraçadinha, Hitler Has Only Got One Ball (“Hitler só tem uma bola”), talvez a origem do boato. Em 1970, os soviéticos liberaram o resultado da autópsia que fizeram em seu corpo, dizendo que faltava o testículo esquerdo. Historiadores põem isso em dúvida porque era um corpo carbonizado, era de se esperar que faltariam partes moles. Mas em 2008 surgiu um relato de terceira mão, de que um certo médico da Primeira Guerra, Johan Jambor, teria dito a um padre polonês que ele perdera o direito ao se ferir em Somme, em 1916. E, em 2015, documentos da prisão de 1922, no qual um certo Dr. Josef Brinsteiner afirmou tê-lo examinado e encontrado um testículo faltando. (Andy Faria/Superinteressante)
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Imagem sem texto alternativo Hitler era um demagogo. Ele se dizia católico em público, mas, em privado, chegou a dizer que o cristianismo era “uma rebelião contra a lei natural”. Tinha um plano de longo prazo de substituir a religião. A “lei natural” era o mais próximo que tinha de religião: não acreditava em deuses, mas na “Providência”, a natureza divinizada que conspirava para sua vitória. (Andy Faria/Superinteressante)
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