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Não é só futebol: conheça a origem da rivalidade entre Brasil e Argentina

A animosidade entre os países é herança da disputa entre Portugal e Espanha pelas terras sul-americanas.

Por Alexandre Carvalho
Atualizado em 22 nov 2023, 10h55 - Publicado em 22 nov 2022, 18h44
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  • A animosidade entre os nós e os hermanos não nasceu nos estádios. O historiador Boris Fausto, autor de Brasil e Argentina: Um Ensaio de História Comparada (1850-2002), explica que a rivalidade tem origem numa disputa geopolítica: “Começou no século 19, quando os dois países foram se configurando como os dois mais importantes do Cone Sul, com pretensões à hegemonia, à superioridade. E isso se cristalizou”.

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    Essa rixa foi tamanha que, no começo do século 20, os dois países chegaram a cortar relações diplomáticas. 

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    A hostilidade que emergiu com força dois séculos atrás tem motivos anteriores à nossa Independência – e é uma herança da disputa entre Portugal e Espanha pela América do Sul. Uma medição de forças que teve seu grande momento na Guerra da Cisplatina (1825–1828, aí já com o Brasil independente). 

    A tal da região da Cisplatina é o lugar onde hoje fica o Uruguai. Era meio que uma terra sem dono, então a Coroa Portuguesa, em 1680, autorizou a construção de um forte na margem oriental do Rio da Prata, criando a Colônia de Sacramento. Mas os espanhóis nunca concordaram com essa posse. Ao longo do século 18, diversos tratados foram feitos para tentar um acordo sobre a região, mas sem chegar a uma definição. 

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    Quando D. João 6º transferiu a Corte portuguesa para cá, no começo do século 19, fugindo das tropas de Napoleão, estava indignado com o fato de a Espanha ter permitido que os franceses atravessassem as terras espanholas para invadir Portugal. Sua reação, então, foi ordenar a invasão de Sacramento e tomar posse de vez do território, que passou a ser chamado de Província da Cisplatina. Só faltou combinar com os moradores de lá, que não queriam muito papo com portugueses ou brasileiros. 

    Em 1825, o general Juan Antônio Lavalleja, da Cisplatina, liderou uma rebelião contra o Brasil e a favor da anexação de seu território à Província Unida do Rio da Prata (atual Argentina). Não passou batido ao governo brasileiro que os rebeldes locais contavam com apoio material e financeiro dos pré-argentinos. Resultado: guerra

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    Nossas tropas tomaram uma surra na chamada Batalha de Ituzaingó, com a morte de 1.200 brasileiros. E a Coroa não tinha mais dinheiro para sustentar um conflito militar. O jeito foi aceitar a derrota para doer menos. Mas os argentinos também não tomaram posse do território. Quem ganhou foram os fundadores de um novo país.

    Imediatamente depois dessa batalha, o Brasil topou ceder definitivamente a Cisplatina, que passou a ser chamada de República Oriental do Uruguai. Perdemos a guerra e ainda demos origem a um futuro adversário mais do que incômodo no futebol (os uruguaios conquistaram a primeira Copa do Mundo da história, em 1930, e a primeira realizada no nosso país, em 1950, deixando-nos com o vice-campeonato e o gosto amargo do Maracanazzo).

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    Mas a raiva permaneceu contra os argentinos mesmo assim. E vice-versa.

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