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Napoleão Bonaparte – Inspiração do mal

O imperador francês foi muito pior que aquilo que sua eterna fama de louco faz supor.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 jan 2018, 17h59 - Publicado em 31 Maio 2012, 22h00

PRECONCEITO RACIAL
Napoleão foi um racista de carteirinha. Restabeleceu a escravidão nas colônias francesas na América Central (onde ela havia sido abolida em 1794), proibiu que soldados negros morassem em Paris e perseguiu com afinco o general Thomas-Alexandre Dumas, primeiro negro a alcançar uma alta patente no Exército francês e avô de Alexandre Dumas, autor de Os Três Mosqueteiros. O ódio racial do imperador ia além: chegou a declarar que judeus seriam “lagartas, gafanhotos que assolam a França”. Detalhe: assim como há hipóteses de que o Führer tivesse um avô judeu, Napoleão seria descendente de africano.

CARNIFICINA POUCA É BOBAGEM
O circo de horrores na América Central não tinha limites. Buldogues famintos, treinados em Cuba para comer carne humana, davam expediente na colônia francesa de Saint-Domingue (hoje Haiti), disputando os corpos de ex-escravos que se negassem a voltar ao trabalho. Outro castigo comum para os rebeldes – e até mesmo para as crianças negras – era o afogamento: os soldados de Napoleão prendiam bolas de ferro nos pescoços dos adultos e apunhalavam crianças ensacadas antes de atirá-los ao mar. A estimativa é de que 100 mil pessoas tenham sido assassinadas nas colônias caribenhas entre 1802 e 1804.

PROTÓTIPO DO HOLOCAUSTO
Um cunhado de Napoleão Bonaparte teria sido o primeiro a utilizar algo parecido com as câmaras de gás mais tarde popularizadas pelo nazismo. Com a permissão do imperador, Victor Emmanuel Leclerc encarcerou os próprios soldados (negros) que serviam a França no Haiti em porões de navios, onde morriam asfixiados pelo dióxido de enxofre resultante da desinfetação do barco. As ilhas de Elba e Córsega também sediaram algo como os “avós” dos campos de concentração. Além dos milhares de africanos mortos nas colônias, foi grande o volume de deportações de prisioneiros para as ilhas.

HOMENAGEM AO ÍDOLO
Hitler foi um fã declarado de Napoleão. Tanto que, durante a invasão nazista em Paris, em 1940, fez questão de visitar o túmulo do imperador no complexo Les Invalides. De terno branco, o Führer curvou-se diante da lápide do ídolo. Outro momento emblemático: mandou derrubar a estátua do general Thomas-Alexandre Dumas, desafeto de Napoleão.

BIBLIOGRAFIA BOMBÁSTICA
Boa parte do currículo de maldades do imperador – e sua influência nada sutil sobre o nazismo – foi trazida à tona em 2005 pelo historiador francês Claude Ribbe, autor do livro Os Crimes de Napoleão – Atrocidades que Influenciaram Hitler. A publicação da obra causou polêmica na França, onde sobrevive a admiração pelo homem que, apesar das maldades, outorgou o Código Civil e projetou o país no mundo.

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INTRIGA DA OPOSIÇÃO
Uma das grandes obras do antigo Egito, a esfinge de Gizé teria perdido o nariz por obra de… Napoleão, claro. Isso é o que diz a lenda. Mas nesse caso o imperador é inocente, já que desenhos de 1755 – quatro décadas antes da chegada das tropas francesas ao Egito – já retratavam a dita-cuja desfigurada. O mais provável é que, entre os séculos 16 e 17, cristãos coptas ou otomanos tenham feito o estrago.

AMOR À ARTE
Napoleão adorava obras de arte. Tanto que as levava para a França como lembrancinha. Os quatro cavalos de bronze do século 4 a.C. hoje expostos no museu da basílica de São Marcos passaram uma temporada em Paris – só foram devolvidos após a queda do imperador. Do Egito ele levou a Pedra de Roseta, importante fragmento com inscrições hieroglíficas, mais tarde confiscada pelos ingleses. Pinturas do espanhol Bartolomé Esteban Perez Murillo e do italiano Paolo Veronese também foram surrupiadas durante as guerras napoleônicas.

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