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… Napoleão tivesse vencido em Waterloo?

Se ele ganhasse aquela batalha, a guerra na Europa acabaria se estendendo por muito mais tempo.

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Atualizado em 31 out 2016, 18h17 - Publicado em 31 jul 2001, 22h00
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  • Fábio Koleski

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    Na noite de 18 de junho de 1815, o vilarejo belga de Waterloo viu uma multidão de soldados franceses bater em ligeiríssima retirada. Sua crise de pânico em nada lembrava o glorioso exército napoleônico, tão acostumado a vencer adversários. Mas, justo quando estavam conseguindo tomar a posição das tropas inglesas, comandadas pelo duque de Wellington, os homens de Bonaparte foram atacados, pelos flancos, por 89 000 soldados prussianos. O confronto custou a vida de 32 000 franceses e a prisão de outros 7 000, numa derrota que enterrou de vez o maior sonho de Napoleão: expandir seu poder por todo o continente.

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    “Se ele ganhasse aquela batalha, a guerra na Europa acabaria se estendendo por muito mais tempo. Mesmo saindo vitorioso sobre os ingleses, Bonaparte ainda teria que lutar com meio milhão de austríacos e 200 000 russos que estavam invadindo o território francês”, afirma Domício Proença Jr., coordenador do Grupo de Estudos Estratégicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ou seja: a história européia ficaria marcada por mais uma série de banhos de sangue, que poderiam inclusive atrasar o desenvolvimento tecnológico, científico, industrial e comercial que explodiu no século XIX.

    Por outro lado, a vitória em Waterloo provavelmente ajudaria a recuperar o prestígio, já um tanto abalado, do imperador junto aos súditos franceses. Militar de atuação destacada nas batalhas pela Revolução Francesa, Bonaparte tornou-se herói popular após as campanhas na Itália (1796-1797). Foi primeiro-cônsul da França e, em 1804, sagrou-se imperador. “No começo, ele lutava para expandir os ideais revolucionários da burguesia, tomando o poder político dos nobres – o que ia de encontro aos interesses dos monarcas das demais nações. Mas depois, cobiçou a hegemonia na Europa e colocou a coroa de imperador sobre a própria cabeça. A partir daí, começou a cometer atos políticos que o prejudicaram, tirando do poder pessoas importantes e coroando seus irmãos nos reinos que conquistava”, diz Jaime Pinsky, historiador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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    A prova disso é que, ao retornar, em 1815, do seu primeiro exílio – forçado pela capitulação da França aos exércitos prussiano, russo e austríaco –, Bonaparte só ficou 100 dias no poder.

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    Mesmo que ele voltasse a ganhar apoio popular, seria praticamente impossível para o exército francês ocupar o resto do continente. “Se isso acontecesse, o cenário resultante talvez fosse uma confederação de nações, centralizada pela França. Nesse caso, a maior potência mundial do século XIX, a Inglaterra, teria sua hegemonia ameaçada pelos bloqueios econômicos que impediriam a comercialização de suas mercadorias industrializadas”, afirma Márcio Scalércio, historiador da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro.

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    Embora Waterloo esteja gravada nos livros de história como a mais importante batalha de Napoleão, o estrategista Domício Proença Jr. lembra um embate anterior que, com um resultado diferente, teria tido impacto muito maior no curso dos acontecimentos. Ainda no início de sua carreira, entre 1798 e 1799, então general, Napoleão tentou, sem sucesso, tomar o poder no Egito. O objetivo era solapar a formação do Império Britânico, que, naquela época, começava a conquistar países da Ásia e da África. “A vitória no Egito significaria o começo de uma guerra mundial, não só européia. A França disputaria a hegemonia em lugares como a África do Sul e a Índia, que ainda não eram dominados pela Inglaterra”, diz Domício. Se isso tivesse dado certo, os territórios britânicos teriam ficado restritos ao Canadá e ao Caribe – e seriam os franceses, e não os ingleses, que teriam importado da Índia o costume de tomar o chá das cinco.

    * Jornalista especializado em tecnologia

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