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Nicolau Copérnico

Especialista em tudo e astrônomo quando dava tempo, ele colocou a Terra em seu devido lugar

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h16 - Publicado em 8 mar 2013, 22h00

O homem era matemático, astrônomo, jurista, médico, tradutor, clérigo, diplomata e político. Ainda assim, seu maior legado só foi aparecer no último dia de vida. Foi no derradeiro suspiro, em 24 de maio de 1543, que Nicolau Copérnico viu sua obra-prima, Das Revoluções dos Orbes Celestes, finalmente publicada. E a humanidade nunca mais foi a mesma.

Em última análise, a chamada “revolução copernicana” é uma lição de humildade: pela primeira vez alguém argumentava com alguma segurança que a Terra, e nós com ela, não estava no centro do Universo. Igualmente humilde foi a postura do polonês ao não publicar o livro até o último momento possível. Ele sabia que havia problemas com a teoria.

Nascido em 1473, em Torun, Copérnico começou sua carreira acadêmica na Universidade da Cracóvia. Foi lá que ele se familiarizou com a matemática e a astronomia, antes de iniciar sua vida de clérigo. Observações da abóbada celeste levaram-no a duvidar do sistema geocêntrico.

O polonês passou a achar que um modelo heliocêntrico – com o Sol no meio – era mais belo e simples. Claro que, para ser verdadeiro, seria necessário que a Terra, em vez de imóvel, fizesse dois movimentos – de translação ao redor do Sol e de rotação em torno de si mesma.

Havia fortes objeções a essa ideia. Todo mundo pensava que, se a Terra estivesse rodando, ao jogar algo para cima, o objeto deveria cair para trás ou para a frente, pois o chão abaixo teria se movido enquanto ele voava.

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Ainda assim, Copérnico se convenceu de que isso deveria estar acontecendo. Por volta de 1514, ele fez circular entre colegas um texto de 40 páginas com suas principais ideias. Foram bem recebidas. Depois, passou intermináveis três décadas preparando um tratado sobre o tema – que, de início, se recusou a publicar.

Por quê? Talvez por medo. Afinal, por suas próprias observações, ele sabia que o heliocentrismo também não era perfeito para prever as posições planetárias.

“Novas evidências apareceram recentemente de que Copérnico sabia de grandes discrepâncias entre previsão e observação”, afirma Owen Gingerich, da Universidade Harvard, comentando a decifração de anotações do polonês que indicavam conhecimento de erros de mais de 2 graus na posição de Marte e de 1,5 grau na de Saturno.

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O assunto era controverso demais. Afinal, até mesmo passagens bíblicas pareciam sugerir que a Terra ficava no centro e o Sol girava em seu redor. Contrariá-las sem boas evidências, naquela época, seria no mínimo temerário.

Copérnico só decidiu publicar sob intensa pressão de seu pupilo George Rheticus e, diz a lenda, recebeu a primeira cópia do livro apenas em seu leito de morte. Caberia a outros identificar os acertos e erros da obra que colocou a Terra pela primeira vez em seu devido lugar.

 

 

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