O maior atlas da história

Bruno Garattoni

Reconstruir o mundo. Essa é a proposta do Photosynth, um programa que gera imagens 3D a partir de fotos tiradas por qualquer pessoa: você bate, vá lá, 10 fotos do Cristo Redendor, a partir de vários ângulos, e ele monta um modelo 3D do monumento na sua máquina. Até aí, nada de mais. A grande diferença é que o Photosynth (https://labs.live.com/photosynth) vai ser capaz de buscar as bilhões de imagens que existem na internet. Sabe aquelas fotos de férias que as pessoas colocam em fotologs e álbuns online, tipo o Flickr (www.flickr.com)? Então: até elas podem servir de base para o software montar cenários. Resultado: um Google Earth (o programa com imagens de satélite do mundo todo), elevado à 10a potência, com imagens 3D do interior da sua casa, das galerias do Louvre, da vista da Torre Eiffel, dos esgotos do Sri Lanka. Não há limite. Como o bicho faz isso? Bom, ele identifica pontos em comum nas fotos – seja um prédio ou a maçaneta de uma porta – e junta os retratos que tenham algo a ver entre si. Mais: ele tem um mecanismo que descobre a posição e o ângulo da câmera no momento em que cada imagem foi tirada. Aí, fica fácil remontar várias fotos de um mesmo lugar num ambiente 3D. Mas o software vai além. Para que a transição entre as imagens fique mais suave, ou seja, você realmente tenha a sensação de estar navegando num ambiente 3D, o Photosynth também cria imagens artificiais – elas preenchem os espaços entre as fotos propriamente ditas. “O programa é 100% automático. As imagens nem precisam ter identificação geográfica”, explica o cientista da computação Richard Szeliski, do Centro de Pesquisas da Microsoft e um dos criadores da coisa. “As imagens, inclusive, podem variar muito em aparência, tamanho, horário ou época.” O Photosynth, enfim, promete muito, mas está em fase experimental. Ainda não começou a buscar imagens na rede para montar seu hiperatlas online. A estimativa é que o programa comece a entrar em ação até o final do ano.

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