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O pai de Osama bin Laden

Mohamed bin Laden era frio e rígido com os 54 filhos e 11 esposas. Gostava mesmo era dos seus aviões...

Por Alvaro Opperman
Atualizado em 22 jan 2018, 13h46 - Publicado em 31 ago 2007, 22h00
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  • Sob um sol escaldante, num certo dia em 1932, Mohamed bin Laden, vindo do pobre Iêmen, chegou esperançoso a Meca, na Arábia Saudita. Tinha vinte e poucos anos. Todo empoeirado, foi à mesquita central. Lá, orou prostrado: “Alá, me dê o mundo!”

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    Parecia ousadia, pois Mohamed – feio, caolho, analfabeto e rude – era visto ali com desprezo. O rapaz, no entanto, tinha a força de um touro e logo foi contratado como auxiliar de pedreiro em uma petrolífera. Ralava para ganhar por dia 1 rial, cerca de R$ 0,30. Em pouco tempo, econômico e frugal, juntou dinheiro para contratar outros pedreiros. Largou a empresa para construir casas e prédios populares por um preço incomparavelmente menor que o da concorrência. “Eu construo. Alá mantém os prédios em pé”, dizia. Sovina, Mohamed pagava 1 rial por semana aos funcionários.

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    Até o fim da vida não aprendeu a ler ou escrever. No preenchimento de cheques, assinava com uma cruz.

    O pragmatismo de Bin Laden chamou a atenção do rei saudita. Quando um consórcio europeu desistiu de construir uma auto-estrada ligando Medina ao litoral do mar Vermelho, dizendo ser impossível transportar máquinas e material pelo deserto e montanhas, Mohamed elaborou um complexo plano logístico para tirar o projeto do papel. Desmontando a maquinaria e levando-a no lombo de mulas, conseguiu entregar a rodovia em tempo recorde, abaixo do orçamento. Mohamed ficou íntimo da casa real. E, por tabela, riquíssimo. As preces a Alá foram atendidas.

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    Mohamed bin Laden era muito religioso e levava vida austera. Uma das suas poucas extravagâncias: fazia romarias de helicóptero, a fim de rezar num único dia nas 3 cidades sagradas do islã – Meca, Medina e Jerusalém.

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    Na década de 1950, com a vida resolvida, o velho Mohamed viajava satisfeito na sua coleção de jatinhos e helicópteros. Também colecionou esposas: sempre ficava com 4 mulheres, o máximo que sua religião permite, que eram substituídas regularmente. A mulher descartada era entregue a alguém que trabalhasse com ele. E Mohamed não brincou em serviço com o mulherio: teve 54 filhos (25 homens e 29 mulheres). Religioso e intolerante, era frio com os familiares.

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    Quem lhe arranjava esposas – quase sempre adolescentes – era o seu piloto, um americano com olho clínico para as beldades. Em 1956, o gringo lhe trouxe a belíssima Hamida. Foi a sua 10ª esposa. Metida a patricinha, de educação ocidental, a moça enlouqueceu o conservador Bin Laden ao insistir em usar modelitos Chanel, e não as roupas fechadas das mulheres sauditas. Tiveram apenas um filho, em 1957, e depois o casamento acabou. O nome da criança? Osama bin Laden. Anos mais tarde, uma barbeiragem do piloto, a bordo de um avião Beechcraft, foi fatal. Era 3 setembro de 1967.

    Trinta e quatro anos e 8 dias depois, em Nova York, outro avião… Bom, daí é outra história. E essa a gente conhece de cor.

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