Qual é a origem da palavra “carioca”? E “fluminense”?
Veja a etimologia e a história por trás dos gentílicos da cidade (e do estado) do Rio de Janeiro.
Preciso admitir: como um bom paulista, a diferença entre “carioca” e “fluminense” nunca foi muito clara na minha cabeça. Qual é o gentílico para quem nasce na cidade do Rio? E no estado?
Acredito não ser o único nessa, então fica o lembrete: “carioca” é quem nasce no município do Rio de Janeiro; “fluminense”, no estado. Todo carioca é fluminense – inclusive os flamenguistas, rs.
Vamos à origem de cada uma dessas expressões:
A palavra “carioca” tem origem tupi, mas o seu exato significado ainda gera debate. A ideia mais difundida é de que seria a junção de kara’iwa (homem branco) e oka (casa): “casa de branco”.
Outra hipótese diz que o nome significa “casa do peixe cascudo”. Quando os primeiros europeus chegaram na costa, suas armaduras teriam feito com que os nativos se lembrassem das escamas de um peixe.
Já “fluminense” teria vindo de flumem (do latim, “o rio”). Somado ao sufixo -ense, quer dizer “aquele que vem do rio”.
Como essas palavras se tornaram gentílicos é outra história. Na cidade do Rio, existe o rio Carioca, que nasce na Floresta da Tijuca e passa por bairros como Cosme Velho e Laranjeiras.
Bom, não dá para cravar qual veio primeiro: o nome do rio ou o gentílico. Alguns defendem que o “carioca” do curso de água passou para os que moravam lá perto; mas há quem defenda o contrário. Seja como for, durante o período colonial, quem nascia na capitania do Rio de Janeiro já era conhecido como carioca.
“Fluminense” veio só depois. Em 1783, por meio de um decreto do vice-rei do Brasil, D. Luís de Vasconcelos e Sousa, nascidos na província do Rio de Janeiro passariam a ser referidos com esse gentílico. A palavra seria uma alternativa “mais civilizada” para “carioca” – a elite não queria ser vinculada a um nome indígena, então pediram para trocar. Mas “carioca” sobreviveu na boca do povo.
Durante o tempo em que o Rio foi capital do Brasil, o gentílico oficial da cidade também era “fluminense” – novamente, a pedido dos membros da corte. Em 1960, a capital foi transferida para Brasília, e o município virou “estado da Guanabara”. Foi aí que “carioca” foi oficializado pela primeira vez. Na fusão da Guanabara com o restante do estado do Rio, em 1975, os gentílicos ficaram na configuração atual.