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Tobias de Aguiar :o pai da rota

Antes de batizar o batalhão mais temido de São Paulo, Tobias de Aguiar tornou Sorocaba capital, engravidou a Marquesa de Santos, fundou a PM e acabou na cadeia.

Por Paula Moura
Atualizado em 31 out 2016, 18h27 - Publicado em 30 nov 2007, 22h00

1842 definitivamente não era um ano bom para o rico proprietário de terras Rafael Tobias de Aguiar. Líder da Revolução Liberal – movimento armado contra a ascensão dos conservadores no reinado de dom Pedro 2º –, Tobias foi aclamado pelos revoltosos como presidente da província de São Paulo, o que corresponderia ao atual governador.

Declarou Sorocaba capital provisória e pretendia marchar com seus homens rumo à “verdadeira” capital, São Paulo, para depor o “verdadeiro” presidente da província, o barão de Monte Alegre. Foi acuado no meio do caminho, em Campinas, pelas tropas imperiais do barão de Caxias, o futuro duque de Caxias. Derrotado, teve de fugir para o Rio Grande do Sul, onde foi preso.

Anistiado dois anos depois, Tobias viveu no Rio de Janeiro até sua morte, em 1857. Mas a revolução frustrada foi apenas a última das aventuras dessa figurinha fácil nas principais agitações durante o período de transição entre o 1o e o 2o reinados. Apesar de civil, Tobias de Aguiar sempre teve a vida ligada às questões militares.

Aos 23 anos, foi major das milícias que viriam a ser a Guarda Nacional. Aos 26, reuniu 100 homens às suas custas para combater as tropas portuguesas que se opunham à Independência. Ganhou projeção e virou político, chegando a governar São Paulo “de verdade” por duas vezes – entre 1831 e 1835 e de 1840 a 1841. Em sua primeira gestão, criou a Guarda Municipal Permanente, composta de cerca de 130 homens.

Como a pequena tropa serviu de embrião à PM paulista, Tobias é considerado o patrono da corporação e dá nome ao 1º Batalhão da Polícia de Choque de São Paulo, a famosa Rota – cuja alcunha completa, com nome e sobrenome, é Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar. Também digna de nota é sua relação amorosa com outra personagem badalada dos tempos do Império.

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O nome da moça era Domitila de Castro Canto e Mello – ela mesma, a marquesa de Santos, a célebre amante de dom Pedro 1º. Não foi um caso de chifre nem de triângulo amoroso: dom Pedro se relacionou com Domitila (e sua irmã!) até 1829. Dois anos depois, ele perdeu o trono e se mandou para Portugal. Terreno aberto para Tobias, que assumiu a titularidade do coração de Domitila em 1833 e não perdeu tempo: teve 4 filhos com ela. O casamento, porém, só foi oficializado em 1842, às vésperas da revolução.

Na última década de vida, Tobias voltaria à vida pública, mas sem o mesmo destaque do período 1820-1840. Morreu aos 63 anos, no litoral do Rio de Janeiro. Seu corpo foi sepultado na Igreja de São Francisco, entre a Faculdade de Direito da USP e o convento dos franciscanos, no coração de Sampa.

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Grandes momentos

• Preso em 1842, Tobias foi anistiado dois anos depois e virou deputado.

• Famoso pelo comércio de cavalos do Rio Grande do Sul para São Paulo, Tobias de Aguiar emprestou seu nome para uma pelagem: o malhado dos cavalos pampa é conhecido mundialmente como “gene tobiano”.

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• Em 1846, o imperador dom Pedro 2º refez o itinenário da Revolução Liberal em São Paulo, passando pelas cidades conquistadas pelos revoltosos. Como guia, chamou Rafael Tobias de Aguiar, líder da revolta que havia mandado conter. Os dois cavalgaram juntos

 

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