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Três novas cidades maias de quase 3 mil anos são descobertas na Guatemala

Achados incluem uma pirâmide de 33 metros, um complexo sistema de canais e esculturas de caráter cerimonial.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 5 jun 2025, 16h40 - Publicado em 5 jun 2025, 16h00

Arqueólogos anunciaram, no final de maio, a descoberta de um novo complexo arqueológico maia na Guatemala, formado por três centros urbanos com quase três mil anos de idade, próximos um do outro.

Uma das cidades, Los Abuelos, provavelmente era um importante centro cerimonial e possuía estruturas para observações astronômicas. Outra, Petnal, inclui uma pirâmide de 33 metros de altura. A terceira, Cambrayal, possuía um extenso e complexo sistema de canais que funcionavam como uma espécie de esgoto.

A civilização maia floresceu no que hoje é o sul do México e na América Central em 2.000 a.C., aproximadamente, atingindo seu auge entre os séculos 5 d.C. e 10 d.C. e sobrevivendo até a chegada dos espanhois.

As descobertas fazem parte do Projeto Arqueológico de Uaxactun, que desde 2009 investiga o passado maia do país da América Central. Uaxactun é uma importante cidade maia localizada no norte da Guatemala, e, nos últimos anos, pesquisadores se dedicaram a analisar também seus arredores, cobrindo uma enorme área de 1.200 km² em busca de outros vestígios dessa civilização pré-colombiana.

As iniciativas do projeto já identificaram pelo menos 176 sítios arqueológicos, alguns grandes, como cidades, e outros menores e pontuais. Destes, só 20 foram escavados – dez dos pequeninos e dez dos grandes. As três novas cidades fazem parte deste último grupo e se chamam Los Abuelos, Petnal e Cambrayal. Os detalhes de suas escavações foram apresentados ao público em uma coletiva de imprensa e divulgados pelo governo guatemalteco. O trio de centros maias formam um triângulo entre si, separadas apenas por alguns quilômetros.

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Uma das estátuas encontradas no sítio arqueológico de Los Abuelos, na Guatemala.
Uma das estátuas encontradas no sítio arqueológico de Los Abuelos, na Guatemala. (Ministério da Cultura da Guatemala/Reprodução)

Das três, a mais relevante é a chamada Los Abuelos (“Os avôs”) – nome que vem de duas estátuas encontradas no local, representando um homem e uma mulher que os pesquisadores acreditam representar um casal ancestral. A disposição das estruturas nesse sítio arqueológico leva os cientistas a crer que elas eram usadas para observação do céu – os maias eram ótimos astrônomos –, facilitando o registro dos solstícios e equinócios. Por isso, possivelmente tinha um papel cerimonial e religioso para os maias da região.

Los Abuelos provavelmente foi habitada durante o meio e o final do Período Pré-Clássico, que durou de 2.500 a.C. até 250 a.C. (a divisão do tempo da historiografia europeia, com termos como “Idade Média” e “Idade Antiga”, não faz sentido para as sociedades das Américas, e por isso os nomes são diferentes). Depois ela foi abandonada, mas voltou a ser ocupada durante a fase final do Período Clássico (250 d.C. – 900 d.C.).

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Já Petnal provavelmente foi um centro político – prova disso é a presença de uma enorme pirâmide de 33 metros de altura no local. 

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Cambrayal, a terceira cidade, possuía um extenso e complexo sistema de canais revestidos  com estuque, que totalizam 57 metros de extensão e provavelmente eram usados para transportar resíduos, como uma espécie de sistema de drenagem.

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A descoberta foi feita por uma equipe de arqueólogos guatemaltecos e estrangeiros, liderados por Milan Kovac, professor da Universidade Comenius, na Eslováquia.

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