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Veja o rosto de uma bruxa de verdade

Parece inofensiva, não é mesmo? Isso porque ela era. Agora cientistas reconstruíram o rosto de uma mulher acusada de bruxaria em 1704.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 11 mar 2024, 16h58 - Publicado em 6 nov 2017, 18h35

Mulher, com mais de 50 anos, viúva, sem filhos e com alguém disposto a falar mal de você. Se você se encaixa nessas características, agradeça por viver no século 21: trezentos anos atrás, as autoridades tratariam você como uma criminosa da pior espécie – é o que costumava bastar para acusar alguém de bruxaria, delito inafiançável e que, quase sempre, acabava com morte em praça pública.

A fogueira era o destino da dona do rosto que você vê acima. Reza a lenda que, no distante ano de 1704, Lilias Adie foi acusada por um vizinho de ser bruxa e praticar sexo com o diabo. Após ser torturada até confessar “voluntariamente” sua parceria com o tinhoso, a anciã foi parar na prisão do vilarejo de Torryburn, na Escócia, onde vivia. Porém, não deu nem tempo de que Lilias fosse queimada viva, morrendo na prisão, pouco antes de sua condenação.

Já que não existia máquina fotográfica para fazer a ficha da meliante, coube a um pesquisador da Universidade de Dundee recriar sua aparência. O resultado, feito em escultura virtual 3D, foi possível graças à análise de seus restos mortais.

A ossada de Lilias fora enterrada primeiro na praia, sob uma pedra pesada. Era uma forma que os populares encontraram de garantir que o espírito da “bruxa” não voltasse para assombrá-los. Como a curiosidade humana costuma ser maior que o medo do sobrenatural, esses restos foram escavados no século 19. Depois disso, o material acabou indo parar no museu mantido pela Universidade St. Andrews, onde foi fotografado antes de desaparecer da história, no meio do século 20.

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Foi a partir dessas fotos de cem anos atrás que o artista forense Christopher Rynn orientou seu trabalho. A opção do especialista foi retratar a senhora escocesa a partir de uma expressão serena, diferente do que a ideia de bruxa pode passar a princípio. “Toda a história de Lilias sugere que ela foi nada menos que uma vítima das circunstâncias horríveis da época, então, não havia motivo para colocar no seu rosto um ar perverso ou malvado. Por isso, ela acabou saindo com essa cara bondosa, quase natural”, contou Rynn, em comunicado.

De acordo com o site LiveScience, Rynn trabalhou pelo menos 40 horas modelando o rosto de Lilias — mais que o dobro da média utilizada em outros trabalhos desse tipo. Todo esse tempo serviu para estimar a posição exata dos músculos, modelar a face e conferir esse aspecto realista ao boneco, tarefas mais difíceis quando feitas só a partir de fotografias, sem a ajuda de um crânio físico.

Só entre os séculos 15 e 18, nos países europeus e em suas colônias da América, estima-se que até 60 mil pessoas foram incriminadas e executadas pelo crime de bruxaria. Pelo menos 75% delas eram mulheres, sempre com mais de 50 anos. Para que se detectasse alguém como bruxo ou bruxa (além daquilo tudo que você leu no primeiro parágrafo), era comum que se considerasse também outros aspectos um tanto peculiares. Entram na lista características como não conseguir flutuar na água, se irritar muito fácil ou não saber certas passagens inteiras da Bíblia de cor. Além de, claro, contar com um bicho de estimação — ‘ai’ de quem escolhesse um gatinho preto.

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