A gangorra do El Niño
Um estudo recente, realizado na Universidade de Maryland, pretende ver uma certa regularidade no aparecimento do El Niño.
Assim como um dia sucede o outro e as estações se alternam de maneira regular, os cientistas querem descobrir o ritmo com que se repetem alguns fenômenos climáticos. Um estudo recente, realizado na Universidade de Maryland, com o apoio do NOAA, o órgão que cuida da Meteorologia nos Estados Unidos, pretende ver uma certa regularidade no aparecimento do El Niño, o fenômeno de aquecimento anormal das águas do Pacífico que costuma causar secas e inundações em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Segundo esse estudo, o El Niño pode ser comparado a uma imensa gangorra atmosférica, capaz de provocar fortes vendavais de um lado do Pacífico e criar calmarias do outro.
Essa gangorra teria dois ciclos diferentes. Um deles ocorreria a cada dois anos e o outro a cada dois anos w o outro a cada quatro ou cinco anos. A combinação dos dois ciclos produziria o ritmo do El Niño, e, quando coincidissem, haveria fenômenos climáticos mais fortes, como aconteceu entre 1982 e 1983. “Qualquer pesquisa que mostre regularidade no El Niño deve ser vista com cautela”, lembra o climatologista Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, SP. “Ele ocorre em média de duas a três vezes por década. Mas já houve períodos em que ficou sete anos sem aparecer.”