Se o ar quente sobe e o frio desce, por que o cume das montanhas é coberto de gelo?
O topo das montanhas altas é gelado porque o ar vai esfriando à medida que sobe. A temperatura do ar depende de dois fatores: a pressão sobre ele e a proximidade de superfícies horizontais. As moléculas próximas ao nível do mar têm uma coluna enorme de ar em cima de si, pressionando. À medida que o ar sobe, o tamanho dessa coluna diminui e, conseqüentemente, o seu peso cai, fazendo com que o ar quente se expanda. Toda vez que um gás se espalha, ele libera calor, ou seja, se resfria. Com o ar não é diferente. Por isso, ao chegarmos ao topo da montanha encontramos a atmosfera gelada.
Além do mais, como o ar não absorve bem os raios solares, o principal aquecedor da atmosfera é a própria superfície da Terra. Ao absorver a luz do Sol ela emite calor e esquenta o ar que está por perto. E, apesar de os raios solares também atingirem a montanha, eles incidem ali de forma inclinada. Assim, a quantidade de energia absorvida é pequena e insuficiente para aquecer o ar ao seu redor. “Por isso, o ar próximo ao cume de montanhas altas, como o Everest, com 8 848 metros, é muito frio, 30 graus Celsius negativos”, explica a meteorologista Maria Assunção da Silva Dias, da Universidade de São Paulo.
Picolé no topo da montanha
O ar próximo ao chão perde calor quando sobe.
1. A bolha de ar em contato com o solo aquecido pelo sol torna-se mais leve.
2. À medida que sobe, a pressão sobre ela é menor e a bolha se expande, perdendo calor.
3. Ao chegar ao topo da montanha, o ar está tão frio que transforma a umidade ambiente em neve.