Amazônia à venda
É o mercado mais exuberante do Brasil:no Ver-o-Peso, em Belém, há cores, cheirose sabores que só existem no Pará
Texto Marcos Nogueira
TCHAU, AMAZÔNIA
O Ver-o-Peso, na região portuária de Belém do Pará, é o principal ponto de escoamento dos produtos típicos da região – frutas, peixes, ervas, pimentas. “Você sente um cheiro diferente a cada 10 passos”, diz o fotógrafo Maurício de Paiva, autor destas imagens.
CARGA PESADA
Os carregadores são essenciais ao funcionamento do Ver-o-Peso. Desde antes do amanhecer, eles levam mercadoria do cais para caminhões – às vezes, carregam sobre a cabeca até 100 quilos de peixe.
MERCADO NEGRO
Ambulante mostra galo de briga que quer vender. No submundo do mercado, há contrabando de plantas, de animais e de outros produtos proibidos. Quem procurar bem acha até genitais de boto, tidos como afrodisíacos.
O PUL DA CIDADE
Ônibus chegam ao Ver-o-Peso no rush matinal: o mercado, às margens da baía do Guajará, fica no ponto nevrálgico da capital paraense. Perto dali ficam a Estação das Docas, recentemente remodelada,para a visitação turística, e o porto propriamente dito, que recebe navios e barcos de transporte para o interior do Estado.
PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO
Cozinheira prepara as folhas de maniva ou mandioca-brava (1): segundo a tradição local, elas precisam ser cozidas por uma semana para deixar de ser venenosas. As folhas são o ingrediente principal da maniçoba, prato típico que leva também embutidos e outros cortes de carne de porco (2). O açaí (3), já popular no sul do país, chega às toneladas ao Ver-o-Peso. Os paraenses comem a frutinha com farinha de mandioca e peixe – pode ser tucunaré, pescada-amarela, filhote ou qualquer uma das variedades vendidas no mercado de pescados (4).