Biodegradável poluente: Tiro ecológico pela culatra
Pesquisadores italianos descobriram que os detergentes ecológicos estão poluindo mais que os convencionais.
Os detergentes ecológicos parecem estar poluindo mais que os detergentes convencionais. Pelo menos na opinião de cientistas do Instituto de Pesquisa da Água, de Roma, e da Universidade de Milão, na Itália. Há quatro anos eles observam a formação de uma espécie de espuma verde nas águas mornas e calmas do Mar Adriático, sempre na primavera. O malcheiroso fenômeno, que afastou muitos turistas das praias italianas, foi atribuído inicialmente a uma superpopulação de algas. Mas logo percebeu-se que a história era mais complicada.
A espuma é provavelmente um aglomerado de material secretado por bactérias e microorganismos, mas que têm se multiplicado velozmente graças aos principais compostos dos detergentes verdes: os zeólitos e ácidos policarboxílicos. Nos dias quentes, eles se agregam e sobem à tona, fornecendo um perfeito habitat aos seres microscópicos. Por ironia, essas substâncias haviam tomado o lugar do fosfato dos antigos detergentes, que era acusado de favorecer a superpopulação de algas nos rios e mares.