Bactérias de um solo rico demais podem realmente ter roubado o oxigênio vital dos oito ocupantes da Biosfera 2, a gigantesca bolha de vidro em que pretendiam viver isolados, como num outro planeta.
Encravada no deserto do Arizona, nos Estados Unidos, a própria redoma sumia com a prova de crime: o gás carbônico que as bactérias expelem após ingerir oxigênio. O excesso de gás não podia ser encontrado porque era absorvido pelo concreto, descobriram Wallace Broecker e Jeff Severinghauss, da Universidade de Columbia. Nós últimos meses, a equipe de voluntários (quatro homens e quatro mulheres) estava respirando um ar com apenas 14% de oxigênio, contra os usuais 21% da atmosfera. Assim, o projeto terá dificilmente de achar voluntários para a próxima etapa da experiência: é que para resolver o problema seria preciso trocar as 30 milhões de toneladas de terra do interior da bolha. Essencial para o plantio, e portanto para a alimentação da equipe, esse solo possui cinco vezes mais turfa e adubo que os terrenos comuns. É por isso que leva à proliferação excessiva de bactérias, entre outros inconvenientes.
Apesar disso, os responsáveis pelo projeto já disseram que não vão efetuar a troca de matéria-prima. Resta aos futuros ocupantes da redoma esperar pelos bombeamentos de oxigênio externo, como se fez ao final dos dois anos que durou a primeira fase.