Como funciona a caça às baleias
Iguaria culinária e tradição milenar, a carne de baleia alimenta uma polêmica caçada nas águas da Antártida. Entenda o trabalho dos baleeiros.
Luiz Romero, Ricardo Davino e Carlo Giovani
1. Barcos à procura
Desde 1987, em nome da ciência, o Japão mata baleias no oceano Austral, o pedaço de água que cerca a Antártida. A caçada tem início no verão, em outubro, com um barco de observação que procura as presas, se informando por rádio com navios que já estão na região. Localizadas as vítimas, eles avisam os arpoadores. E a matança começa.
2. Arpão explosivo
Avisados pelos navios de busca, os barcos de caça navegam na direção das baleias. Primeiro, checam se a presa pertence às espécies que podem caçar. Também confirmam se não é um filhote: não podem gastar tempo com pouca carne. Por fim, atiram um arpão com explosivos na ponta, mirando na cabeça, para não estragar a carne do corpo.
3. Fábrica em alto-mar
A baleia, morta, é puxada para perto do arpoador e fica presa no navio até ser passada para a maior embarcação da frota, o navio-fábrica. Essa transferência precisa acontecer em três dias, senão a carne estraga. Depois, o processo dentro da “fábrica” é rápido: o bicho é retalhado e embalado. Algumas partes são usadas na pesquisa científica do Japão.
O FUTURO
Mesmo com a pressão internacional pelo fim da matança e a falta de interesse dos japoneses pela carne, a tendência é que a prática continue. “Não acho que haverá um fim para a caça”, disse Yoshimasa Hayashi, ministro da Agricultura do Japão, à AFP. Para ele, as críticas representam “um ataque cultural, um preconceito contra a cultura japonesa”.
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Fontes John Frizell, da campanha de oceanos do Greenpeace; Instituto de Pesquisa Cetácea; Comissão Baleeira Internacional; Sea Shepherd Brasil e Sea Shepherd Australia; The Economics of Japanese Whaling, relatório do International Fund for Animal Welfare.