Mais de 2 000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira em apenas quinze anos, dizem os especialistas. Em um congresso recente sobre desertificação, eles denunciaram que na província de Almería, sede do evento, no sul da Espanha, 42% da superfície se transformou em terra estéril, constituindo o maior deserto da Europa.
Assim como no Saara, a culpa fica por conta da nefasta aliança entre a ação do homem e os caprichos da natureza. Na Península Ibérica, a seca castiga desde o final dos anos 60, facilitando a “colonização” das terras cultivadas pela poeira em suspensão vinda das zonas áridas. O empobrecimento dos lençóis freáticos, causado pela retirada de água subterrânea sem controle, arremata o processo. O deserto avança em direção ao norte, tornando o fenômeno tão importante quanto nas zonas subtropicais.